Enurese

Este é o nome técnico para descrever um fenómeno que muito incomoda as crianças e, ainda mais os pais que, nem sempre agem da melhor forma para com os filhos nesta situação.

 
Enurese descreve o acto de fazer chichi na cama após os 5 anos de idade, sendo que, é a partir dessa idade que se deve pensar mais seriamente no problema, muito embora, as atenções estão sempre centradas a partir dos 3 anos. 
 
Apesar do muito que se possa pensar, a Enurese é um processo involuntário, pelo que a criança não só, não o faz intencionalmente, como o consegue controlar sem ajuda. Ao mesmo tempo, devem ser apuradas as causas para que se possa intervir e, estas podem ser de vária ordem. 
 
Causas: 
 
Para além das causas genéticas e hereditárias, é sempre de considerar que, na maioria das situações se trata apenas de causas de simples resolução e de maior empenho por parte dos pais. 
 
Um ponto de partida para as causas da Enurese começa sempre pelo estado de ansiedade da criança em perceber que urinou na cama mais uma vez e que, provavelmente será culpabilizada e castigada, sem esquecer que, muitos pais a humilham fora de casa e em momentos familiares, o que em nada ajuda neste processo. 
 
Após uma primeira fase de avaliação segue-se a avaliação de causas orgânicas que podem estar na base do problema, pelo que devem ser despistadas as infecções urinárias, perceber se já houve um controlo anterior nos fincteres e daí por diante, já que o problema tem de ser investigado antes de se apurarem as causas, de se elaborar um diagnóstico e proceder aos tratamentos que também existem e são eficazes. 
 
Descrição: 
 
Para que melhor se compreenda o processo que controla a urina, explica-se de uma forma muito simplista que todos temos um músculo em forma de anel que circunda uma abertura ou passagem no corpo. 
 
A abertura e o fechamento do ânus é controlado pela contração e relaxamento do fínctere, à semelhança do que acontece com a abertura que leva os alimentos para o estômago a partir do esófago, assim é do desenvolvimento desse controlo que depende a capacidade mais ou menos precoce para que a criança controle o chichi. 
 
Este processo pode ocorrer de uma forma relativamente rápida, ou ser mais lenta, o que faz com que a criança se sinta incomodada com o facto de urinar na cama até tarde. 
 
Assim, a enurese consiste na micção involuntária a partir de uma idade na qual já se deveria ter adquirido o controlo da bexiga. 
 
Na ausência de situações adversas, o controlo dos fincteres, quer diurno quer noturno, ocorre, em cerca de 98% das crianças, até aos 5 anos de idade, o que merece uma avaliação quando o processo insiste em demorar mais tempo e em se prolongar pela idade escolar ou mesmo até aos 14 anos como ocorre em alguns casos. 
 
Tipos: 
 
Encontram-se dois tipos de Enurose, isto porque, esta pode ser noturna (quando ocorre apenas durante o sono) ou diurna (quando ocorre com a criança acordada). 
 
A noturna é de longe a mais comum, sendo vários os factores que contribuem para esta situação e, geralmente, estão relacionados com a profundidade do sono, a menor capacidade da bexiga e uma maior produção de urina durante a noite. 
 
Ao mesmo tempo, conhece-se a Enurise primária e a secundária sendo que, se considera a enurese noturna primária quando ocorre todas as noites e secundária quando se verifica após um período de controlo prévio, geralmente de mais de um ano. A secundária exige a investigação de factores orgânicos e emocionais. 
 
Conselhos úteis: 
 
Eis alguns conselhos que podem ajudar as crianças com enurese: o primeiro ponto a ter em atenção é que os pais devem ser os primeiros a encorajar a criança a superar esse problema, pelo que devem pedir ajuda à criança para fazer a cama para que verifique o sucedido, dizer que outros meninos também já fizeram o mesmo e que passou com a ajuda dos pais e outro tipo de palavras de apoio, uma vez que a criança fica muito frustrada com a situação. 
 
Depois facilitar o acesso á casa de banho também constitui um aspecto tão importante como verificar se existe algum medo por parte da criança em se levantar de noite e de ir á casa de banho. 
 
Os pais também podem ajudar a criança a resolver este problema incentivando-a através de um sistema de prémios, à medida que vai conseguindo o controlo. É fundamental relembrar que a enurese é involuntária, pelo que a criança não deve ser castigada ou culpabilizada. 
 
Um ambiente de ansiedade ou rigor excessivos em relação a este problema podem tornar-se nocivos e adiar a resolução. 
 
Existem ainda medidas práticas que ajudam na resolução do problema tais como: 
 
- O quarto da criança deverá localizar-se o mais próximo possível da casa de banho, de modo a facilitar o acesso; 
 
- deixar uma luz acesa; 
 
- não encorajar o uso de fraldas; 
 
- proteger o colchão; 
 
- estimular a criança a ingerir líquidos durante o dia para que possa reconhecer a sensação de bexiga cheia; 
 
- reduzir a ingestão de líquidos à noite. 
 
Refira-se que, na maioria das crianças, a enurese trata-se seguindo estas recomendações. Se optar por recorrer ao uso de fármacos, deve fazê-lo com a prescrição de um médico especialista na área, uma vez que, estes medicamentos baseiam a sua acção na produção de um efeito antidiurético que deve ser ponderado. 
 
O mais comum é a desmopressina, que pode ser administrada por via oral ou intranasal. É de salientar que o seu uso só é recomendado em crianças com mais de 5 anos de idade, devendo a dose ser adequada ao seu peso e administrada sob vigilância médica. 
 
Estes fármacos têm como efeitos secundários a hiponatremia (redução nos níveis de sódio) e, consequentemente, convulsões e retenção de líquidos que deve ser muito bem avaliada para detectar os benefícios e os prejuízos. 
 
Na consulta de pediatria, a dose é ajustada de acordo com a evolução da criança, à qual é pedido o preenchimento de um calendário onde deverá apontar os dias em que não ocorrem "acidentes", de modo a avaliar os progressos alcançados. 
 
Nunca é demais reforçar que a criança com enurese deverá ser seguida numa consulta de especialidade, onde a avaliação e o tratamento são individualizados e adequados à especificidade da situação, uma vez que, uma situação de resolução relativamente simples, pode acabar por ser mais complexa quando as falhas são muito visíveis. 
 
Registe ainda que se deve dizer á criança que está errado o acto de fazer chichi na cama, sob pena de arrastar ainda mais o processo, mas encontrar formas pedagógicas de fazer o processo. 
 
Não se deve colocar a criança no quarto dos pais por essa situação, nem sequer dormir com ela, mas sim incentivar ao seu crescimento e amadurecimento, já que o excesso de mimo também facilita o arrastamento do problema como todos os excessos. 
 
Existem aparelhos com um alarme específico disponíveis no mercado que acordam a criança mal começam a correr as primeiras gotas de urina que a ajudam a fazer o alerta para se levantar e ir à casa de banho. 
 
Nota: 
 
Em caso de problemas com as crianças, o primeiro passo deve ser a procura de apoio médico especializado. 
 
Este artigo é meramente informativo e um ponto de partida para saber mais acerca do assunto em causa.
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