A Câmara Municipal de Loulé aprovou ontem, por unanimidade, em sessão camarária, um voto de congratulação pela atribuição à escritora louletana Lídia Jorge do Prémio Luso-Espanhol de Arte Cultura 2014, pelo Ministério da Cultura espanhol e pela Secretaria de Estado da Cultura portuguesa.
Este documento foi também votado favoravelmente por todos os deputados municipais, na reunião ordinária da Assembleia Municipal que teve lugar ontem à noite.
Criado em 2006, o Prémio Luso-Espanhol de Arte Cultura é atribuído bienalmente e visa premiar a obra de um criador no âmbito da arte e da cultura e incrementar a comunicação e a cooperação cultural entre Portugal e Espanha.
Já receberam este galardão o poeta José Bento, o escritor Perfecto Cuadrado, o Arquiteto Álvaro Sisa Vieira e o cineasta Carlos Saura.
“Lídia Jorge, a ‘nossa escritora’, tem hoje um aplauso e a congratulação de toda uma comunidade que admira a sua de escrita e a sua capacidade de comunicação. Loulé sente-se, pois, orgulhoso por contar com Lídia Jorge como seu expoente máximo em que todos se reveem, sendo este voto de congratulação ora proposto o testemunho e símbolo do enorme apreço em que a temos”, referiu o documento assinado pelo presidente da Autarquia, Vítor Aleixo, e que teve o voto favorável dos vereadores.
Neste voto de congratulação é sublinhada a ligação da escritora à sua terra. “Nascida entre nós, Lídia Jorge é uma referência mundial no campo das Letras, encontrando-se a sua obra traduzida nos mais diversos idiomas mas é, acima de tudo, um exemplo de pessoa, de cidadã e de amor à sua Terra”.
A Câmara Municipal de Loulé considera que este “merecido prémio irá reverter para que a sua criação e produção literária seja mais e mais reconhecida a cada ano que passa”.
Na passada terça-feira, 25 de novembro, Lídia Jorge esteve na Biblioteca Municipal de Loulé como convidada na iniciativa “Discursos Diretos”. Nesse momento, a escritora afirmou que só tem um ‘partido’ e que esse partido são os ‘Louletanos’.
Romancista e contista, Lídia Jorge nasceu em 1946, em Boliqueime. Viveu os anos mais conturbados da Guerra Colonial em África.
Foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social e integrou o Conselho Geral da Universidade do Algarve. O tema da mulher e da sua solidão é uma preocupação central da sua obra.
Nestes últimos anos, Lídia Jorge publicou O Vento Assobiando nas Gruas (2002), romance que mereceu o Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio Correntes d'Escritas.
Combateremos a Sombra, publicado em Portugal em 2007, recebeu em França o Prémio Michel Brisset 2008, atribuído pela Associação dos Psiquiatras Franceses. Com chancela da Editora Sextante, publicou em 2009, o livro de ensaios Contrato Sentimental, reflexão crítica sobre o futuro de Portugal. Seguiu-se-lhe o romance A Noite das Mulheres Cantoras (2011) e, em março de 2014, Os Memoráveis, o seu mais recente romance.
