Apesar da sua reduzida dimensão, a afta é extremamente dolorosa e provoca desconforto ao ser humano, sobretudo na alimentação e na ingestão de líquidos.
Trata-se de uma úlcera dolorosa, pequena, geralmente com um diâmetro inferior a 10mm, recorrente (manifesta-se repetidamente), redonda, de bordos claramente definidos e elevados rodeados por uma área circundante avermelhada. Cura-se entre 10 a 14 dias e não deixa cicatriz, ainda assim, durante o seu período activo pode provocar alterações no quotidiano do sujeito.
Descrição:
A afta é a infecção mais comum na mucosa oral, sendo que, a sua localização é mais frequente sobre a mucosa labial, bochecha e pavimento da boca.
A existência de aftas múltiplas que surgem por surtos repetidos mais ou menos esporádicos identificam uma situação clínica denominada como “Estomatite Aftosa Recidivante”, que pode assumir duas formas distintas, a minor e a major.
Na forma minor, a mais frequente, a ulceração é frequentemente unitária, tem em regra menos de 10mm e é a evolução mais benigna.
Na forma major as ulcerações são normalmente múltiplas e maiores de 10mm, muito dolorosas, com uma evolução arrastada e podem deixar cicatrizes.
Existem ainda as aftas herpetiformes que simulam as lesões provocadas pelo vírus Herpes Simplex, mas não têm relação demonstrada com o mesmo.
Causas:
Apesar dos muitos trabalhos já realizados, não existe uma justificação clara para o aparecimento de aftas, sabendo-se, no entanto que, alguns factores podem levar ao seu surgimento.
Neste sentido, são actualmente indicadas como causas possíveis:
• Alergias a componentes de dentífricos
• Alergias alimentares
• Traumatismos
• Disfunção das glândulas salivares
• Infecções microbianas e virais
• Doenças sistémicas com repercussão na mucosa oral (doença de behçet, doença de crohn, entre outras)
• Neoplasias
• “Stress”
• Défice de vitaminas e seus percursores (ácido fólico, complexo b, etc.)
• Doenças imunológicas.
No mesmo quadro de possibilidades, são sempre de incluir a toma de alguns medicamentos que podem provocar reacções adversas, como sendo os antibióticos, bem como situações que podem afectar a boca, como sendo dentes ou próteses.
Assim, apesar de aparentemente de tratamento simples, em alguns casos, pode ser necessária a visita ao médico.
Tratamento:
Até ao momento, não existe um tratamento específico para as aftas, sendo que a resposta imunitária de cada indivíduo é quem, por norma termina o processo. Para aliviar os sintomas, devem utilizar-se desinfectantes orais para bochechar e aplicar medicamentos corticóides no local, se necessário, com a finalidade de promover a cura e diminuir a intensidade das aftas, bem como o tempo de permanência.
Podem utilizar-se anestésicos tópicos (no local) para tratar a dor.
Apesar das muitas dificuldades, deve promover-se uma correcta nutrição e a necessária ingestão de líquidos, adaptando os alimentos à realidade do paciente. Evitar a ingestão de ácidos presentes em alguns frutos (citrinos, pêssego, ananás, entre outros) pode ajudar.
No mesmo enquadramento, podem fazer-se algumas “mezinhas” que podem ajudar a reduzir os sintomas e a acelerar a cicatrização: chá de poejo. Faz-se uma infusão de duas colheres de folhas de poejo em meio litro de água e deixa-se arrefecer. Ao longo do dia devem realizar-se bochechos com o chá morno.
O chá de hortelã também apresenta um efeito tranquilizante nestes casos pelo que pode ser alternado. Estas bebidas não devem ser ingeridas e somente utilizadas para bochechar a boca e a garganta assumindo uma função de limpeza e tranquilizantes naturais.
É de realçar que, para que se obtenha a eficácia do tratamento, é fundamental o diagnostico correcto que possa estar na causa das aftas pelo que, em presença de uma ulceração na cavidade oral o paciente deve consultar o seu médico estomatologista.
As aftas são pequenas, muito dolorosas e desaparecem ao fim de duas semanas, pelo que é uma questão de alguma paciência e de ingerir alimentos ricos que possam facilitar o processo de cura.