Comportamentos

Aprenda a proteger-se das armadilhas do ego

 
Neste apontamento, vamos abordar o tema do ego e as armadilhas que este nos cria e que nos impedem de nos conhecermos melhor a nós mesmos e a libertar-nos para que possamos viver uma melhor relação com os outros.

É um facto que o ego nos protege, mas ao mesmo tempo, também nos limita com as suas armadilhas. O ego protege o eu de tal forma que chega a criar barreiras em seu redor impedindo-o de ser feliz.
 
Na verdade, não podemos impedir que o ego exista, que cumpra a sua função e que nos proteja, mas sabendo os condicionalismos que representa para o eu, podemos sempre ir mais ao fundo de nós e encontrar a nossa verdadeira essência, quem realmente somos para inibirmos parte da ação desse ego.
 
Na posição dos especialistas na área da psicologia, na maioria das situações em que não conseguimos obter os resultados que pretendemos, tendemos a culpabilizar os outros quando, na verdade, é o nosso ego que não nos deixa avançar com todos os medos que nos instala. É um facto que, a educação que recebemos influencia-nos tal como a sociedade e as vivências, mas uma boa parte do nosso insucesso deve-se à ação do ego. Para comprovar essa situação e recorrendo aos tópicos apontados pelos especialistas, apresentamos-lhe as 6 armadilhas do ego que prejudicam o eu. Antes disso, anote que, o ego é o conjunto de rótulos que o indivíduo carrega, seja por via da sociedade ou da herança familiar e que o impedem de ser igual a si mesmo e de se conhecer melhor. No fundo, «o ego é o que a pessoa pensa que é e não o que é realmente». O ego é o impulso que o leva a agir por medo e não por amor. O ego é também a máscara que usamos para nos protegermos do mundo em nosso redor. Mas afinal, como é que o ego nos impede de sermos nós mesmos?
 
1. Constrói paredes ao nosso redor
 
Com a necessidade de proteger o eu, o ego acaba por nos isolar dos outros e impedir que o sujeito se conecte emocionalmente. Com a base de que ser vulnerável é ser fraco, isso leva a que a pessoa eleve paredes em seu redor para se proteger, o que a impede de vivenciar relações em liberdade.
Com essa postura, o indivíduo acaba por se privar daquilo que é a relação com os demais e do afeto de que todos precisamos.
 
2. Sobrecarrega-o com tarefas e responsabilidades
 
Muitas pessoas sofrem de stress e saturação diariamente, e sentem-se oprimidas porque não conseguem delegar tarefas nos demais. Meteram na cabeça que os outros não sabem realizar algo tão bem como elas e que seria “um desastre” deixar noutras mãos aquilo que estão habituadas a fazer. Esta é mais uma armadilha do ego que nos impede de confiar nos outros e nas suas capacidades e que nos leva a uma sobrecarga.
 
Estas pessoas também temem que os outros façam melhor a tarefa e que deixem de ser necessárias, o que constitui mais uma armadilha do ego.
 
3. Impede-o de definir limites
 
O ego não envolve apenas orgulho, vaidade ou falsa autoestima. Pelo contrário, também pode manifestar-se na forma de submissão. Neste ponto é de anotar que, quem tem dificuldades em estabelecer limites age com base no temor, por medo de ser rejeitado, por pensar que o seu papel é agradar aos outros para conquistar carinho e um lugar na vida de alguém.
 
Quando a pessoa se liberta dessa defesa desnecessária, aprende a dizer “não” e a evitar situações de abuso por parte de outrem.
 
4. Faz com que permaneça escondido
 
Neste ponto, os especialistas evidenciam a máscara social que utilizamos quando convivemos com outras pessoas. Essa máscara protege-nos o eu, mas impede-nos de contactarmos de forma mais liberta com os outros. Digamos que é um excesso de proteção que nos limita a ação e o afeto. Alguns exemplos disso é o facto de concordarmos com tudo, de nos rirmos só porque alguém disse uma pida, aceitar algo só porque os outros nos ofereceram e daí por diante.
 
No fundo, a pessoa tem medo de se assumir tal como é e acaba por representar um personagem, fugindo da sua verdadeira essência. Sabendo que, esta é mais uma armadilha do ego, podemos fazer um esforço para contrariar essa tendência.
 
5. Faz com que fique estagnado
 
O ego funciona na sua plena capacidade quando temos a oportunidade de dar um salto de qualidade. Seja abandonando um vínculo que nos prejudica ou fazendo uma mudança para aproveitar uma oportunidade, nesses momentos a mente bombardeia-nos com mensagens que nos desvalorizam.
 
“Não vais conseguir”, “Não vale a pena”, “Vais tentar novamente, para quê?” É precisamente perante estes impedimentos que temos de ser firmes e lutar contra a ação do ego. Com essa firmeza conseguiremos ir ao encontro do nosso eu e tentar quando achamos que é necessário e prosseguir os nossos objetivos acreditando mais em nós mesmos. O ego tenta proteger o eu, mas não se importa com a nossa felicidade, por isso, o esforço tem de ser pessoal.
 
6. Traz à tona a sua pior versão
 
Neste último ponto, é de ter em conta que, o preconceito, a inveja e a crítica são manifestações do ego. As mesmas surgem do medo da diferença, da sensação interna de falta e da incapacidade.
 
É de evidenciar que, quem age numa base de amor e de autoconfiança, não ativa essas emoções porque compreende que, o sucesso dos outros não lhes invalida e sua capacidade de obter resultados positivos. Estas pessoas até acreditam que, as conquistas dos outros podem ser inspiradoras e um ponto de partida para que alcancem o sucesso também.
 
É importante ter em conta que, vivenciar estas situações é normal e humano, pelo que não nos devemos sentir culpados por experimentarmos tais manifestações egóicas, contudo, tanto quanto o possível, faz sentido que vamos ao fundo de nós, que identifiquemos as situações em que estamos a agir em função do ego e até que ponto isso nos está a limitar as ações, os sentimentos e as experiências.
 
A tarefa não é nem simples, nem rápida, pois requer treino e persistência, mas acredite que vale a pena proteger-se contra as armadilhas do ego!
 
Fátima Fernandes