Infeções Urinárias

 
Estudos recentes que incluem os dados anteriores já comprovados, reforçam a ideia de que existe uma associação à atividade sexual para o surgimento das infeções urinárias.

 
Por detrás da sua origem está um conjunto de bactérias que são responsáveis pela infeção. Entre outras, as mais comuns são: Escherichia coli, Proteus mirabilis, Pseudomonas, Enterococus e Klebsiella. 
 
De salientar que, a infeção urinária tem origem rectal/intestinal, as bactérias encontram-se ao nível da vulva e da vagina, conseguindo migrar ao longo da uretra para a bexiga, receptáculo húmido e quente que favorece a sua multiplicação. 
 
Sintomas: 
 
Como consequência desta presença bacteriana, surge uma resposta inflamatória que se traduz em ardor miccional, o aumento da frequência urinária acompanhado de sensação de esvaziamento incompleto e dor suprapúbica, os habituais sintomas da cistite. 
 
De referir que, nem sempre se trata de uma infeção urinária na medida em que os sinais se confundem com cistites não infecciosas, intersticiais, causadas por agentes químicos, físicos ou outros, razão pela qual a paciente deve ser observada e convenientemente diagnosticada para se proceder ao tratamento adequado. 
 
Diagnóstico e tratamento: 
 
Atendendo ás queixas e ao desenvolvimento doloroso desta patologia, em regra, o clínico procede de imediato ao tratamento baseado nos dados que lhe são fornecidos pela paciente. Assim, pela standarização de sintomas, nem sempre se torna necessário recorrer a meios de diagnóstico muito exaustivos. 
 
O médico urologista procede à prescrição de antibióticos para combater a infeção, o que não substitui um exame bacterológico que possa apurar as verdadeiras causas da infeção e alertar a paciente para a sua prevenção, sobretudo porque se regista um aumento das causas associadas a comportamentos sexuais desprotegidos, sem as necessárias condições de higiene e, logo mais propensos à multiplicação bacterológica. 
 
O clínico deverá estar atento sobretudo à repetição das infeções, o que muitas vezes é impedido pela mudança de médico e pela falta de averiguação da ficha clínica da paciente no mesmo local de atendimento, mas é essencial apurar as causas para as evitar e encontrar soluções para as sucessivas infeções que, de todo prejudicam o organismo. 
 
De salientar ainda que, só essa franqueza para com o profissional de saúde vai permitir avaliar a origem das infeções sucessivas, bem como perceber se se trata de uma disfunção orgânica ou de comportamentos de risco. 
 
Mais acerca das infeções urinárias: 
 
Estudos levados a cabo recentemente pelo Dr. José Santos Dias, revelam que, “o deficiente funcionamento das «válvulas» dos ureteres na sua união com a bexiga é um dos exemplos ilustrativos”. 
 
Assim,“a abertura dos dois ureteres – canais que transportam a urina dos rins para a bexiga – está protegida por uma espécie de válvulas que impedem a urina de refluir quando a bexiga permanece cheia. Todavia, ao registar-se alguma anomalia ocorre um refluxo vesico-ureteral, fator que favorece a infecção ascendente da bexiga para os rins”. 
 
De acordo com o mesmo clínico, existem bactérias que pertencem à mesma espécie, mas possuem virulências diferentes, “revelam maior ou menor agressividade para invadir, aderir à mucosa do aparelho urinário e progredir de forma rápida, como é o caso da Escherichia coli, que é vulgarmente conhecida como “Coli-bacilo”. Neste contexto, compreende-se que seja muito raro ser a mesma bactéria a provocar as infeções, sejam elas na bexiga ou nos rins. 
 
Com sintomatologia distinta a infeção pode ser assinalada de diferentes formas, no caso por exemplo da piolonefrite, as pacientes apresentam sinais como mal-estar, prostração, febre, náuseas e dores lombares. 
 
Incidência: 
 
A maior incidência das infeções urinárias ocorre nas jovens adultas e no período pós menopausa. O fato do público feminino ser o mais afetado prende-se com as caraterísticas anatómicas da mulher que são distintas das do homem. 
 
As mulheres sexualmente ativas fazem parte do grupo de risco por tudo o que envolve a sexualidade não protegida. Muitos especialistas recomendam que, após o ato sexual, a mulher deverá urinar, já que é uma forma de prevenir a infeção. 
 
Curiosidades: 
 
Acredita-se que a uva-do-monte que é um fruto muito semelhante ao mirtilo, possui propriedades que podem interferir na capacidade de aderência de certas bactérias à mucosa do aparelho urinário, por isso o seu sumo tem vindo a ser utilizado na prevenção de infecções. 
 
Entenda este artigo como meramente informativo e não um meio de diagnóstico. 
 
O médico urologista é o responsável pelo estudo, avaliação e correto encaminhamento em caso de infecção urinária e a visita atempada pode reduzir muitos prejuízos e desconforto.
 
AP