Comportamentos

O que leva as pessoas a quererem tudo só para elas?

 
Um transtorno mental resultante de uma fase mal resolvida na infância.

 
Designam-se por egocêntricas as pessoas que querem tudo só para elas e, de um modo geral, é uma doença mental que resulta de um afastamento da realidade social.
 
Este tipo de pessoas é incapaz de incluir os outros nas suas ações e pensamentos, pelo que acredita que o mundo gira em seu redor.
 
Desejam ser o centro das atenções e, para além disso, são extremamente materialistas e incapazes de dividir o que quer que seja. Pelo contrário, estão sempre à espera que os outros os considerem como o centro do mundo e que lhes deem tudo, mesmo o que não lhes faz falta, mas julgam-se superiores, importantes e merecedores de tudo.
 
Por norma, estas pessoas não apresentam qualquer tipo de sentimentos, muito menos a capacidade de reconhecerem ou identificarem as necessidades dos outros, pelo que estão sempre à espera que as suas “necessidades exacerbadas” sejam satisfeitas.
 
A convivência com este tipo de personalidade é muito difícil e requer um conjunto de cuidados muito especiais, pois é fácil ser o alvo das suas intenções maléficas já que a sua mente é muito ativa e criativa e, é-lhes muito fácil colocar um “rótulo” e abandonar a situação, mesmo que seja o cônjuge que não lhe fez uma vontade ou não maximizou as suas qualidades num qualquer momento.
 
A necessidade de ser o centro do mundo é de tal ordem que remonta à mentalidade de uma criança de três anos que não aprendeu a incluir os outros em seu redor. 
 
Aquilo a que se designa de “teimosia infantil”, dá lugar a adultos doentes e incapazes de incluir os outros no seu mundo que se fecha cada vez mais à medida em que o tempo passa, pois têm de estar sempre no centro ou no palco de todas as situações e, cada vez mais sem “público” que assista a esse egoísta constante.
 
Estas pessoas não têm amigos, não reconhecem laços familiares, muito menos o sofrimento dos outros. Não apresentam sinais de compaixão e até ficam satisfeitas com o insucesso dos outros, já que isso será um pretexto para que tenham mais evidência.
 
Frios e calculistas, podem ser homens ou mulheres e a ganância não os deixa dividir o que quer que seja. É um transtorno mental cuja principal consequência da sua doença é a solidão e o isolamento, já que não conseguem manter relações quando não são o centro das atenções. 
 
Raramente conseguem ter pessoas honestas em seu redor, ainda que escondam durante muito tempo essas qualidades egóicas.
 
Detestam ser contrariados e rejeitam evidenciar alguém, pelo medo de se sentirem inferiores. Por essa razão, são os primeiros a “abater” os outros à sua volta, o que dificulta muito qualquer tipo de relacionamento mais próximo, já que, pessoas com autoestima recusam estas falsas amizades.
 
Não existem “fórmulas mágicas” para lidar com este tipo de pessoa, mas quem quer alimentar algum tipo de relação terá mesmo de se sujeitar a ser “gato e sapato” que é como quem diz, tentar não lidar muito proximamente com ela, procurar satisfazer-lhe as necessidades egóicas, tentar ignorar o que diz, fazer um esforço por aceitar o muito relevo que dá a pequenas coisas que faz como se de grandes ações se tratassem e, não permitir que, em algum momento esta personalidade se sinta minimizada, por aí, tudo se complica.
 
Os técnicos recomendam que se lide em grupo para ter “escapes” e evitar ouvir e falar demasiado com este tipo de pessoas, bem como que se desvalorize os seus comentários. Ao mesmo tempo, os psicólogos dizem que nunca se deve desistir de dar a opinião, ainda que seja muito difícil ser ouvido e aceite por este tipo de personalidade que se centra em si mesma, que só organiza eventos onde possa sobressair e que se senta sempre na linha da frente para ser escutado e poder brilhar no palco que é cada vez mais restrito e pessoal.
 
Fátima Fernandes