Curiosidades

O poder das ervas aromáticas

 
Ao longo de todo o ano, seja em saladas, chás ou temperos, as ervas aromáticas devem constituir um aliado na alimentação.

Com diferentes formas, tamanhos, tonalidades, aromas e sabores, as ervas aromáticas têm acompanhado os hábitos alimentares ao longo da própria evolução humana, sendo ancestrais os seus poderes medicinais e inconfundíveis os benefícios para a saúde.
 
Em termos alimentares, as ervas aromáticas são um importante aliado da saúde, na medida em que, para além do aroma, do colorido que fornecem aos pratos, são uma importante fonte de redução do sal e um poderoso aliado no tempero.
 
As pequenas de tamanho, mas grandiosas em termos de benefícios para o organismo, são detentoras de propriedades que contribuem para prevenir algumas doenças e para promover a saúde em geral. Graça Raimundo, presidente da Associação Portuguesa de Dietistas (APD) reforça a importância de comprar ervas aromáticas de maior qualidade, enaltecendo as vantagens de as utilizar diariamente nos cozinhados.
 
Em termos históricos, sabe-se que, os Sumérios, em 5000 a.C. usavam o tomilho pelas suas propriedades medicinais. No século IX, o Imperador Carlos Magno defendia que "as ervas aromáticas são o amigo dos médicos e os elogios dos cozinheiros", sugerindo precisamente a sua duplicidade de ações.
 
"É reconhecida de longa data a relação entre a utilização das ervas aromáticas e o conceito de saúde, podendo ser consideradas uns dos primeiros alimentos funcionais", esclarece Graça Raimundo, dietista.
 
A utilização diária de ervas aromáticas na alimentação associa-se a vários benefícios. "Encorajam a diversificação na ingestão de alimentos, incentivando novas escolhas alimentares. A confeção de hortícolas, por exemplo, poderá beneficiar substancialmente, tornando-se muito mais apetitosa aquando da utilização de ervas aromáticas", defende a dietista. Além disso, estimulam o apetite ao aumentarem o sabor e aroma dos pratos. 
 
"Favorecem os métodos de confeção que pressupõem a utilização de uma quantidade reduzida de gorduras, além de aumentarem a biodisponibilidade de nutrientes e outros componentes biologicamente ativos, tais como antioxidantes, verificando-se um efeito sinergético", adianta Graça Raimundo. 
 
Ao mesmo tempo e, tendo por base as explicações da mesma responsável, “as ervas aromáticas têm o mérito de proporcionar uma diminuição do aporte de sódio, sendo uma excelente alternativa à adição de sal como tempero, muito útil para os doentes com hipertensão, insuficiência cardíaca e insuficiência renal".
 
Para facilitar a utilização das referidas “ervas poderosas”, a revista Exame, com a ajuda da nutricionista Cintia Azeredo, listou as dez ervas aromáticas que devem fazer parte da alimentação diária.
 
Alecrim – A sua ação antisséptica e anti-inflamatória ajuda a reduzir a pressão arterial e a preservar o fígado. De aroma suave e comum em chás, o alecrim ajuda ainda a combater a depressão e a reduzir os sintomas pré-menstruais.
 
Manjericão – Presente nas mais tradicionais pastas italianas, o manjericão tem um alto poder anti-inflamatório e antioxidante.
 
Salsa – Esta é uma das ervas aromáticas mais comuns na culinária portuguesa e talvez das mais poderosas também. Além de ajudar na menstruação, diz a publicação, a salsa é também boa para cuidar de problemas urinários e renais. E ainda ajuda a branquear os dentes.
 
Tomilho – Anti-envelhecimento e aliado no combate a problemas respiratórios.
 
Hortelã – Seja em refeições salgadas ou doces, a hortelã possui uma ação analgésica, estimulante, aromatizante, antioxidante e ajuda ainda a aliviar problemas digestivos.
 
Oregão – Esta é a erva que mais e melhor combate as bactérias inimigas do organismo. E ainda uma das mais versáteis para uso culinário.
 
Camomila – Calmante, antidiarreica, analgésica, antialérgica, anti-inflamatória, sedativa e diurética, diz a Exame.
 
Erva-príncipe – Esta é uma das mais poderosas a nível antibacteriano e antidepressivo.
 
Chagas – Reforça o sistema imunológico e possui ainda poderes digestivos e antibacterianos.
 
Sálvia – Diz a Exame que esta erva é digestiva, diurética, hipoglicémica, antisséptica e antioxidante.
 
Não integrando esta lista, mas também muito utilizados na alimentação portuguesa, com especial destaque para a cozinha algarvia, os coentros assumem-se como uma erva que se utiliza como especiaria e que conta com numerosas propriedades benéficas para a saúde humana. 
 
Usam-se tanto as folhas como as sementes e em algumas ocasiões inclusive confunde-se com a salsa, embora se tratem de duas ervas diferentes.
 
Muito utilizado na salada de alface, nos temperos de carne e no marisco, com especial destaque para amêijoas e conquilhas, o coentro é um importante aliado em casos de diarreia.
 
Além disso, e embora possa parecer contraditório, esta erva também é útil para combater a prisão de ventre, para casos de digestões dolorosas e transtornos digestivos em geral.
 
As sementes de coentro utilizam-se em alguns locais como remédio natural para tratar a insónia e a ansiedade.
 
Outra das suas propriedades é o fato de funcionar como estimulante do sistema nervoso, de tal forma que se recomenda para facilitar o desempenho mental.
 
O coentro conta também com vantagens antibióticas e antibacterianas, pelo que pode ser útil no tratamento de feridas.
 
Fátima Fernandes