Foram chumbados dois Projetos de Resolução do PCP e Bloco de Esquerda que defendem a extinção do Centro Hospitalar do Algarve.
O PCP fez hoje saber que a Assembleia da República rejeitou ontem com os votos contra de PS, PSD e CDS, o Projeto de Resolução n.º 70/XIII/1.ª.
Um Projeto de Resolução que recomendava ao Governo que, revertesse o processo de fusão do Hospital de Faro e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio no Centro Hospitalar do Algarve, mantendo todos os serviços e valências nos hospitais de Faro, Portimão e Lagos; dotasse as unidades hospitalares algarvias de recursos humanos, materiais e financeiros adequados à prestação de cuidados de saúde de qualidade e procedesse ao levantamento das necessidades de cuidados de saúde da população do Algarve, com vista à apresentação de um plano integrado da reorganização dos serviços públicos de saúde, ao nível dos cuidados primários, cuidados hospitalares e cuidados continuados integrados, envolvendo na sua definição os contributos dos utentes, dos profissionais de saúde e das autarquias.
Para os comunistas este chumbo do PSD e do CDS "revela a intenção de prosseguir com os processos de fusão e concentração de unidades hospitalares públicas com o objetivo de diminuir a capacidade de prestação de cuidados de saúde por parte do Estado e, por essa via, beneficiar os grandes grupos privados que operam no setor".
Relativamente ao PS os parlamentares do PCP, estranham também o chumbo, "alterando o seu sentido de voto relativamente às votações de anteriores iniciativas do PCP sobre a mesma matéria, quando em julho de 2013 e em junho de 2014, o PS votou a favor dos Projetos de Resolução n.º 789/XII/2.ª e n.º 973/XII/3.ª, que defendiam exatamente o mesmo conteúdo do votado ontem".
O PCP frisa que nos últimos anos, a criação do Centro Hospitalar do Algarve contribuiu para uma "acelerada degradação dos cuidados de saúde prestados na região, denunciada por utentes e profissionais de saúde" e apela às populações e aos profissionais de saúde que "intensifiquem a sua luta pelo fim do Centro Hospitalar do Algarve, pela manutenção de todos os serviços e valências nos hospitais de Faro, Portimão e Lagos, pela atribuição às unidades públicas de saúde algarvias de recursos humanos, materiais e financeiros adequados e pela melhoria da prestação de cuidados de saúde na região".
Também o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda apresentou a votação na Assembleia da República o Projeto de Resolução n.º 65/XIII/1.ª que recomendava ao Governo «a imediata extinção do Centro Hospitalar do Algarve e a valorização do Hospital de Faro e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, com gestão descentralizada, reforçando-os com novos profissionais, melhorando e criando novas valências e serviços».
Projeto que teve a reprovação dos deputados do PS, PSD e CDS/PP, incluindo os eleitos pelo Algarve, acrescenta o Bloco, recordando que o modelo de gestão hospitalar no Algarve com a criação do CHA pelo anterior governo "revelou-se um fracasso, colocando em causa o acesso da população algarvia e dos que visitam a região aos cuidados de saúde, violando o seu direito constitucional à proteção na saúde".
O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, acrescentou sobre esta matéria que "torna-se deveras incompreensível e muito lamentável que o PS, agora no governo, dê o dito por não dito e persista em manter um modelo errado de gestão hospitalar na região, esperando que o seu governo não se comporte da mesma forma como o PSD e o CDS/PP, num passado muito recente".
Apesar deste chumbo, os bloquistas reconhecem "que já foram dados alguns passos positivos por este governo para suprir, alguns constrangimentos graves a nível de saúde, no Centro Hospitalar do Algarve, no entanto torna-se urgente reforçar e melhorar as valências e serviços hospitalares da região, dotando-os de novos médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde, responsabilidade que cabe, a partir de agora, ao Partido Socialista".
