Comportamentos

É uma pessoa impulsiva? Estas 3 técnicas podem ajudar

 
Na posição dos especialistas, uma fraca regulação emocional dá lugar a uma maior dificuldade em controlar os impulsos.

Numa publicação de A Mente é Maravilhosa na categoria de psicologia, é adiantado que, este padrão costuma estar presente no transtorno de personalidade limítrofe, no qual as situações são vividas a partir da voz dos impulsos. A pessoa em causa, não tem meios-termos, ora está muito feliz com o seu trabalho, ora este a conduz à saturação, ora é feliz no casamento, ora não suporta a sua cara-metade. Uma explicação para que tal aconteça tem a ver, na posição da mesma revista, com problemas de infância não solucionados ou  mal interpretados.
 
Ao mesmo tempo, também pode servir de explicação o facto de a pessoa apresentar um alto nível de sensibilidade, o que lhe dificulta a capacidade de tolerar o desconforto.
 
Estas pessoas  não aceitam as emoções negativas, não toleram entrar no mundo emocional e, como  são incapazes de lidar com o lado menos positivo da vida, acabam por se tornar ainda mais impulsivas e vulneráveis à negatividade.
 
Os especialistas da mesma revista também incluem uma parte de origem genética, embora não seja a principal causa destes impulsos, no entanto, como somos programados desde o nascimento, é natural que o ambiente onde crescemos possa influenciar a nossa menor resistência ao impulso. Situações traumáticas, atos de abandono, negligência dos pais, humilhações e ambientes de incapacitação nos quais fomos impedidos de nos emocionar ou experimentar afetos de qualquer tipo, são os principais responsáveis pela baixa tolerância ao desconforto, falta de controle emocional e ineficácia interpessoal.
 
Para ultrapassar esta situação, a psicologia atual desenvolveu uma infinidade de técnicas e estratégias para elevar a a capacidade de controle dos impulsos. De acordo com Marsha Linehan, «existem 3 técnicas que ajudam a ter uma vida que vale a pena ser vivida.
 
Segundo A Mente é Maravilhosa, é essencial ter em conta, em primeiro lugar que, a pessoa em causa precisa de assumir que tem um problema no que se refere ao controle emocional e, acima de tudo, que o quer solucionar, pois só assim as técnicas vão fazer sentido e surtir efeitos positivos. Sublinha a mesma fonte que se trata de um processo lento, que requer muita persistência, paciência e esperança, já que, só assim será possível alcançar os objetivos pretendidos.
 
A primeira habilidade a implementar é a tolerância ao desconforto, sendo que, nesta etapa, a pessoa vai  aprender de uma vez por todas, a internalizar a ideia de que a dor é inevitável e imprevisível. E, neste ponto, não se trata apenas da dor emocional, pois a dor física também é assim.
 
Refere a mesma revista que, na realidade, ninguém sabe quando pode ser picado por um inseto ou magoar-se de qualquer forma, por isso, há que aprender a tolerar essa dor durante algum tempo. Depois, é preciso aprender a aplicar essa tolerância ao desconforto, sendo que, há três passos que devem ser colocados em marcha: distrair-se, relaxar e enfrentar.
 
No que se refere à distração, é preciso perceber que, apesar de serem muito intensas, as emoções duram pouco tempo. Neste sentido, distrair-se ajuda a libertar essa tensão, o que acontece aos poucos.
 
As melhores formas de distração são aquelas que têm a ver com os outros, como por exemplo,  ligar a um amigo de confiança e conversar sobre um tópico irrelevante ou perguntar como está, abordando algumas futilidades sem se comprometer com aquilo que o inquieta nesse momento.. Ao mesmo tempo, também constitui uma distração arrumar a casa, regar ou podar plantas, arrumar uma gaveta ou uma divisão da casa que há muito necessite desse nosso gesto empenhado ou simplesmente dar uma volta a pé pelo parque ou pelo jardim.
 
O objetivo desta técnica é evitar que se tomem decisões “a quente”, que se espere que esse foco de tensão diminua e que depois, se possa parar e pensar no assunto calmamente.
 
No que se refere à segunda técnica, o relaxamento, é fundamental que se eduquem os cinco sentidos de forma a que consiga estar ligado ao presente. Como cada pessoa tem a sua forma e o seu ponto de equilíbrio, não há grandes soluções para encontrar o relaxamento a não ser sugerir que envolva os seus órgãos dos sentidos nesse momento que está a viver. Sente-se num banco de jardim despreocupado com o telefone ou com algo que o possa impedir de descontrair. Observe a natureza em seu redor, ouça os sons, sinta os aromas, toque numa planta, por exemplo. Aprecie o momento que está a viver e que está à sua frente.
 
Por último, é tempo de enfrentar. Neste terceiro ponto, assumimos desde logo que é a tarefa mais difícil do processo, uma vez que, é neste momento que a pessoa vai ter de enfrentar o problema para o poder solucionar. A sugestão passa por agarrar num papel e numa caneta e desenhar o que o aflige, escrever o que se está a passar para que, aos poucos, encontre uma resposta vinda do seu “eu” interior já despida de emoções.
 
Faça questões a si mesmo, pergunte-se qual é o seu verdadeiro problema, perceba o que se está a passar dentro de si de uma forma clara e honesta.
 
Exemplos de questões que pode colocar a si mesmo:
 
Qual é o problema? Tem a ver com o meu trabalho,  com o meu parceiro, com os meus amigos? O que eu quero alcançar? Que maneiras existem para conseguir o que quero? Alguém se vai  prejudicar se eu implementar essas alternativas? Qual é a opção mais saudável?
 
Ao responder a estas perguntas, a pessoa estará muito mais apta a tomar uma decisão consistente sobre o problema e a executar o plano de enfrentamento.
 
Tenha em mente que, deverá utilizar estas técnicas sempre que se sentir instável em termos emocionais e com vontade de “explodir”. É um processo longo como já afirmaram os entendidos na matéria, mas aos poucos, a pessoa habitua-se a passar por estas três técnicas que lhe começam a dar mais segurança e confiança nas suas decisões. A pessoa começa a perceber que reage muito mais calmamente e de forma mais consciente, o que evita muitos problemas e conflitos com os outros, logo ganha uma nova vida e uma nova esperança. Confiar é a chave do sucesso!
 
Fátima Fernandes