Ninguém decide ser maduro ou imaturo, simplesmente isso é uma consequência do percurso de cada pessoa, no entanto, tomar consciência de que se é imaturo pode ser o primeiro passo para procurar melhorar a situação.
Tendo por base essa necessidade, reunimos as 5 características que determinam a imaturidade para que as confira abaixo, no entanto, é importante ter em conta que, a imaturidade emocional pode ser definida como uma condição onde as pessoas não renunciaram aos seus desejos ou fantasias da infância.
Segundo a revista A Mente é Maravilhosa, as pessoas imaturas «acreditam que o mundo gira ao seu redor e existe para satisfazer os seus desejos e fantasias, ou que a realidade se deve ajustar ao que elas desejam». Da mesma forma, a maturidade emocional pode ser definida «como um estado de força e temperança que nos leva a comportamentos realistas e equilibrados».
Segundo a mesma revista, mais do que uma definição abstrata, a maturidade ou imaturidade mostra-se através de características de comportamento, pelo que pode desde já, conferi-las e perceber se é uma pessoa emocionalmente imatura:
1. Pessoas egocêntricas
Entender que o mundo não gira em seu redor é um grande passo no processo da maturidade. O bebé não sabe disso, pelo que pede para se alimentar às 2 da manhã e não se importa se isso afeta o sono dos pais. À medida que cresce, aprende a reconhecer que nem sempre consegue tudo o que quer, que as outras pessoas e o seu mundo também têm as suas necessidades. É por isso que, o amadurecimento
envolve sair da prisão de si mesmo e perder a ilusão que rodeia a vida de um bebé: basta pedir para que uma necessidade ou desejo seja satisfeito. Enquanto perdemos gradualmente essa fantasia, também nos tornamos conscientes de uma bela possibilidade: a aventura de explorar o universo dos outros. Se tudo correr bem, «aprenderemos a preservar o eu e chegaremos até ao outro». Já dizia Einstein que a maturidade começa quando conseguimos sair de nós e aprender a também nos preocuparmos com o outro.
2. Dificuldade em assumir compromissos
Um sinal claro de imaturidade é a dificuldade em assumir compromissos. Para uma criança é muito difícil desistir do que deseja naquele momento para alcançar um objetivo a longo prazo. Se lhe dermos uma guloseima e lhe dissermos que se não a comer naquele momento ganhará mais uma, o desejo de comer a guloseima que tem na mão vai aumentar e impor-se.
Através do processo de maturidade compreendemos que os sacrifícios e as restrições são necessárias para alcançarmos o sucesso. Comprometer-se com uma meta ou uma pessoa não é uma limitação da liberdade, mas «uma condição para se projetar melhor a longo prazo».
3. Tendência para culpar os outros
As crianças são orientadas em grande parte da sua vida por outras pessoas, e não agem conforme a sua vontade. No entanto, é preciso ter em conta que as mesmas estão num processo de formação e inserção numa cultura. Enquanto são pequenos, acreditam que o erro acarreta uma punição, pelo que não se importam muito com os danos que causaram, mas com a punição ou as sanções que podem receber.
A Mente é Maravilhosa lembra na mesma publicação que, crescer é abandonar esse doce estado de irresponsabilidade. Amadurecer é compreender que somos os únicos responsáveis pelo que fazemos ou deixamos de fazer. Reconheça os seus erros e aprenda com eles. Saiba reparar os danos que causou e aprenda a pedir perdão são a base para que se torne numa pessoa mais madura.
4. Estabelecer relações de dependência
Para as pessoas imaturas, os outros são um meio e não um fim em si mesmos. Não precisam dos outros porque os amam, mas amam-nos porque precisam deles. Dessa forma, costumam construir relações de dependência.
Importa sublinhar que, para estabelecer ligações com base na liberdade, somos obrigados a ter autonomia. No entanto, as pessoas emocionalmente imaturas não têm uma noção clara do que é a autonomia. Muitas vezes acreditam que satisfazer as suas vontades é um comportamento autónomo, mas para assumir as consequências dos seus atos, precisam dos outros para amortecer, esconder ou aliviar a sua responsabilidade.
5. Irresponsabilidade na gestão do dinheiro
Segundo a mesma revista, a impulsividade é uma das características mais marcantes das pessoas imaturas. Uma impulsividade que se expressa frequentemente na forma como gerem os seus recursos, como por exemplo, o dinheiro. Assim, a fim de satisfazer os seus desejos imediatamente, compram o que não precisam com o dinheiro que não têm.
Às vezes embarcam em aventuras financeiras bizarras: não analisam objetivamente os investimentos e não conseguem avaliar as consequências a médio e longo prazo. Por isso, vivem sempre endividadas, somente para satisfazer todos os seus caprichos.
Ao reconhecer que é uma pessoa imatura já está a dar um passo importante para tomar consciência dessa realidade e tentar mudar algo na sua vida, o mesmo se passa quando perceber que um filho, um amigo, um familiar é imaturo. Não julgue, ajude-o a melhorar e, se necessário, procure um psicoterapeuta que o poderá encaminhar para uma melhor forma de construir a maturidade através de perceção de algo que o impediu de lá chegar no momento adequado.
Fátima Fernandes
