Curiosidades

Os arrependimentos antes da morte

 
Tendo por base os apontamentos de profissionais de saúde que acompanham doentes em fase terminal, é interessante analisar os principais arrependimentos que as pessoas sentem antes de terminarem o seu percurso de vida.

Assim, no topo da lista dos arrependimentos que a maioria das pessoas sente está o pouco tempo que dedicaram aos filhos.
 
É pouco antes de morrer que muitas pessoas lamentam o facto de terem dado mais atenção ao trabalho e ás exigências sociais e de terem dedicado pouco tempo; ou menos do que gostariam, aos filhos. Em muitos casos, assiste-se a um pedido de desculpa sentido de quem fez o melhor que conseguiu, mas que toma consciência de que poderia ter feito melhor.
 
Na mesma lista está o muito tempo que se dedicou ao trabalho; a fazer horas extraordinárias, comprometendo a vida familiar e os momentos agradáveis que se poderiam ter passado com quem se ama.
 
Na mesma linha de arrependimentos numa fase em que, apesar de ser terminal, ainda se consegue evoluir e crescer, está o excesso de importância que se deu aos bens materiais. É no leito de morte que muitas pessoas se dão conta de que o dinheiro não paga tudo e que deveria ter um papel menos relevante na vida do ser humano. Muitas pessoas acabam por acumular bens materiais, mas sentem-se tristes e vazias no fim da vida, razão pela qual sugerem que os mais novos não cometam o mesmo erro.
 
Segue-se o excesso de importância que se atribuiu à opinião dos outros. É na fase final de vida que muitas pessoas registam que deram muita importância ao que os outros pensavam a seu respeito, às suas sugestões e conselhos e que, efetivamente isso não contribuiu para a melhoria da qualidade de vida, muito menos para a sua felicidade. Arrependem-se de o terem feito e deixam o alerta para as gerações mais novas.
 
São muitas as pessoas que antes de morrerem querem dar uma palavra, nem que seja por telefone, aos amigos de  longa data para lhes pedir desculpa por não terem tido tempo para estar com eles, para tomar um café, para acrescentar a amizade que construíram no passado, que permaneceu em termos emocionais, mas que não se alimentou com contactos. Estas pessoas deixam também o alerta para que se faça uma melhor gestão do tempo, pois só assim se consegue ter de tudo um pouco e sair do mundo com o coração cheio de afetividade.
 
No lote de arrependimentos, estão também os conflitos desnecessários que se viveram com colegas, amigos e familiares que, «não passaram de maus momentos, de ideias infundadas, de más interpretações, de crenças erráticas e de deturpação dos valores que, no fundo, pouco contribuíram para dignificar a condição humana e dos quais se arrependem e consideram que poderiam ter feito melhor».
 
Nessa fase terminal, são também muitas as pessoas de ambos os géneros que dizem arrepender-se de não ter estado mais em contacto com a natureza e com as coisas belas da vida. Lamentam ter dedicado um percurso ao trabalho, ao materialismo, à opinião exterior e de terem olhado muito pouco para si mesmas. Nos últimos momentos de vida, aproveitam para fazer uma análise do seu percurso, para se olharem por dentro e para tirarem algumas conclusões acerca da sua trajetória, o que, na posição dos entendidos, «revela muita coragem e vontade de ser melhor até ao fim».
 
De acordo com os profissionais de saúde que elaboraram esta lista, «é impressionante a capacidade que estas pessoas reúnem para crescerem, mesmo num momento final em que aparentemente pouco se poderia acrescentar». Para os mesmos especialistas, «estas mensagens e o desejo que as gerações vindouras façam melhor do que elas fizeram, revela uma enorme grandeza de caráter e um coração cheio de coisas boas».
 
Posto isto, viva mais, ame mais, esteja mais presente na vida de quem ama e dedique uma boa parte do seu tempo a conhecer-se e a seguir o que sente!
 
Fátima Fernandes