Família

Os filhos devem ou não dormir com os pais?

 
De acordo com a Academia Americana de Pediatria, é benéfico para os bebés dormir no quarto dos pais até aos seis meses de idade, «sendo que partilhar o quarto com os pais jamais significa dormir na mesma cama». Neste sentido, a partir dos 6 meses, é aconselhável que a criança durma no seu quarto.

Apesar de parecer simples, a verdade é que a questão divide os especialistas. Por um lado, há quem defenda que é positivo que as crianças durmam com os pais afim de melhorar o vínculo, mas também há quem encontre desvantagens nesse comportamento.
 
No meio da controvérsia, muitos pais acabam por não saber o que fazer. Com este apontamento, tentaremos apresentar as vantagens e as desvantagens dessa opção, sendo que, «a última decisão cabe naturalmente aos progenitores que, no seio da sua família, acabam por encontrar a sua escolha».
 
Relativamente aos pontos positivos de as crianças dormirem com os pais, temos a evidenciar:
 
Nos bebés, essa opção promove a amamentação noturna, na medida em que se torna mais fácil para a mãe alimentar o seu bebé sem precisar de se levantar.
 
Depois, é ainda de considerar que, quantas mais vezes o bebé mamar a meio da noite, maior será a produção de leite no dia seguinte.
 
Seguidamente, está provado que, traz paz de espírito aos pais porque a mãe, por norma, fica preocupada com o facto de o bebé poder ter algum problema a meio da noite. Ao estar ali perto, a mãe consegue vigiar mais e melhor o bebé.
 
Também se defende que, as crianças que dormem com os pais dormem mais. A sensação de conforto que o bebé sente na presença dos pais pode aumentar-lhe os períodos de sono. Mesmo que acorde diversas vezes a meio da noite, acaba por voltar a adormecer naturalmente, o que constitui também um conforto para os pais.
 
Na mesma sequência, há quem comprove o ponto anterior sublinhando que, quando dormem noutro quarto, os bebés tendem a chorar para chamar os pais, o que não acontece se dormirem com eles ou no mesmo quarto.
 
Muitos entendidos nesta matéria também defendem que, o facto de os bebés dormirem com os pais facilita o apego, o que melhora significativamente a relação entre pais e filhos. Com esse grau de proximidade, os bebés sentem-se seguros e criam mais facilmente laços afetivos com os pais. Esse reflexo prolonga-se até à idade adulta e dá lugar a pessoas com mais autoestima.
 
Apesar de ainda não existirem evidências científicas suficientes para comprovar o assunto, acredita-se que, quando os bebés dormem com os pais apresentam menos problemas de comportamento, enquanto que  lhes facilita a independência nas etapas seguintes.
 
No plano oposto, são apresentadas as seguintes desvantagens:
 
Os pais descansam menos, têm menos qualidade no sono e o casal pode começar a apresentar problemas na sua intimidade. Ainda assim, há casais que encontram outros momentos para vivenciarem a sua intimidade e acabam por ultrapassar este obstáculo.
 
Há especialistas que apontam um atraso no desenvolvimento evolutivo das crianças, especialmente a partir dos sete ou oito anos de idade, que ainda dormem com os pais. As crianças precisam de ter o próprio espaço e de se acostumarem a dormir sozinhas. «Não fazer isso pode ser patológico para o seu desenvolvimento».
 
Também há quem defenda que, as crianças ficam mal acostumadas e que depois não querem dormir sozinhas. Há quem afirme que, é um mau hábito e que pode funcionar como um excesso de mimo, para além de se poderem tornar emocionalmente dependentes dos pais e que não desenvolvam uma autonomia adequada.
 
Já se percebeu que, não existe “uma fórmula secreta”, mas sim convenientes e inconvenientes, pelo que, os pais devem ponderar muito bem, procurar sempre saber mais e tomar a sua decisão, sabendo que, em educação nunca está tudo sabido e que, desde que estejamos conscientes dos prós e dos contras, encontraremos sempre o equilíbrio nas nossas decisões.
 
Fátima Fernandes