Comportamentos

Aprenda a não pensar mal de si mesmo

 
Já dizia Goethe que, «A pior coisa que pode acontecer a um homem é pensar mal de si mesmo», mas é também essencial pensar na razão pela qual tal acontece.

Uma pessoa que pensa mal de si mesma tem uma baixa autostima ou seja, tem uma má perceção de si mesma, não se ama, não se valoriza e não considera positivas as suas capacidades e potencialidades.
 
É um facto que, não gostamos de tudo o que somos e que temos, mas devemos aprender a aceitar-nos com qualidade, já que, só dessa forma poderemos ter uma melhor visão de nós próprios e dos outros.
 
Segundo Nathaniel Branden, «a autoestima é a soma da confiança e do respeito por si mesmo».
 
É uma experiência íntima que reside no âmago do nosso ser que é, basicamente o que pensamos e sentimos sobre nós mesmos e não o que os outros pensam ou sentem sobre nós.
 
De acordo com o mesmo especialista canadiano, «a autoestima começa a formar-se na infância; logo nos primeiros anos de vida, através de tudo o que os nossos pais nos ensinam. Dela fazem parte as orientações para os comportamentos mais adequados e aceitáveis em termos sociais, os comportamentos que são perigos e também aqueles que nos podem conduzir à raiva e ao desgosto».
 
Nota o mesmo psiquiatra e psicoterapeuta que, «as diretrizes para a educação dos filhos são estabelecidas segundo critérios familiares, marcando um caminho e indicando onde se pode ir e onde não se pode ir, que juntamente com variáveis situacionais e de personalidade compõem o amplo espectro da autoestima».
 
O mesmo especialista evidencia que, quando temos problemas de autoestima, acabamos por afetar todas as áreas da nossa vida, daí ser fundamental cuidar diariamente da perceção que temos de nós próprios como melhoria da nossa qualidade de vida.
 
«O conceito que temos de nós mesmos influencia-nos as decisões e escolhas mais significativas, modelando assim o tipo de vida que estamos a produzir. É por isso que a autoestima é tão importante, pois pode afetar todas as esferas das nossas vidas».
 
Se temos baixa autoestima, podemos ser assombrados pelo medo ao observarmos a nossa própria realidade. Ao mesmo tempo, segundo Nathaniel Branden, «somos acompanhados por sentimentos de rejeição, insatisfação e desprezo por nós mesmos. Chegamos a pensar que valemos muito pouco ou nada e escondemo-nos atrás de um muro de desconfiança, que nos distancia dos outros».
 
Quando temos uma má perceção de nós próprios, somos hipersensíveis às críticas externas e internas. Neste sentido, pode-se afirmar que, a baixa autoestima interfere em todas as áreas de vida e na qualidade das nossas relações. Pelo contrário, quando possuímos uma boa dose de autoestima, conseguimos satisfazer muitas das nossas necessidades e reunir sensações positivas. É de sublinhar que, ao nos rejeitarmos e julgarmos, passamos por um enorme desconforto e sofrimento.
 
Completa Nathaniel Branden que, «quando temos uma baixa autoestima, tendemos a apresentar uma falsa imagem de nós próprios focada em como acreditamos que os outros pensam que somos. Dessa forma, procuramos a aprovação externa que, segundo este especialista, «é uma faca de dois gumes; pois, se a obtivermos, poderemos alcançar uma felicidade substituta, mas de outra forma, inundar-nos-emos de desconforto». Esta forma de estar na vida, leva-nos a depender dos outros para tudo e, acima de tudo, para conseguirmos lidar connosco próprios, o que conduz a muita dependência e sofrimento, anota o mesmo entendido nesta matéria.
 
«A maioria das pessoas procura autoconfiança e autorespeito em qualquer lugar, menos em si mesmas, o que não as conduz ao que pretendem e arrasta esse sentimento negativo e de dependência». Na realidade, temos de passar a procurar uma imagem pessoal dentro de nós mesmos e passar a ver-nos com os nossos próprios olhos, sublinha.
 
Segundo Nathaniel Branden, para construir uma boa autoestima é preciso:
 
-Viva conscientemente.
 
-Aprenda a aceitar-se.
 
-Liberte a culpa.
 
-Integre o eu mais jovem.
 
-Viva com responsabilidade.
 
– Viva autenticamente.
 
-Ajude a desenvolver a autoestima dos outros.
 
Para finalizar, o mesmo especialista recorda que, a autoestima não é determinada pelo sucesso social que alcançamos, pelo físico ou pela popularidade. Não depende de algo que está fora do nosso controle, pelo contrário, depende da nossa racionalidade, responsabilidade e integridade. Assim, é fundamental que «verifiquemos constantemente a nossa autoestima, que nos cuidemos com carinho e que não tenhamos medo de gostar de nós próprios, mesmo que assim não tenhamos sido educados e preparados».
 
Fátima Fernandes