Sociedade

Francisco Amaral: “As autarquias são um verdadeiro ministério da solidariedade”

 
O autarca de Castro Marim, mostra-se preocupado com as condições de vida da população portuguesa e, relativamente ao seu concelho, as inquietações não são menores.

 
Para Francisco Amaral, “os números que ilustram a progressão económica do nosso país são importantes e, acredito que satisfaçam o Governo, mas quem assiste diariamente às dificuldades em que as pessoas vivem, como é o caso dos autarcas, tem uma posição completamente diferente. Acredito que não passa pela cabeça de muita gente como é viver condicionado de quase tudo”.
 
Ilustrando o cenário de muitas famílias que, enfrentam o desemprego, a dificuldade de regressarem ao mercado de trabalho e de fazerem face às suas despesas, o autarca de Castro Marim adianta que, “há pessoas sem dinheiro para uma consulta médica, há pessoas que me chegam a pedir ajuda para poderem comprar os óculos para os filhos, para conseguirem algo que não é um luxo e que o dinheiro que se recebem de algum tipo de apoio não permite comprar”.
 
O edil de Castro Marim avançou ao Algarve Primeiro que, “desde que tomei posse já atendi cerca de 800 pessoas, o que ilustra bem a realidade de muitas famílias, em que o casal se encontra desempregado e, bem sabemos que os apoios são escassos. É uma situação muito difícil e, apesar dos números indicarem uma melhoria, na vida das pessoas; no seu quotidiano esse alívio tarda em chegar, o que faz com que tenham de recorrer aos que lhe estão mais próximos como é o caso das autarquias”.
 
Visivelmente preocupado com esta realidade, Francisco Amaral sublinhou a importância de ter ido para o terreno fazer parcerias com Instituições Particulares de Solidariedade Social e com o Instituto do Emprego e Formação Profissional, no sentido de criar, Programas Operacionais para Carenciados, com vista à criação de postos de trabalho em que a câmara assume a parte que deveria ser paga pelas instituições.“Penso que somos a única autarquia da região, a fazer isto, e até ao momento, já foram criados 170 empregos, mas a realidade é avassaladora e tem de ser combatida, sob pena de muitas famílias não conseguirem sobreviver com o mínimo de dignidade”. 
 
Num breve retrato sobre o país, o autarca realçou que “é muito difícil para este Governo, como seria para qualquer outro, fugir das medidas impostas pela troika. Eles emprestaram-nos o dinheiro e colocaram as condições. O que nos limita agora e vai certamente condicionar o futuro das próximas gerações”.
 
Sem esquecer o cenário que conduziu o país para esta condição de pobreza, Francisco Amaral recuperou, “gastou-se muito dinheiro mal gasto. No tempo da ‘vacas gordas’ não havia forma de conter os gastos. Foi PPPs, SCUTS e, sobretudo, sabe-se agora, muita corrupção que levaram o país à bancarrota e temos, de encontrar soluções para as pessoas, já que é a população quem mais sofre com tudo isto. Preocupa-me seriamente o desemprego, pois sem esse recurso tudo é mais complicado e, é por aí que temos de ‘atacar’ o problema.