O projeto “Loulé +Social”, uma iniciativa da Câmara Municipal de Loulé que contará com 35 técnicos, pretende promover o bem-estar físico e psicológico das pessoas e famílias, "ajudando a fortalecer as redes de suporte familiar e social, tendo sempre presente a coesão social do território", informa nota da autarquia.
"Acolhimento, humanização, respeito e esperança" são palavras que transmitem o ambiente desta nova "casa" para muitos louletanos que vivem em situações de maior vulnerabilidade, ou para quem chega ao concelho em busca de uma vida melhor. "Cada canto, cada detalhe, foi pensado para receber quem mais precisa com dignidade, com empatia e com um grande olhar humano", explicou Sandra Vaz, a responsável do Departamento de Desenvolvimento Social e Saúde do Município de Loulé, durante a apresentação do espaço localizado na Avenida José da Costa Guerreiro.
São mais de uma dezena os serviços que são prestados pela equipa técnica do departamento, apoiada pelos parceiros da Rede Social como a Segurança Social, GNR e IPSS.
Foi recentemente criada uma "equipa de intervenção de primeira linha" no âmbito do Radar Social que irá identificar, as situações mais vulneráveis que ainda não estão a ser acompanhadas. É no “Loulé +Social” que será realizado um primeiro diagnóstico e feito o encaminhamento para os respetivos serviços.
Também o acompanhamento dos beneficiários do RSI – Rendimento Social de Inserção é assegurado no mesmo serviço, através de uma equipa multidisciplinar com 5 técnicos, no âmbito de um protocolo celebrado com a Fundação António Aleixo.
No “Loulé +Social” irá funcionar o Balcão da Inclusão Itinerante que tem por objetivo informar sobre os direitos das pessoas com deficiência. É realizado com marcação prévia "para garantirmos toda a acessibilidade", frisou Sandra Vaz.
O Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes, o Banco Local de Voluntariado são serviços que passam a estar sediados no “Loulé +Social”, tal como o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo de Loulé. A autarquia conta, nesta área, com uma equipa de rua, e tem na resposta de alojamento temporário o housing first (4 vagas) e apartamentos partilhados (20 vagas), através de protocolo de parceria com o Grupo de Apoio a Toxicodependentes.
No campo do Serviço de Apoio à Família, o edifício integra salas para atendimento de apoio psicológico, terapia da fala para crianças do pré-escolar e 1º ciclo e rastreios da saúde visual infantil às crianças integradas nos estabelecimentos de ensino pré-escolar da rede pública (em parceria com a Equipa de Saúde Escolar da unidade de Cuidados na Comunidade Gentes de Loulé da ULS Algarve EPE).
Há também espaço para outras respostas no âmbito da saúde e bem-estar, como o “Emocionalmente” ou o “BairrART”, projetos de intervenção em grupo.
A Rede Social, com todas as suas sinergias, como a Rota Loulé Social, a Rede Local Colaborativa, Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento Social, a Semana de Promoção do Envelhecimento Ativo, a Feira Social, o projeto Há Música Nos lares (em parceria com o Conservatório de Música), terá no “Loulé +Social” o seu quartel-general, adianta o Município.
"Um espaço onde será desenvolvido o programa de apoio ao desenvolvimento social, que tem por objetivo fortalecer as instituições sociais do concelho, melhorando os seus equipamentos, materializado através da atribuição de apoio financeiro para o desenvolvimento de projetos ou atividades sociais, para a manutenção e conservação de edifícios, para o apetrechamento de materiais e equipamentos, bem como no apoio à aquisição de viaturas", lê-se ainda na nota.
Em termos de parcerias, o novo projeto irá funcionar em articulação com a Associação Oncológica do Algarve, o serviço de Psico-Oncologia para apoio psicológico a doentes oncológicos, e com a Associação de Paralisia Cerebral de Faro, o Centro de Apoio à Vida, que apoia mulheres grávidas ou puérperas que se encontrem em situação de risco emocional ou social, como as suas famílias e filhos até aos 12 meses.
Para Vítor Aleixo, a abertura deste espaço é "o momento de encerramento de uma política que foi, desde o princípio, pensada para não deixar ninguém para trás", reportando-se à crise socioeconómica que o país vivia aquando a sua tomada de posse, em 2013. "Quando cá chegámos as políticas sociais eram desgarradas, muito débeis e muito aquém das necessidades do concelho. Passados 12 anos, temos verdadeiramente um Estado social à escala local. É uma conquista que espero que nunca se perca", afirmou ainda o autarca, no final do seu mandato.