Família

Pais e filhos não têm de «viver em guerra»

 
Longe vão os tempos em que as relações familiares se processavam com base na luta e na competição entre os seus membros.

Com o novo modelo social a que assistimos em que a sociedade é cada vez mais exigente para com os seus elementos, é na família que se procura o conforto necessário para viver com qualidade e harmonia.
 
No mundo competitivo em que vivemos, faz cada vez mais sentido que a família seja o porto-seguro, o lugar onde há compreensão, afeto, confiança e amor, reforçam os especialistas em psicologia.
 
Nesta sequência e tendo por base uma publicação da Escola da Inteligência,  as relações que são construídas pelas pessoas nesse ambiente «devem ser pautadas pela confiança, mais do que isso, devem ser estabelecidas por meio do diálogo, do toque, do abraço, das demonstrações de afeto, da troca de experiências e da aprendizagem que se dá entre essas ligações».
 
A mesma publicação refere que, «é na família que surgem as primeiras aprendizagens e, é dela que recebemos os exemplos para o nosso comportamento e atitudes».
 
Nunca é demais realçar que a família promove a educação das gerações mais novas, das suas tradições, cultura e valores, transmite posicionamentos, opiniões e reflexões sobre o mundo e a sociedade em que vive.
 
Segundo a Escola da Inteligência, a personalidade de cada indivíduo recebe uma forte influência da sua família. Todos somos parte de uma família, e todos carregamos em nós não apenas o ADN, mas também um pouco do que a família encerra. É igualmente verdade que também aprendemos nos vários grupos em que participamos e com as mais variadas experiências, ainda assim, é na família que colhemos uma parte significativa das nossas influências, daí ser tão importante uma relação de qualidade entre pais e filhos.
 
Nesse sentido, a preocupação maior dos pais deve ser «desenvolver relações de amizade com os filhos», já que isso vai despertar o amor e a admiração dos mais novos.
 
A Escola da Inteligência não tem dúvidas de que, é numa base de encantamento que nasce o respeito e as melhores marcas do desenvolvimento. Para que tal se processe com naturalidade e da melhor forma, é necessário que cuidemos diariamente da relação familiar, já que, segundo a mesma publicação, é como se de uma planta se tratasse, é preciso regar, cuidar, retirar as ervas daninhas, e alimentar com o melhor que somos e que temos.
 
Na prática, é preciso começar desde cedo e depois, ir percorrendo as diversas etapas de desenvolvimento dos nossos filhos. Ter em atenção a importância do acompanhamento escolar, estabelecer um tempo diário para o diálogo e o salutar convívio, bem como procurar estar presente nas mais variadas situações quotidianas.
 
A mesma publicação evidencia ainda a importância dos erros e das experiências em conjunto que devem ser resolvidos, corrigidos de forma compreensiva e partilhada.
 
Os pais devem ser capazes de assumir as suas falhas e de pedir desculpa sempre que necessário, já que isso também se irá refletir no comportamento dos filhos. Não se devem esquecer de que são um exemplo para os seus filhos e que, tal como já dissemos acima,  a relação deve ser cuidada e alimentada.
 
Muito mais do que uma preocupação com heranças, os pais devem focar-se na qualidade da relação que mostram e proporcionam aos filhos, para que, em conjunto, se validem esses princípios e bases de convivência.
 
Para um filho é muito mais representativo o amor e essa base afetiva que suportam as memórias positivas do que simplesmente olharem para os pais como números ou donos de património. Naturalmente que, em harmonia, tudo é positivo, não se pode é permitir que a questão financeira domine a relação afetiva e de confiança que se pretende.
 
De acordo com a Escola da Inteligência, os pais devem ensinar os filhos a desenvolver habilidades socioemocionais, a desenvolver as funções nobres da mente, a falar sobre os seus medos e não viver na escuridão de si mesmo, a expor as suas ideias e a conviver em harmonia com o outro, a ser empático e carismático nas suas relações, a pensar antes de agir, a enfrentar os desafios de forma inteligente e a aprender com os seus próprios erros.
 
«A família é o berço do amor, da compreensão, do afeto, é o lugar onde as pessoas devem encontrar apoio, lições e aprendizagens, mas que acima de tudo, as relações sejam saudáveis e de convivência harmónica».
 
A mesma publicação evidencia que, «os filhos não precisam de pais gigantes, mas de seres humanos que falem a sua linguagem e sejam capazes de penetrar-lhes o coração».
 
Fátima Fernandes