Família

Afinal, como devemos elogiar os nossos filhos?

 
Os nossos leitores lembram-se certamente que, no passado recente, o elogio era considerado como desnecessário e até prejudicial, pois as crianças e jovens tinham a obrigação de fazer bem feito.

A nossa sociedade tem evoluído e tem-se percebido que, o elogio constitui uma importante ferramenta educativa, uma vez que, quando bem aplicado, é um forte alicerce na construção da autoestima.
 
Perante esta dualidade, faz sentido perceber que, nem está correto quem não é capaz de elogiar os filhos, nem sequer tem razão quem oferece elogios por tudo e por nada.
 
Quem não atribui essa valorização ao que se fez, “peca” porque dá lugar a que, para a próxima vez, a criança ou jovem não tenha motivação para realizar a tarefa e ainda menos com elevada qualidade, mas quem tece elogios fáceis também faz com que os mais novos duvidem dessa habilidade porque, afinal, não precisam de dar muito de si para conquistarem essa valorização.
 
Como consequência, parece que andamos perdidos, mas não! O elogio é essencial; é preciso é saber utilizá-lo da forma mais correta.
 
Devemos então elogiar o esforço, o empenho, a qualidade da tarefa, a dedicação que a criança ou jovem lhe atribuiu e o produto final bem sucedido que conquistou.
 
Não devemos premiar a beleza da criança tecendo elogios à sua aparência, não devemos evidenciar-lhe a inteligência e, ainda menos, aquilo que realizou facilmente, pois  dessa forma estamos a dizer aos nossos filhos que, qualquer coisa tem logo muito valor, pelo que, eles não precisam de se esforçar muito. É evidente que podemos fazer-lhes carinhos e enaltecer-lhes a beleza num tom carinhoso, não como um elogio em que se destaca algo que se fez muito bem ou que foi muito importante.
 
Devemos ter o cuidado de evidenciar o bom comportamento, a boa educação para que a mesma se repita e, naturalmente condenar a linguagem obscena e os comportamentos reprováveis, mas sempre na perspetiva de valorização do esforço para que a criança ou jovem perceba que, esse empenho e trabalho diário merecem ser premiados.
 
Para finalizar, os entendidos nesta matéria lembram que, o elogio excessivo não contribui para a elevação da autoestima da criança e do jovem, mas sim, dá-lhe a ideia de que não é capaz de fazer melhor e torna-os inseguros e pouco exigentes consigo mesmos.
 
Como no meio-termo é que está o segredo, guarde os elogios para quando estes são importantes, uma vez que, dessa forma, o seu filho sentir-se-à mesmo muito mais valorizado e com vontade de repetir aquilo que faz de melhor!
 
Fátima Fernandes