Comportamentos

Os principais inimigos de uma relação

O estilo de apego é determinante para garantir que uma relação é duradoura.
O estilo de apego é determinante para garantir que uma relação é duradoura.  
Foto:DCStudio (Freepik)
Muitas vezes nem se pensa no assunto, mas o maior inimigo de uma relação somos nós próprios.

Temos problemas do passado mal resolvidos, temos muitos medos guardados e não falamos sobre eles, queremos que a nossa cara metade nos faça esquecer tudo e que comecemos uma vida nova e inspiradora, mas pouco fazemos para resolver os nossos conflitos internos.
 
Na posição dos especialistas nesta matéria, uma relação é essencial para o equilíbrio e bem-estar do ser humano, mas «não é a salvação para todos os males, nem a resolução de todos os nossos problemas», no entanto, é muito comum que se pense assim e, em muitos casos, essa é a chave para que muitas relações não resultem.
 
É evidente que, qualquer um de nós vai para um relacionamento com tudo o que é e com todas as suas feridas e marcas do passado, mas se não as trabalhar, vai correr o sério risco de não encontrar o amor, muito menos a realização e o bem-estar, já que está sempre carregado/a de expectativas sobre o assunto e com pouco espaço e tempo para si mesmo/a.
 
Os terapeutas conjugais deixam 7 alertas que podem destruir o amor e uma relação, são eles:
 
1.Não espere “tudo” do seu parceiro
 
Às vezes, queremos que a outra pessoa seja a figura responsável por desligar todos os nossos medos. Aquele homem ou mulher que resgata, cura, alivia e resolve todos os nossos problemas e necessidades. No entanto, devemos estar cientes de que não podemos colocar este fardo sobre os ombros do outro.
 
Procurar alguém para descarregar todos os nós emocionais e mágoas do passado não resolvidas é um fardo excessivo. Podemos esperar do outro amor, apoio e compreensão incondicional, mas não que ele represente a solução para todas as nossas necessidades.
 
2.Apego excessivo, amor sufocante
 
O estilo de apego é determinante para garantir que uma relação é duradoura. Às vezes, a baixa autoestima leva –nos a relacionamentos baseados na dependência, que acabam por sufocar o outro, ao mesmo tempo em que nos fazem perder também as forças e o entusiasmo, pois só vivemos em função dessa área de vida. Estas pessoas costumam dizer que o/a companheiro/a é tudo para elas e que não conseguem viver sem essa pessoa, pelo que, é fundamental ter em conta que o excesso de apego sufoca e gera medos desnecessários. Estas pessoas tornam-se obsessivas, ciumentas e com um constante medo do abandono, o que não permite que o amor flua e que seja saudável para ambas as partes.
 
3.Aprenda a dizer o que pensa e o que sente
 
Muitas pessoas partem do pressuposto de que o/a companheiro/a adivinha o que estão a pensar e a sentir e pouco se empenham em explicar-lhes o que se passa. Naturalmente que este é um erro muito comum e que destrói uma qualquer relação em pouco tempo.
 
É essencial que aprendamos a dizer no momento certo aquilo de que não gostamos numa situação, que falemos acerca dos mais variados assuntos e que sejamos capazes de enfrentar a pessoa amada e de lhe dizer que pode não ter sido correta connosco num qualquer contexto. Esta assertividade é uma arte para proteger o amor e as relações.
 
4.O outro não é culpado por tudo o que nos acontece
 
É comum que os parceiros culpabilizem o outro por tudo o que se passa de menos correto no dia a dia. As mulheres, por exemplo, costumam apontar o dedo pelo que o companheiro não faz, dizem que este não a ajuda nas tarefas domésticas , que não cuida dos filhos, mas ainda assim, é sempre ele o responsável por tudo o que corre menos bem na vida familiar. Este facto desgasta a relação e reduz a autoestima do parceiro que, mais cedo ou mais tarde, tenderá a ir-se embora, alertam os especialistas. Para evitar este problema, ambos os parceiros devem conversar acerca de todos os assuntos, combinarem o que cada um deve fazer e assumir que, a responsabilidade  é de ambos. Quando uma relação cai na rotina, também não é só culpa dela, pois ambos dividem o quotidiano e as tarefas, pelo que tudo deve ser abordado abertamente. A mulher também não é a responsável por um problema no trabalho do marido, tal como ele não tem a missão de estar sempre pronto para o sexo. Um casal é constituído por duas pessoas, cada uma faz a sua parte e juntos têm de estar disponíveis para mudar quando necessário e para melhorar a vida a dois.
 
5.A segurança e a autoestima são alicerces fundamentais para uma relação
 
Pode afirmar-se que, a insegurança e a baixa autoestima são dois elementos que destroem uma relação em pouco tempo. Uma pessoa que vive muitos medos e que não gosta de si mesma, acaba por se sentir sempre ameaçada, por temer ser traída, por recear não ser desejada e poder vir a ser abandonada. Neste sentido, é muito importante que esta pessoa olhe para dentro de si mesma, que reflita acerca dos seus atos e medos e que trabalhe as suas emoções. Em muitos casos, é necessário o apoio de um profissional na área da psicologia.
 
6.Não se concentre mais nas falhas do que nas virtudes do outro
 
Há pessoas que só se focam naquilo que o/a parceiro/a não tem e desvalorizam totalmente o que a outra pessoa tem de melhor. Torna-se num hábito estar sempre a criticar, a apontar o dedo às falhas e a minimizar as situações em que o outro deu o seu melhor e até conseguiu surpreender. Este é mais um problema grave das relações e que, apesar de ocorrer em ambos os géneros, é mais comum nas mulheres que parecem estar sempre prontas para se evidenciarem e para ridicularizarem as ações do parceiro. É fundamental que se aceite e reconheça que, um relacionamento é sempre constituído pelas qualidades positivas e negativas de ambos, pelo que, quem passa a vida a só olhar para o erro, certamente que está a colocar a sua relação a prazo.
 
7.Dar o relacionamento como garantido
 
Uma regra de ouro para uma qualquer relação é nunca subestimar o amor do outro, uma vez que, para além de ser incorreto, de gerar sofrimento, a crença de que o outro estará sempre ali dá lugar à rotina, a maus-tratos e a faltas de respeito. Depois, se amamos aquela pessoa, que sentido faz tratá-la como um objeto que está ali sempre ao nosso dispor? Vale a pena pensar neste ponto tão importante para a saúde de um casal, para manter o amor vivo, ativo e criativo. Devemos lutar diariamente pelo relacionamento e partir do princípio de que, a pessoa que está ao nosso lado, merece ser bem tratada, mimada, amada e acarinhada, pois só assim podemos afirmar o que sentimos e permitir que o outro também esteja feliz ao nosso lado.
 
Fátima Fernandes