O chamado “Topo do Algarve”, de acordo com a estratégia de Marketing territorial do Município, vê agora enriquecido o seu enquadramento histórico pela denominação de “Montanha Sagrada”, segundo os historiadores, Monchique deriva do topónimo árabe “Monte Saquir” que equivale a Montanha Sagrada.
Neste sentido, a Câmara Municipal de Monchique, deliberou, por unanimidade, solicitar à Assembleia Municipal autorização de Geminação com o Município de Montejaque (Monte Saquir), da Província de Málaga em Espanha.
Esta é o primeiro pedido de autorização de Geminação de um projeto que envolve outros dois Municípios espanhóis, Mojacar e Montejicar que, em conjunto com Monchique, segundo o Professor em História Medieval e com especialização em Língua Árabe, Virgilio Enamorado, eram as Montanhas Sagradas do Al Andaluz, todas elas com a mesma designação: “Monte Saquir”= Montanhas Sagradas do Al Andaluz.
A Geminação proposta pela Câmara Municipal de Monchique, deriva de diversos contactos efetuados entre ambos os Municípios, onde se destaca, no passado dia 13 de agosto, uma visita e assinatura, na sede do Ayuntamento de Montejaque, por parte do Alcaide de Montejaque, D.Diego Sánchez Sánchez e do Presidente da Câmara Municipal de Monchique, Rui André, do compromisso de início do processo administrativo de Geminação entre Monchique e Montejaque.
Nesse dia, foram ainda apresentadas, as Montanhas Sagradas do Al Andaluz por parte do Historiador da Escola de Estudos Árabes de Granada, Virgilio Enamorado.
Após a autorização da Geminação, terá lugar a assinatura dos Protocolos de Geminação e as propostas de Geminação com os outros dois Municípios de Mojacar e de Montejicar, um da Província de Granada e outro de Almeria, ambos na Andaluzia.
Para a edilidade a importância destes atos, "surge na altura em que o Turismo do Algarve está a lançar a Rota Omíada na região, onde Monchique se integra".
Para Rui André, edil de Monchique «esta iniciativa é um exemplo da consolidação de iniciativas que temos tido na afirmação da identidade e património de Monchique. O ato administrativo de geminação vem ratificar os laços comuns existentes e, na minha perspetiva pessoal, abrir as portas à investigação e reconhecimento da presença árabe no nosso território. Monchique tem património edificado dessa época que poderá revelar-se muito importante. Os árabes disseram que estas eram Montanhas Sagradas, os Romanos aqui descobriram água que também disseram que eram sacras ou sagradas. Temos muito a aprender, a descobrir. Abre-se uma nova Janela de oportunidades para o território e para a afirmação identitária e turística de Monchique no âmbito Ibérico».
Rui André acrescentou ainda que «esta valorização do nosso Património coletivo estará ainda associado a alguns investimentos de destaque, quer ao nível de investigação quer ao nível de prospeção e valorização de alguns elementos de onde tem destaque o Castelo de Alferce. De referir que, de momento, o Município de Monchique tem um técnico de Arqueologia que se encontra, a preparar algumas parcerias com diversas entidades, nomeadamente a Universidade do Algarve e a Direção Regional de Cultura do Algarve.»
