Sociedade

Os desafios das mães solteiras

 
Aborda-se pouco este tema, mas é preciso considerar que, uma mãe solteira tem muitas mais dificuldades e desafios do que qualquer outra mulher.

As razões são várias, mas na maioria dos casos, são os cenários de divórcio que ditam que uma mulher fique com a responsabilidade dos filhos, da casa e da profissão.
 
Se há contextos em que, mesmo depois da separação é possível manter a atenção do pai por perto, são muitas as situações em que isso não acontece, o que acarreta ainda mais dificuldades para estas mulheres.
 
Segundo a ONU – Organização das Nações Unidas, existem mais de 100 milhões de mães solteiras em todo o mundo, o que por si só, justifica uma chamada de atenção para este tema e para as dificuldades que estas mulheres enfrentam.
 
É inegável que uma mãe solteira tem muitas mais responsabilidades, dificuldades e uma coragem acima da média que lhe permite enfrentar esse desafio diário, muitas vezes sem pensar em si mesma e dando total prioridade aos filhos.
 
Em muitos casos, são mulheres que acumulam mais do que uma profissão como forma de garantir o sustento dos filhos, cobrir as despesas com a renda da casa e demais bens de primeira necessidade.
 
Também há casos em que a mãe solteira não consegue ter tempo para trabalhar mais e acaba por viver com dificuldades acrescidas num cenário de pobreza extrema.
 
Um outro ponto sobre o qual devemos refletir enquanto comunidade é, como é que estas mulheres conseguem, em muitos casos viver sem um parceiro quando a sua vida já é tão complicada. No entanto, são muitas as situações em que as mulheres dizem não conseguir ter tempo e disponibilidade para amar alguém porque se confrontam com muitas exigências no seu quotidiano para que consigam dar resposta aos filhos.
 
Ainda neste contexto, os especialistas alertam que é muito delicada a tarefa de viver exclusivamente para os filhos, na medida em que todos os seres humanos precisam de amar e de ser amados, para além de ser fundamental que os adultos também se relacionem uns com os outros seja em que tipo de relação for.
 
É essencial dar resposta aos mais novos, mas é igualmente importante que, o pai ou a mãe estejam preenchidos emocionalmente para que possam dar uma melhor educação aos seus descendentes. Assim, é preciso aliviar “a carga” destas mulheres que acabam por encarar os filhos como “uma missão de vida” e que se esquecem de si mesmas, facto que as prejudica e que também não conduz os mais novos ao bem-estar pretendido.
 
Na mesma sequência, os entendidos falam ainda sobre o excesso de trabalho e de desgaste em que vivem estas mulheres, situação que, em muitos casos, as conduz ao esgotamento, a estados de ansiedade e depressão.
 
Assim, seja por divórcio, viuvez ou qualquer outro motivo que ditou a separação do casal, não existe razão alguma para que uma mulher não se reorganize e faça a sua vida com outra pessoa. Pode namorar se optar por não dividir a casa com outra pessoa, mas não deve de forma alguma isolar-se do mundo e privar-se do amor, recomendam os especialistas na área sentimental.
 
O facto de estas mulheres só se dedicarem aos filhos, não as torna melhores mães, pois como já referimos, ter alguém da mesma idade com que se possa partilhar objetivos, temas comuns e outros interesses é muito gratificante e saudável.
 
Faz bem aos mais novos saberem que a mãe está feliz com alguém, o que também os motiva para que tenham uma vida mais prazerosa no futuro.
 
Nunca é demais alertar a sociedade para esta realidade, já que, pessoas mais informadas e esclarecidas, são mais felizes e têm mais qualidade de vida. É ainda imperioso refletir sobre os apoios sociais e a falta deles para esta franja da sociedade tão fragilizada e que passa por muitas dificuldades para poder assegurar o sustento e a qualidade de vida dos filhos. Respeito, compreensão e benefícios é o melhor que se pode oferecer a estas famílias monoparentais, sublinham os mesmos entendidos. 
 
Fátima Fernandes