Economia

Ambiolhão já investiu 280 mil euros para regular esgotos na Ria Formosa

 
Este tem sido um problema que remonta a meados da década de 80 do século passado, altura em que existia apenas uma rede de drenagem, quer das águas provenientes das chuvas, quer das águas residuais, sendo ambas despejadas, sem tratamento, na Ria Formosa.

 
Deste modo, estão em fase avançada de conclusão os trabalhos de resolução deste tipo de problemas com o despejo indevido de esgotos domésticos na rede de águas pluviais, e consequente condução à Ria Formosa.
 
Conforme adianta comunicado da autarquia, com a crescente pressão urbanística, foi construída uma nova rede de drenagem. As redes existentes até então passaram a recolher apenas águas pluviais e construíram-se redes de drenagem de águas residuais, que são encaminhadas para duas Estações de Tratamento de Águas Residuais entretanto construídas (Nascente e Poente), para o respetivo tratamento. 
 
Entretanto, encontra-se em fase de adjudicação a construção de uma nova ETAR, um projeto de 14,5 milhões de euros, infraestrutura que irá substituir as atuais ETAR’s Faro Nascente e Olhão Poente e passará a tratar efluentes de Faro, Olhão e S. Brás de Alportel.
 
Obras que para a edilidade irão resolver grande parte do problema, mas persistem até à atualidade situações pontuais de condução indevida de esgotos domésticos para os coletores pluviais, sem origem conhecida, "um problema de difícil resolução, que tem representado um foco de poluição da Ria Formosa".
 
Desde o início do mandato, que o presidente da Câmara Municipal de Olhão fez da resolução deste problema um desígnio e para o efeito, a Ambiolhão, empresa municipal de abastecimento de água e saneamento, foi dotada de uma verba de cerca de meio milhão de euros, para serem investidos na identificação de ligações indevidas e correção das irregularidades detetadas.
 
O trabalho tem sido minuncioso, com inspeções vídeo e humanas a grande parte dos troços da rede pluvial, num trabalho de campo que resultou, até agora, na realização de inspeções em sete troços: Bairro 11 de Março – Cais de Embarque (900 metros), zona Norte da Estrada Nacional 125 – Rua de Olivença (315 metros), Avenida Calouste Gulbenkian – bairros Horta do Espanha e Bairro dos Pescadores (600 metros), entroncamento com a Rua António Henrique Cabrita – Avenida D. João VI (450 metros), Avenida D. João VI – Linha dos Caminhos de Ferro (430 metros), Cemitério – Praceta de Agadir (400 metros) e Travessa Alexandre Braga – Travessa da Feira (134 metros).
 
Em alguns destes casos não foram detetadas irregularidades mas, na generalidade, foram identificados casos de caudais de águas residuais a serem despejados indevidamente na rede pluvial. 
 
Uma vez identificados os problemas e a respetiva solução, os trabalhos de correção têm sido feitos gradualmente e mais de metade encontram-se já finalizados, traduzindo-se num investimento de cerca de 280 mil euros.
 
Situações vão continuar a ser identificadas e resolvidas, num trabalho que se revela cada vez mais difícil e moroso para os técnicos da Ambiolhão, adiantam os especialistas, uma vez que, identificados os caudais maiores, restam agora os mais pequenos, mas com mais dificuldade nas inspeções.