Contrariamente ao que se possa pensar, ser inteligente não é uma garantia de ser bem sucedido.
Durante muitos anos, acreditou-se que, uma pessoa inteligente teria um bom emprego garantido, uma relação estável e uma vida abonada. Nada mais errado! De acordo com os trabalhos de investigação levados a cabo, o esforço é a base do sucesso, pelo que, uma pessoa pode ser muito inteligente, mas se não for empenhada, se não se esforçar, se não trabalhar, certamente que não conseguirá alcançar o que pretende.
De acordo com um trabalho de investigação realizado com crianças, conseguiu-se demonstrar que, o foco na inteligência conduz à desmotivação, enquanto que, a concentração na persistência dá lugar ao empreendedorismo.
Durante dois anos, a equipa de investigadores visitou 53 pequenos estudantes para registar as suas rotinas. No início do estudo, as crianças tinham entre 2 e 4 anos de idade. Os investigadores, observaram e registaram a forma como os pais elogiavam os filhos. Uns enalteciam o esforço, outros os traços de caráter e outros elogiavam de forma neutra com palavras como por exemplo, “Que bom!”, “Uau!”, “Muito bem”.
Passados cinco anos estas mesmas crianças foram entrevistadas, agora com 7-8 anos de idade.
A partir da análise destes dados, os cientistas conseguiram chegar à seguinte conclusão: «as crianças que tinham ouvido mais elogios pela sua persistência eram as mais interessadas em desafios». Para os perseverantes o foco do trabalho é encontrar os erros cometidos ao longo do processo e tentar corrigi-los para avançar.
Tendo por base uma publicação do Up to Kids, reunimos alguns conselhos que podem ajudar os pais a incentivar o esforço e o empenho nas crianças:
1. Fique atento ao tipo de elogios que faz aos seus filhos.
Em vez de enaltecer apenas os resultados, elogie o processo para chegar ao resultado. “Que bom teres tentado diferentes estratégias para conseguir resolver isso”, ” Eu vi que não desististe mesmo sendo uma tarefa tão difícil .” “Parabéns pela nota do teste, compensou o esforço!”
2. Estimule os seus filhos para a curiosidade e para o gosto em aprender.
Aplique o termo em inglês usado por Dweck que é “growth mindset”. Se as crianças acreditarem que o sucesso é resultado direto do quanto são (ou não) inteligentes então a motivação diminui: já que o sucesso está “predestinado” para que tentar?
3. Errar é humano e faz parte da aprendizagem.
Não deixe que os seus filhos acreditem que falhar é algo horrível. Pelo contrário, mostre-lhes que o erro é apenas um desafio a ser superado. Não há razão para ter vergonha de errar ou falhar se o erro nos fará progredir. Além disso, todos falhamos, temos dúvidas ou nos sentimos fragilizados em determinados momentos da vida. Assim, temos que ensinar os nossos filhos a ficarem tranquilos quando esses sentimentos aparecerem, para não se tornarem crianças muito vulneráveis e frágeis.
4. Conte histórias de sucesso que enfatizem trabalho duro e o desejo de aprender.
Ensine-lhe que o cérebro é uma “máquina de aprendizagem” e que quanto mais a usarmos, mais forte ele fica.
Registe ainda que, como o exemplo dos pais é o melhor reforço que se pode dar a uma criança, o facto de os progenitores serem trabalhadores também constitui um forte alicerce para que os mais novos sejam mais empenhados e persistentes, por isso, não tema dizer-lhes o quanto se esforçou para conseguir algo.
Fátima Fernandes
