Psicoterapia

Aos métodos terapêuticos clínico-psicológicos que procedem a formas de intervenção da psicologia clínica, dá-se o nome de Psicoterapia.

 
O objectivo da aplicação destes métodos é a influência relativamente aos transtornos psíquicos que ocorrem no ser humano. 
 
Estes transtornos podem decorrer em diversos níveis, sendo os mais frequentes aqueles que surgem no âmbito das funções psíquicas como: a percepção, a memória, ou a aprendizagem. 
 
Os seus sintomas são detectados a partir dos padrões de funcionamento (representados por síndromes e diagnósticos) e no âmbito dos sistemas interpessoais que afectam a vida familiar, conjugal, profissional e outras. 
 
Assim, o termo psicoterapia está ligado ás intervenções psicológicas direccionadas aos padrões de funcionamento e aos sistemas interpessoais e menos com as direccionadas ao funcionamento das funções psíquicas. 
 
Todas as formas de intervenção clínico-psicológicas têm em comum a utilização de meios psicológicos, que são direccionados para um fim específico. Baseiam-se no campo teórico da psicologia e são praticadas por pessoal especializado num determinado contexto formal. 
 
Características da Psicoterapia: 
 
Apesar das suas diferentes aplicações; em função das necessidades do paciente, a base da psicoterapia é comum em todos os casos através da: 
- adequação do terapeuta ao paciente; 
- organização e a criação de condições sociais para levar a cabo a terapia; 
- relacção que se estabelece entre o técnico e o paciente; 
- escolha e aplicação das regras de bom funcionamento da terapia e ajustadas ás características de todos os intervenientes. 
Estabelecida a relação de confiança e de predisposição do paciente, o trabalho processa-se com resultados que se vão verificando progressivamete e não no imediato. 
 
Fases de mudança no paciente: 
 
O processo terapêutico começa, para o paciente, antes da terapia em si e termina somente muito depois de seu término, pelo que se organiza desta forma: 
 
1. Fase: pré-contemplativa ou da despreocupação. 
 
2. Fase: Envolve a tomada de consciência do paciente. 
 
3. Fase de preparação e da tomada de decisão. 
 
4. Fase da acção. 
 
5. Fase da manutenção 
 
6. Fase da estabilidade. 
 
Mecanismos de mudança: 
 
O autor Klaus Grawe em 2005, descreve cinco mecanismos básicos de mudança comuns a todas as escolas psicoterapêuticas: 
1. Relacionamento terapêutico em que a qualidade do resultado de uma terapia é em grande parte influenciada pela qualidade do relacionamento entre o terapeuta e o paciente. 
 
2. Activação de recursos. A psicoterapia auxilia o paciente a mobilizar a força interna que possui para realizar a mudança necessária e estabilizá-la. 
 
3. Actualização do problema: a psicoterapia expõe o paciente ao seu padrão normal de comportamento, como modo de tornar esses padrões conscientes e modificáveis. 
 
4. Esclarecimento motivacional ou Clarificação e transformação de interpretações: a psicoterapia beneficia a clarificação das ambiguidades e os conflitos na experiência pessoal do paciente, ajudando-o a encontrar um sentido para aquilo que já viveu. 
 
5. Competência na superação dos problemas: a psicoterapia predispõe o paciente para adquirir a capacidade de adaptação à realidade psíquica e social, típica dos transtornos psíquicos. 
Refira-se que, alguns métodos têm por objectivo beneficiar as mudanças intra-pessoais (ao nível das funções psíquicas do indivíduo), outros têm por fim, alcançar mudanças nos sistemas interpessoais disfuncionais (pares, famílias, grupos de trabalho, entre outros). 
 
De acordo com o objectivo da terapia, assim são ajustadas as técnicas a implementar. Existem terapias que promovem a superação do problema, outras que incidem na clarificação dos motivos e objectivos pessoais do paciente, enquanto que outras técnicas tentam enfatizar as potencialidades dando mais importância aos recursos activos do paciente. 
 
Entenda-se que a Psicoterapia tem paulatinamente ganho expressão e reconhecimento pela comunidade científica devido aos resultados alcançados na sua aplicação.
 
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