Sociedade

13º Festival Med não é só música

 
Para além da World Music, o Festival MED é, acima de tudo, uma fusão de manifestações culturais e, nesse sentido, conta com um programa cultural vasto, que integra várias áreas que vão das artes plásticas à música clássica, passando pelo projeto que valeu recentemente o título de Município do Ano no Algarve a Loulé – “Loulé Criativo”.

 
Ao nível das exposições, o destaque volta a estar na exposição de rua de artistas convidados, que decorre pela décima vez. Este ano, o tema lançado foi “A Torre de Babel”. Deus, na sua sabedoria, confundiu as pessoas com diferentes linguagens e espalhou-as pelo mundo. Este festival une de novo as pessoas e dá-lhes uma linguagem comum... Música. Aos artistas foi dado o tema e apenas uma instrução: usar caixas de cartão. Como curadores quisemos criar uma rua dentro de uma rua. Mas a escala mudou, nós somos maiores que as torres, tal como n'As Viagens de Gulliver. Esta exposição pode ser visitada na Rua Martim Farto.
 
Para comemorar estes 10 anos de exposições, o Festival MED conta, pela primeira vez, com uma segunda exposição, no Largo Dom Pedro I, na “Casa do Castelo”, com uma seleção de alguns dos trabalhos que passaram pelo festival ao longo dos anos, numa iniciativa coordenada pelo artista Charlie Holt.
 
Junto ao MED Fado, nos Claustros do Convento, Teresa Paulino apresenta “Guitarras do Mundo”. Nove turmas de Jardim-de-Infância e 1º Ciclo (dos 3 aos 10 anos) foram este ano acompanhadas pela artista, numa plataforma de cruzamento entre várias áreas curriculares. 
 
Durante seis meses, estudaram técnicas, cores e formas para dar corpo a um projeto que pode agora ser visitado. Partindo da visita à exposição “Ritmos e Melodias”, que esteve patente na Galeria de Arte Praça do Mar, em Quarteira, os alunos envolveram-se num projeto de artes plásticas tendo por objeto-mãe a guitarra portuguesa. A ponte com a disciplina de Música permitiu tomar contacto com vários tipos de instrumentos de cordas e culminou com uma viagem musical entre o continente americano e a Europa proporcionada pela atuação do Quarteto Concordis.
 
Há ainda a referir a exposição patente ao público na Galeria de Arte do Convento Espírito Santo, até 27 de agosto: “O Fundamento da Memória” de Luís Rodrigues – imagem Le Clos. Luís Rodrigues na sua dialética pictural, faz da sua obra um caminho, persistente solitário e consegue na sua continuidade de trabalho uma extraordinária variante, a que chamamos Pintura.
 
O “Loulé Criativo” marca presença pela segunda vez no Festival MED. No Largo D. Pedro I, os visitantes poderão participar nos 9 workshops durante os dias do evento, e aprender a fazer pão, brinquedos em cana ou porta velas com elementos do Barrocal Algarvio. Mais informações e inscrições em www.loulecriativo.pt
 
Diariamente às 19h00, a Igreja Matriz é palco do MED Classic, onde os amantes da música clássica têm a oportunidade de assistir a concertos num ambiente único no contexto do festival. No dia 30 de junho, apresenta-se neste palco a Orquestra Clássica do Sul, com um Concerto de Trompas e Cordas. Esta Orquestra regressa a este evento, com um programa onde apresentam composições de O. Nicolai (1810-1849), A. Dvorák (1841-1904) e L.V. Beethoven (1770-1827).
 
No dia 1 de julho, o quarteto de guitarras Concordis, constituído por Eudoro Grade, João Venda, Rui Martins e Rui Mourinho, guitarristas residentes na Região do Algarve, é o convidado do MED Classic. Músicos de personalidades, influências e cumplicidades várias, submerge como tónica, a beleza tímbrica e sonora que as quatro guitarras podem proporcionar em conjunto. 
 
No encerramento do Festival MED, atua no interior da Igreja Matriz, o acordeonista Gonçalo Pescada. Músico versátil, percorrendo através do Acordeão novos caminhos, géneros e estilos. “Revoluções Musicais no Mediterrâneo” é um espetáculo que apresenta várias expressões musicais do mediterrâneo, ao longo de vários séculos.