Comportamentos
A Inteligência Emocional não é a solução para tudo, mas ajuda muito!
Os especialistas afirmam que, a Inteligência Emocional (IE) não nos torna mais felizes, mas ajuda-nos a viver melhor. É este o mote para o nosso apontamento de hoje que pretende despertar o leitor para a importância de incluir as emoções na sua vida.

Em primeiro lugar, é fundamental ter em conta que, vivemos momentos de felicidade como se de um ‘vai e vem’ se tratasse, pelo que não existem fórmulas mágicas para sermos felizes, mas sim uma aprendizagem constante de saber tirar o melhor partido dessas situações. É nesse ponto que a Inteligência Emocional ajuda muito, já que nos permite aceder a ferramentas para nos movermos de uma situação para outra e perceber que, acima de tudo, precisamos de nos sentir bem connosco próprios.
 
Os especialistas alertam que, por si só, a Inteligência Emocional não nos vai trazer menos adversidades ou dificuldades, muito menos tornar-nos despreocupados com aquilo que realmente merece uma reflexão.
 
Segundo Daniel Goleman no seu livro Inteligência Emocional: «essa área tem um único propósito, e nada mais é do que levar inteligência às emoções». Essa é a verdadeira chave;  capacitarmo-nos como pessoas mais qualificadas. Nesta dimensão, a IE serve para desenvolvermos melhor a coexistência com outras pessoas e aprender a regular o nosso comportamento sabendo do que precisamos e como responder a essas necessidades.
 
Esse é o objetivo e, por sua vez, a verdadeira magia. Porque, na realidade, algo que devemos aspirar no nosso dia a dia não é a felicidade absoluta, aquele estado de alegria e satisfação permanentes. A nossa realidade já é complexa, incerta e mutável o suficiente para que aquele clímax absoluto seja algo realmente duradouro.
 
Neste sentido, o que deveríamos desejar é sermos bons connosco próprios e sentir que mesmo quando as dificuldades surgem, temos recursos psicológicos para lidar com elas. É também entender que as relações humanas são complicadas e que, às vezes, trazem sofrimento, mas que, com a inteligência emocional, aprendemos a lidar muito melhor com essas situações para não ficarmos estagnados e facilitar uma melhor convivência.
 
Tendo por base uma publicação da revista A Mente é Maravilhosa, percebe-se que, em resumo, a falta de Inteligência Emocional é muito comum, não sendo por acaso que tanto se fala no assunto e que Daniel Goleman colheu tantos sucessos com a sua prática e publicações.
 
Pode-se observar a carência de Inteligência Emocional nas mais variadas situações, seja no trabalho, nas relações familiares, entre pais e filhos e daí por diante. Tudo acontece porque se invalidam as emoções, descura-se a importância do plano afetivo da nossa vida e até se considera um disparate “perder tempo com as emoções”. Isso é um erro grave cujas consequências se observam nas situações mais simples e triviais do nosso quotidiano.
 
Nunca é demais recordar que, educar com inteligência emocional é reconhecer que, por detrás de cada comportamento, existe uma emoção, pelo que, o propósito de todos os pais será desenvolver essa maturidade emocional e essa autoconsciência desde a mais tenra idade.
 
É ainda de destacar que, somos todos emoção e temos acesso a habilidades racionais, pelo que, quanto melhor lidarmos com o nosso plano afetivo, mais partido poderemos tirar do plano racional, alertam os especialistas.
 
Segundo a mesma publicação, ser emocionalmente inteligente não é um dom, é uma qualidade que pode ser trabalhada.
 
É imperioso evidenciar que, a Inteligência Emocional não o deixará mais feliz, nem o tornará o melhor da sala ou o líder absoluto no emprego dos seus sonhos.
 
Estamos sim diante de uma qualidade que nos permite «lançar as bases para criar uma realidade mais satisfatória e qualificada».
 
Compreender, usar, regular e gerir as nossas emoções permite, por exemplo, lidar muito melhor com o stress, evidencia a mesma publicação.
 
Regular os nossos sentimentos, entender a sua mensagem e fazer da empatia uma âncora para entender os outros harmoniza os nossos relacionamentos e permite-nos sentir mais segurança no momento de interagir com o próximo.
 
Todas essas são qualidades da vida, ferramentas para o bem-estar e recursos para enfrentar as adversidades. Afinal, a felicidade vem e vai. O que realmente precisamos é de mecanismos para passar rapidamente pelos dias difíceis e recursos para tirar proveito dos dias calmos, sustentou.
 
A Mente é Maravilhosa aventa ainda que, tudo isso permitirá que nos sintamos autorrealizados e satisfeitos em qualquer circunstância, seja fácil ou complicada.
 
Apesar de, por si só, não conduzir á felicidade, a Inteligência Emocional
 
fornece os nutrientes psicológicos para alcançar a felicidade. No entanto, é preciso ter em conta que, a felicidade é uma área multidimensional. Nela, integram-se aspetos como as nossas relações afetivas e sociais, ter alcançado determinados objetivos, viver de acordo com os nossos valores, ter um dia a dia em que não sintamos medo ou angústia e nos sintamos realizados, entre outras coisas. Neste sentido, a Inteligência Emocional não é a resposta para tudo, mas impulsiona e ajuda a alcançar muitos desses aspetos. Além disso, esta qualidade, por si só, não vai impedir as perdas, deceções, fracassos, infelicidade, na medida em que tudo isso faz parte da vida.
 
Por fim, a mesma publicação lembra que, a Inteligência Emocional nos ajudará a administrar esses estados para que possamos passar aos estágios de aceitação; àqueles ciclos em que, embora a felicidade não seja absoluta, tudo dói menos e nos permitimos ter novas oportunidades. Esse é o verdadeiro sentido deste modo de vida.
 
Fátima Fernandes