A Dra. Holly Thomas afirma que a questão pode estar mais relacionada com fatores socioculturais do que propriamente biológicos. "Mulheres de diferentes grupos culturais têm atitudes diferentes, diferentes níveis de conforto e ideias distintas sobre a valorização do sexo à medida que se envelhece".
Esta parece ser uma resposta mais completa suportada por um recente estudo que envolveu 3.200 mulheres acompanhadas durante cerca de 15 anos, com o objetivo de perceber a ligação entre a idade e o desejo sexual.
De acordo com o trabalho de investigação citado pela CNN, "cerca de um quarto das mulheres considera o sexo muito importante, independentemente da idade". No que se refere à idade, o estudo mostrou que o sexo continua a ser muito valorizado pelas mulheres de várias faixas etárias.
Na posição dos especialistas, estudos como estes fornecem informações valiosas aos profissionais de saúde que, de outra forma, podem relacionar o declínio do desejo sexual da mulher como parte natural do envelhecimento", afirmou a Dra. Holly Thomas durante uma conferência.
Segundo a CNN, investigações realizadas anteriormente revelaram que o interesse desaparecia com os anos. No entanto, os profissionais de saúde relembram que se tratava de «uma conclusão precoce» sobre um único momento ou evento na vida da mulher. Pelo contrário, o novo estudo demonstrou as alterações ao longo dos anos, sendo que, os resultados desta pesquisa são mais esclarecedores.
Tendo por base o Swan - estudo da Saúde da Mulher no País, podem tirar-se três conclusões: a primeira mostrou que cerca de um quarto das mulheres (28%) valorizaram menos o sexo durante a meia-idade. Por outro lado, 27% das inquiridas considerou o sexo muito importante ao longo dos 40, 50 e 60 anos.
A maioria das mulheres (48%) confessou que a vida sexual foi importante na entrada na menopausa, mas perderam gradualmente o interesse com o passar dos anos. Em entrevista ao mesmo canal de televisão, a diretora do Mayo Clinic Center for Women’s Health, Faubion, relembrou que a atividade sexual vai sempre variar consoante a idade. "Podemos ter que fazer algumas alterações, mas as pessoas que são saudáveis e que estão em bons relacionamentos permanecem sexuais".
Uma das conclusões mostra que entre as inquiridas que valorizavam o sexo, encontravam-se mulheres mais bem instruídas e menos deprimidas. Por outro lado, o estudo revelou mais um fator importante: a etnia.As afro-americanas revelaram que o sexo era importante para elas durante a meia-idade. Já as mulheres chinesas e japonesas consideraram a atividade sexual pouco importante nesta fase da vida.
Este estudo naturalmente que abre portas para que mais e melhor se aborde o tema e, para que se ultrapassem barreiras impostas também pelo preconceito e pelo medo.
De sublinhar que, cada vez se fala mais abertamente no sexo da meia idade, o que provavelmente irá contribuir para que se descubram novas facetas da sexualidade na mulher.
Fátima Fernandes
