Sociedade

Presidente do Banco Alimentar Algarve gostaria de ver a instituição encerrada

 
À primeira vista, esta declaração poderia parecer estranha, mas para Nuno Cabrita Alves, presidente do BA Algarve, “seria um sinal de que não haveria fome na região”.

 
Em declarações ao Algarve Primeiro, um dos fundadores do Banco Alimentar do Algarve mostra-se preocupado com as necessidades das pessoas, com a importância de ajudar e com o desejo de não ser necessária essa ajuda.
 
Nuno Cabrita Alves, é natural de Lisboa e, aos 42 anos, acredita no futuro, naquilo que as pessoas são capazes de fazer por si, pelos outros e pelo país.
 
Residente em Albufeira há 10 anos e licenciado em Marketing pela Universidade do Algarve, começou como voluntário do Banco Alimentar de Lisboa, foi um dos membros fundadores do Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve (BA Algarve), em 2006 e, desde que o BA Algarve começou a sua atividade em 2007, foi o seu primeiro e único Coordenador Geral. 
 
Atualmente acumula essas funções com as de Presidente da Direção. Para Nuno Cabrita Alves, “todos os voluntários estão ao mesmo nível, apenas têm diferentes responsabilidades. 
 
No BA do Algarve não há títulos, todos são tratados pelo seu primeiro nome. Todos são iguais e devem estar prontos, num espírito de voluntariado, para fazer o necessário para o sucesso da organização.”
 
É com essa vontade e disponibilidade que dá resposta às mais variadas solicitações, pelo que, “o Presidente do BA no dia-a-dia, tanto pode estar numa reunião com um presidente de câmara ou um diretor regional, como sentado num empilhador a descarregar um camião ou num armazém a preparar cabazes.”
 
Considera-se um homem determinado e firme, que defende uma mudança de atitude, “que assente na busca contínua de soluções para os nossos problemas, quer como indivíduos, como nação ou simplesmente numa organização como o Banco Alimentar.”
 
Ao longo do seu percurso, concluiu diversas pós-graduações, a última das quais em Gestão de Organizações Sociais na AESE – Escola de Direção e Negócios. 
 
Em termos profissionais, após uma década de trabalho no setor agroindustrial, acumulou experiência na banca e seguros, passando em seguida para a consultoria empresarial, onde se encontra até hoje. 
 
No que se refere ao BA entende que “temos mais responsabilidade na busca da nossa felicidade do que aquela que por regra assacamos aos outros. Fazer melhor todos os dias e reconhecer sistematicamente os erros para assim os corrigir, com a devida humildade, é o caminho que preconizo.”
 
Preocupado com o futuro do país, entende que “devíamos ter feito melhor no último século.” Mas considera existir esperança, porque “o poder da mudança depende de nós, da nossa determinação, para que todos em conjunto transformemos o diamante em bruto que é Portugal numa realidade concreta que moldará de forma inequívoca o futuro das nossas vidas.”
 
Afinal, “o trabalho feito por nós fica sempre melhor do que quando é feito pelos outros.”
 
Quanto ao BA Algarve, “a ironia é que gostava de o ver encerrado. Mas apenas porque o encerramento seria sinal que não haveria pessoas com fome na região, nem desperdício alimentar em Portugal.”
 
Por enquanto, “continuo a trabalhar por um futuro melhor, porque a ajuda é o único tesouro que se aumenta ao dividi-lo”.