Doença de Alzheimer

Segundo a Direcção Geral de Saúde, a doença de Alzheimer incide no cérebro através da morte das células cerebrais e consequente atrofia do cérebro, progressiva, irreversível e com causas e tratamento ainda desconhecidos.

 
Os doentes começam por sentir perturbações na memória e, progressivamente, nas demais funções mentais, acabando por determinar a completa ausência de autonomia dos doentes. 
 
Com a progressão da doença, os pacientes tornam-se incapazes de realizar as tarefas mínimas, de onde se destaca a dificuldade em reconhecer os rostos de familiares, ficam incontinentes e, em fases avançadas, acabam por ficar acamados. 
 
A doença de Alzheimer está muito relacionada com a idade, sobretudo, a partir dos 50 anos e normalmente persegue o paciente durante cerca de 15 anos, isto porque ainda não existe uma cura eficaz pela dificuldade em apurar as suas causas. Neste sentido, a comunidade científica aceita a sua componente genética, embora não seja necessariamente hereditária. 
 
Diagnóstico: 
 
Até ao momento, não existe nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, a doença. A única forma de o fazer é através do estudo do tecido cerebral obtido por uma biopsia ou necrópsia e, através da exclusão de outras causas de demência e da análise historial do paciente; pela tomografia, análises ao sangue ou ressonância podem ser identificados os sinais da doença. 
 
Sintomas: 
 
Na fase inicial, observam-se pequenos esquecimentos, perdas de memória, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se confusos e, por vezes, agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. 
 
À medida em que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as actividades elementares do quotidiano, como alimentação, higiene, vestuário, etc. 
 
Tratamento: 
 
A doença de Alzheimer não tem cura e, no seu tratamento, há que atender a ás particularidades dos doentes. Geralmente a combinação de medicamentos com o suporte de vários profissionais de saúde e familiares, podem fazer surtir efeitos positivos nesta doença. 
 
Actualmente já existem alguns fármacos que visam corrigir os desequilíbrios causados na fase inicial da doença, ainda que o seu efeito seja temporário. 
 
Em termos de progressão da doença, ainda não existem medicamentos com essa função. 
 
É importante estar alerta para o surgimento dos primeiros sinais, pois numa fase inicial, é mais eficaz a actuação: 
 
Perda da memória: 
 
É normal que a pessoa se esqueça ocasionalmente de reuniões, nomes de colegas de trabalho, números de telefone de amigos, e lembrar-se deles mais tarde, contudo, no caso destes doentes, acabam por não chegar a recordar-se nem dos acontecimentos mais recentes. 
 
Dificuldade em executar as tarefas domésticas
 
As pessoas muito ocupadas podem temporariamente ficar tão distraídas que chegam a deixar as batatas no forno e só se lembram de as servir no final da refeição. 
 
O doente de Alzheimer pode ser incapaz de preparar qualquer parte de uma refeição ou esquecer-se de que já comeu. 
 
Problemas de linguagem: 
 
Toda a gente tem, por vezes, dificuldade em encontrar a palavra certa. 
 
Porém, um doente de Alzheimer pode esquecer mesmo as palavras mais simples ou substituí-las por palavras desajustadas, tornando as suas frases de difícil compreensão. 
 
Perda da noção do tempo e desorientação 
 
É normal perdermos – por um breve instante – a noção do dia da semana ou esquecermos o sítio para onde vamos. 
 
Porém, uma pessoa com a doença de Alzheimer pode perder-se na sua própria rua, ignorando como foi dar ali ou como voltar para casa. 
 
Discernimento fraco ou diminuído: 
 
As pessoas podem por vezes não ir logo ao médico quando têm uma infecção, embora acabem por procurar cuidados médicos. 
 
Um doente de Alzheimer poderá não reconhecer uma infecção como algo problemático e não ir mesmo ao médico ou, então, vestir-se inadequadamente, usando roupa quente num dia de Verão. 
 
Problemas relacionados com o pensamento abstracto.
 
Por vezes, as pessoas podem achar que é difícil fazer as contas dos gastos. 
 
Mas, alguém com a doença de Alzheimer pode esquecer completamente o que são os números e o que tem de ser feito com eles. Festejar um aniversário é algo que muitas pessoas fazem, mas o doente de Alzheimer pode não compreender sequer o que é um aniversário. 
 
Trocar o lugar das coisas: 
 
Qualquer pessoa pode não arrumar correctamente a carteira ou as chaves. 
 
Um doente de Alzheimer pode pôr as coisas num lugar desajustado: um ferro de engomar no frigorífico ou um relógio de pulso no açucareiro. 
 
Alterações de humor ou comportamento
 
Toda a gente fica triste ou mal-humorada de vez em quando. 
 
Alguém com a doença de Alzheimer pode apresentar súbitas alterações de humor – da serenidade ao choro ou à angústia – sem que haja qualquer razão para tal facto. 
 
Alterações na personalidade: 
 
A personalidade das pessoas pode variar um pouco com a idade. 
 
Porém, um doente com Alzheimer pode mudar totalmente, tornando-se extremamente confuso, desconfiado ou calado. As alterações podem incluir também apatia, medo ou um comportamento inadequado. 
 
Perda de iniciativa: 
 
É normal ficar cansado com o trabalho doméstico, as actividades profissionais do dia-a-dia ou as obrigações sociais; porém, a maioria das pessoas recupera a capacidade 
 
Capacidade de iniciativa: 
 
Um doente de Alzheimer pode tornar-se muito passivo e necessitar de estímulos e incitamento para participar. 
 
Comunicar, alimentar-se, vestir-se e cuidar da higiene pessoal são algumas das acções rotineiras que, aos poucos e poucos, o doente de Alzheimer vai deixar de conseguir realizar. 
 
Truques para melhorar a qualidade de vida destes doentes e dos seus cuidadores: 
 
É normal o doente não encontrar as palavras que precisa para se expressar ou não compreender os termos que ouve. 
 
Como deve reagir: 
 
•Esteja próximo e olhe bem para o seu doente, olhos nos olhos, quando conversam; 
•Permaneça calmo e quieto. Fale clara e pausadamente, num tom de voz nem demasiado alto nem demasiado baixo; 
•Evite ruídos (rádio, televisão ou conversas próximas); 
•Se for possível, segure na mão do doente ou ponha a sua mão no ombro dele. 
 
Demonstre-lhe carinho e apoio. 
 
Em todas as fases da doença, é necessário manter uma atitude carinhosa e tranquilizadora, mesmo quando o doente parece não reagir às nossas tentativas de comunicação e às nossas expressões de afecto. 
 
Lembre-se, também, que é preciso verificar se a pessoa doente tem problemas de visão, audição ou outros problemas de saúde, designadamente de saúde oral, necessidade de usar óculos ou de ajustamento das próteses dentárias ou auditivas. 
 
Andar sem saber para onde e com que objectivo é característico dos doentes de Alzheimer, a partir de uma determinada fase. E é um perigo enorme. 
 
Eis algumas sugestões para minimizar esse perigo: 
 
•O doente deve trazer sempre algo que o identifique, por exemplo, uma pulseira com o nome, morada e telefone; 
•Previna os vizinhos e comerciantes próximos do estado do doente. Estes podem ajudá-lo em qualquer momento caso se perca e peça informações; 
•Em casa, feche as portas de saída para a rua, para evitar que o doente vá para o exterior sem que dê por isso; 
•Tenha uma fotografia actualizada do doente, para o caso deste se perder e precisar de pedir informações; 
•Se o doente quiser sair de casa, não deve impedi-lo de o fazer. É preferível acompanhá-lo ou vigiá-lo à distância e, depois, distraí-lo e convencê-lo a voltar a casa; 
•Pode ser necessário pedir aconselhamento ao médico assistente.