Política

Bloco de Esquerda está contra aumento do preço da água no Algarve

 
Em causa está o anúncio da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) para o aumento dos preços da água, que poderão variar entre os 15% e os 50% no consumo doméstico. O anúncio foi feito no seguimento das propostas do Governo para combater a seca e a falta de água na região.

"Não podem ser as famílias e os pequenos agricultores a pagar o preço das escolhas que apenas têm beneficiado uns quantos. Algumas grandes empresas apenas estão preocupadas com o lucro imediato e a dependência da monocultura do turismo continua a acentuar-se à custa da proliferação dos baixos salários e do agravamento da crise da habitação", pode ler-se
no comunicado.
 
O partido considera que são mais urgentes outras medidas, como o uso de águas residuais para rega de jardins e campos de golfe; ou os apoios à transição ecológica agroflorestal.
 
O Bloco de Esquerda lamenta ainda que AMAL e o Governo não tenham concretizado os investimentos que considera, "há muito identificados" para aliviar o problema da falta de água, sendo que a baixa precipitação - agravada pelas alterações climáticas - já dura há cerca de uma década no Algarve.
 
A crítica é dirigida ao PS Algarve - que tutela a AMAL - por optar "pela solução facilitista e que não resolve o problema", como "aumentar o preço da água, ainda por cima abrangendo o segundo escalão de consumo".
 
O Bloco entende tratar-se de uma medida "socialmente injusta e penalizadora do rendimento das famílias na região, já a braços com situações de elevada precariedade, salários baixos e desemprego", adianta no comunicado.
 
"É inaceitável que, nos 43 campos de golfe existentes no Algarve, apenas dois recorram à utilização de águas residuais. Estas águas deviam ser utilizadas para lavagem de ruas, rega de jardins e fins industriais", escreveu José Gusmão, eurodeputado pelo Bloco e cabeça de lista por
Faro.
 
Já João Vasconcelos, antigo deputado pelo BE, acrescenta que "algumas autarquias da região preferem esbanjar milhões em fogos de artifício e outros eventos na mira de angariar votos em alturas de eleições em vez de investir em infraestruturas indispensáveis. Devem agora, governo e autarquias, assumir a responsabilidade dos investimentos necessários, enquanto é tempo."