Família

Pais e filhos:sugestões para manter o respeito de parte a parte

 
O respeito é algo de fundamental em todas as relações e, pela proximidade, pelos laços afetivos, por se tratar de uma relação para a vida, é fundamental que pais e filhos se respeitem mutuamente. Por norma, os pais exigem e preocupam-se com o respeito que os filhos lhes merecem, mas será que pensam da mesma forma quando dos mais novos se trata?

 
Para ter a certeza de que a vossa relação é partilhada e de respeito mútuo, vale a pena conferir estes 4 tópicos que asseguram o respeito dos pais para com os seus filhos sem perderem de vista a sua posição de adultos, de educadores e de autoridade. Importa relembrar que, quando os pais respeitam os filhos, estes igualmente os respeitam, daí ser tão importante viver uma relação mútua nesse sentido.
 
1. Ouça o que o seu filho tem a dizer, mas respeite também o seu silêncio
 
É importante que os pais percebam os diferentes tempos dos seus filhos. Por um lado, é preciso conter a ansiedade e a curiosidade em fazer um lote de perguntas quando a criança chega a casa. Será muito mais fácil criar um espaço de conversa onde ela sinta essa liberdade para ir dizendo como foi o seu dia, o que almoçou, com quem brincou e o que aprendeu. Depois, é fundamental perceber que a criança, tal como o adulto, precisa do seu tempo de silêncio, sobretudo logo quando chega a casa e em que só tem vontade de brincar ou de fazer alguma atividade do seu agrado. Respeitar estas duas vertentes faz com que os filhos igualmente respeitem o tempo e o espaço dos pais. Ambos estão em liberdade para falarem quando assim o entendem.
 
2. Pergunte o que ele quer
 
Um dos aspetos que mais pontos a favor acarreta na relação entre pais e filhos é possibilitar que, desde cedo, os mais novos participem nas escolhas, seja nas suas, seja a dar uma opinião ou uma sugestão.  Os pais é que decidem aquilo que é mais importante, no entanto, é fundamental mostrar aos mais novos que a sua opinião conta e que os pais também a acatam. Uma saída de casa por exemplo, um passeio em família, devem ser sugeridos por todos, tal como uma brincadeira. Este aspeto é essencial para o respeito de parte a parte e também para a conquista da autoconfiança e da autonomia da criança.
 
3. Respeite o tempo do seu filho
 
As crianças vivem essencialmente no presente e, como tal, não conseguem organizar muito bem o seu tempo. Esta é uma das causas pelas quais muitos pais se aborrecem já que a criança não tem pressa para se vestir, para tomar banho ou para arrumar o seu quarto. Não existe uma preocupação com o futuro como se passa com os adultos. O segredo é equilibrar as coisas o melhor possível, de forma a que a criança vá crescendo e compreendendo essa importância e aprender a gerir o seu tempo. Quando não há pressa, ela pode aproveitar o seu tempo livremente, quando há uma hora marcada; os horários para cumprir, os pais devem explicar-lhe que tem de se apressar porque tem de ir para a escola ou para outra atividade que tem uma hora marcada. Este respeito pelo seu tempo e, ao mesmo tempo o contacto com a realidade que tem outras exigências, é crucial para o desenvolvimento da criança, para se organizar no mundo e para perceber que há tempos diferentes para diferentes atividades.
 
4. Aceite o seu filho tal como é
 
Os pais tendem e, é quase impossível que tal não aconteça, a construir expetativas em relação ao seu filho. Desejam que ele seja como eles, que lhes siga o exemplo, que tenha o melhor que eles têm e daí por diante, mas sem se aperceberem, um excesso desta postura, vai levar a uma profunda falta de respeito para com a criança. Se ela tiver de estar sempre a imitar os pais em tudo, deixa de ser ela mesma, fica sem espaço para se descobrir e para se desenvolver. Por essa razão, é essencial assumir que o filho terá qualidades positivas e negativas, que terá traços do pai e da mãe, tal como terá as suas caraterísticas, razão pela qual é preciso aprender a respeitar para ser também respeitado. Se a criança sente que os pais gostam dela tal como é, mais facilmente vai respeitar e aceitar os pais tal como são. Este respeito deve começar no berço e prolongar-se pela vida fora. A criança não precisa de crescer com as caraterísticas do avô e da avó, ser melhor que um primo e daí por diante. Precisa de ter estímulos positivos para que aprenda e para que seja ela mesma.
 
Esta é a base para a fase seguinte que é a adolescência. Quanto melhor decorrer a infância, mais facilitada será a fase seguinte e todo o percurso de um ser humano.
 
Fátima Fernandes