Sociedade

Chapéus e toalhas “não dormem na praia” de Armação de Pêra

 
A polémica instalou-se depois de um vídeo ter surgido nas redes sociais dando conta de que, ás 8h00 da manhã todo o areal de uma praia de Armação de Pêra já estava repleto de toalhas e chapéus de sol.

 
Não querendo acreditar noutra versão, a maioria dos comentários assumia que “provavelmente as pessoas deixam os chapéus e toalhas na praia de um dia para o outro para marcar o lugar”, mas a realidade não é essa.
 
Por muito que seja difícil acreditar, os veraniantes levantam-se de madrugada, vão marcar o lugar na praia com os seus pertences e voltam mais tarde para desfrutar de um dia descontraído numa praia que enche em poucos minutos.
 
Aos órgãos de comunicação social, o presidente da junta de Armação de Pêra afirmou que, “os chapéus não ficam na praia durante a noite.”
 
O autarca clarificou:“Isto é um sistema em que as pessoas se auto-regulam. Acordam cedo e a primeira coisa que fazem é espetar o chapéu na praia e depois sim, vão tomar o pequeno almoço.”
 
Isto acontece porque “as pessoas querem estar mais perto da linha de água ou porque querem estar mais próximas dos filhos enquanto estes brincam no mar”, disse Ricardo Pinto.
 
O mesmo responsável pela freguesia adiantou que, “isto acontece muito em outras praias que também têm características como as nossas, como a de Quarteira”.
 
Ricardo Pinto deixou claro que, “caso as pessoas se queiram queixar, podem fazê-lo à Capitania do Porto de Portimão e à Agência Portuguesa do Ambiente,” mas o presidente relembra que a “lei é omissa: não há nenhuma situação que diga que as pessoas podem ou não colocar ali o chapéu”.
 
Ainda assim, Ricardo Pinto “não concorda” com esta prática: “Teria de prevalecer a regra do bom senso e isso não se está a confirmar”.
 
Na origem do problema está a “redução do areal”. Para tentar remediar a situação, o autarca garantiu que já está em curso uma proposta – inserida no POOC (Plano de Ordenamento da Orla Costeira) – que prevê “a alimentação artificial de areia, correspondente a uma verba de 1 milhão de euros”.
 
Este verão, com mais destaque para o mês de agosto, o presidente acredita que em Armação de Pêra estão entre 80 a 100 mil pessoas, pelo que, as soluções não são muitas para tentar encontrar espaço numa natureza limitada e que aguarda a intervenção planeada.