Curiosidades

Pessoas ansiosas sofrem de cansaço extremo. Sabe porquê?

 
É comum que as pessoas ansiosas se perguntem qual a razão de se sentirem profundamente cansadas sem um motivo aparente.

Após um período de uma intensa “batalha” psicológica, são evidentes queixas de um corpo que pesa, os músculos doem, há pressão no peito e em todos os momentos há a necessidade de se sentar para recuperar as energias e até a vontade de prosseguir uma determinada tarefa.
 
Recorrendo à explicação dos técnicos, percebe-se que, a fadiga costuma ter duas origens: ou é o resultado de um esforço físico mantido ao longo do tempo ou, pelo contrário, responde a causas psicológicas.
 
De acordo com um estudo realizado no departamento de psiquiatria da Universidade de Manitoba, no Canadá, «o custo da depressão e dos transtornos de ansiedade no mundo do trabalho é imenso». Uma das dimensões mais intimamente relacionadas ao absentismo laboral é a fadiga. Muitas pessoas sentem-se incapazes de se concentrar e de ser produtivas, o que lhes compromete os objetivos e, em muitos casos, as afasta do trabalho.
 
Além disso, as pessoas ansiosas têm dificuldade em manter um estilo de vida saudável, em conseguirem descontrair e tirar mais partido das situações.
 
Estas pessoas encaram tudo como um enorme sacrifício e uma fonte de sofrimento, para além de se sentirem constantemente cansadas sem um motivo aparente.
 
Na posição dos especialistas, as causas centram-se na  relação entre a adrenalina e a ansiedade: ativação física que não descansa. Para os mesmos investigadores, tanto o stress como a ansiedade levam ao aumento da produção de adrenalina e noradrenalina. Esses dois hormónios têm um propósito: ajudar a reagir ou fugir diante de uma ameaça.
 
Dessa forma, é possível elevar a frequência cardíaca e respiratória e a pressão arterial e, além disso, a secreção de cortisol é facilitada. Em circunstâncias normais, essa reação é breve. Assim que a ameaça desaparece, o corpo retorna aos seus níveis normais.
 
No entanto, quando a ansiedade é persistente (e a ameaça não é específica), a presença contínua desses hormónios no organismo é muito prejudicial: então aparecem a exaustão, as dores de cabeça, os distúrbios digestivos, a taquicardia, entre outros sintomas.
 
De acordo com a revista A Mente è Maravilhosa, «quando uma pessoa sofre de um transtorno de ansiedade, a exaustão não é o único sintoma percetível», já que é  comum que a pessoa experimente muitas das dimensões». Tudo isso é o resultado de um corpo e um organismo que estão sempre ativados, preparados para reagir a alguma coisa. E como bem podemos imaginar, isso é exaustivo.
 
Evidencia a mesma publicação que, os músculos são os mais afetados uma vez que, esse estado psicológico transforma o corpo numa pedra pesada: as pernas doem, os braços mal suportam o peso e a região das costas e do pescoço é uma das que ficam  num estado mais crítico.
 
Os músculos são uma região onde a ansiedade exerce um grande impacto. Isso ocorre porque o cérebro leva grande parte da energia para essas áreas do corpo a fim de que reajam e facilitem essa resposta de luta ou fuga relacionada, o que gera tensão acumulada, e acaba por se manifestar em  cansaço exagerado.
 
Segundo os mesmos especialistas, é de ter em conta que, o cérebro também envia mensagens dando conta do que se está a passar no nosso corpo como um mecanismo de defesa. O cérebro emite uma mensagem de exaustão para que a pessoa mude algo no seu estilo de vida e procure alternativas aos seus problemas e a esse estado de ansiedade. Esses sinais constituem um alerta para uma paragem, para um pedido de ajuda médica.
 
A visita ao especialista servirá para descartar eventuais problemas orgânicos que possam existir e, ao mesmo tempo para que o profissional se certifique se se trata de um problema mental. Neste último caso, o psiquiatra será o melhor aliado para prescrever medicamentos em caso de necessidade e orientar para um acompanhamento psicológico.
 
Com este ato de pedir ajuda, o paciente vai aprender a ganhar uma nova vida, um novo estilo e uma nova atitude e, ao fim de algum tempo de tratamento, sentirá resultados muito positivos.
 
Fátima Fernandes