Muitas pessoas ainda continuam a acreditar que o amor da sua vida existe, pelo que só têm de o procurar. Ao mesmo tempo, acabam por viver uma permanente insatisfação devido ao facto de não o conseguirem encontrar, mas afinal de onde vem essa ideia?
O par ou amor ideal resulta da ideia de que o amor se constitui por duas metades de uma laranja que, juntas fazem o todo e encontram a perfeição; o absoluto. Na prática, esta ideia foi e tem sido tão difundida que, há pessoas que passam grande parte da sua vida à procura desse amor e, como não o encontram, vivem em permanente estado de frustração, acabando por rejeitar pessoas com quem até poderiam ter uma relação estável, duradoura e saudável, mas andam sempre à procura do amor perfeito.
Na realidade, ninguém encontra o amor ou par ideal, encontramos sim uma pessoa com quem conseguimos manter uma boa relação devido aos sentimentos que partilhamos, mas também ao projeto de vida que se constrói em conjunto. Quer isto dizer que, muito mais do que passar a vida à procura do amor perfeito, temos de olhar à nossa volta, conhecer pessoas e perceber onde está a empatia e o desejo de partilhar algo em comum com o outro. Quando ambos estão em sintomia, o amor acontece! Na realidade, para além de físico, o amor também tem de ser inteligente. Temos de ser capazes de ver as qualidades do outro, ao mesmo tempo em que apresentamos as nossas. É dessa aceitação mútua que se desenvolve o amor.
Na realidade, cada um pode acreditar no que quiser, pois o romance dá mesmo margem para tudo o que quisermos, o problema só acontece quando passamos uma boa parte da nossa vida a descartar pessoas só porque estamos à procura do amor ideal. Em muitos casos, até podemos já nos ter cruzado com uma pessoa que seria capaz de construir um projeto de vida interessante connosco e descartamo-la à procura do tal amor fantasiado.
Assim, e para o esclarecer melhor, recorremos a uma publicação da revista A Mente é Maravilhosa que nos apresenta cinco razões pelas quais uma pessoa não encontra o amor da sua vida:
1. O amor da sua vida não existe
A primeira razão pela qual não encontra o amor da sua vida é porque ele não existe. Pelo menos, não existe nesses termos de alguém predestinado a ocupar um lugar extraordinário no seu coração. Não existe uma pessoa única com a qual podemos ser felizes num relacionamento, existem muitas.
Evidencia a mesma fonte que, uma qualquer relação, por mais maravilhosa que seja, pode terminar. Isso não depende do destino, nem de forças estranhas. Simplesmente é uma consequência de múltiplos fatores. Os mais frequentes são expectativas frustradas e dificuldade em acolher de forma madura o outro na nossa vida.
2. O narcisismo impede-nos de aceitar as diferenças
Muitas pessoas pensam que o seu par ideal é um tipo de reflexo de si mesmas. Procuram alguém que seja a sua própria versão num corpo alheio. É óbvio que é preciso existir uma compatibilidade sólida entre ambos, mas isso não elimina o facto de que também podem existir, e existem, grandes diferenças entre ambos.
Se não encontra o amor da sua vida, é possível que tenha uma ideia muito pessoal do amor. Talvez acredite que um grande amor é aquele que lhe satisfaz as necessidades ou realiza os seus desejos, mas e você? É capaz de satisfazer por completo as necessidades de outra pessoa? Será que está a analisar a situação apenas sob a sua perspetiva sem uma capacidade para incluir o outro? Vale a pena refletir sobre isso!
3. Fantasias adolescentes, um motivo pelo qual não encontra o amor da sua vida
Há muitas pessoas que ainda sustentam a ideia de que deve “aparecer” alguém que lhes vai fazer sentir borboletas no estômago, suor nas mãos e corações a saltar-lhe pelos olhos. Ou, ainda, que as levem ao paraíso apenas com a sua presença. Nessa espera, desvalorizam tudo o resto.
Essas fantasias são uma vaga lembrança dos primeiros amores adolescentes. O amor e a juventude levam-nos a sentir o afeto dessa maneira durante essa fase das nossas vidas.
Ao mesmo tempo que a juventude não volta, os amores também já não serão efervescentes como nessa altura. Em contrapartida, podem ser muito melhores, mais reais e mais duradouros.
4. Não foi desenvolvida a capacidade de se comprometer
Uma das razões mais comuns pelas quais não encontra o amor da sua vida pode ser a dificuldade em se comprometer.
Assumir um compromisso não é fácil. Implica um conjunto de perdas e renúncias, além de uma aceitação de que a realidade é incompleta e imperfeita. É a negociação da fantasia romântica porque se trata de um ato racional.
Às vezes não queremos aceitar que a realidade tem facetas ordinárias, nas quais não há violinos a tocar. O compromisso não é compatível com o idealismo, mas com o realismo. Nem todos possuem as ferramentas para se comprometerem de coração com o outro. Nessa medida, nenhum amor vai sobreviver ao tempo e às dificuldades.
5. Obsessão pelo sucesso
Atualmente, existe uma grande obsessão pelo sucesso, particularmente no âmbito profissional. As pessoas querem chegar ao topo. Ter mais dinheiro, mais prestígio, mais tudo. A única maneira de conseguir isso é entregar a vida ao trabalho e aos projetos.
Nessas condições, é muito difícil que um grande amor prospere. Inclusive, para essas pessoas, o próprio amor acaba por se tornar numa empresa que deve ser rentável. Neste ponto, é preciso revelar um dos grandes segredos do amor verdadeiro: apaixonamo-nos pelas vulnerabilidades e pelas necessidades do outro, não pelos seus acertos e sucessos.
Se se lamenta por não encontrar o amor da sua vida, pense que não há nada para encontrar, pois não se trata de procurar, mas sim de construir.
Não se trata de ser amado, mas de amar. Esta é a fórmula para conseguir viver um relacionamento plenamente feliz.
Lembre-se de que, quanto mais realista for, mais facilmente encontrará o amor, não o da sua vida, mas um amor com quem dividir a vida!
Fátima Fernandes
