Sociedade

Raposas encontradas na praia de Cabanas de Tavira poderão estar doentes por alimentação oferecida

 
Na sequência do caso do aparecimento de raposas na Praia de Cabanas de Tavira, nas últimas três semanas, o RIAS - Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, recorda que tem como principal função receber e tratar todo e qualquer animal selvagem que seja entregue no seu centro, com o objetivo final de o devolver à Natureza totalmente recuperado.

 
Apesar de ter recebido algumas solicitações nesse sentido, o RIAS lembra que "não dispõe de meios materiais e humanos para realizar a recolha dos animais no terreno, estando essa função a cargo das entidades competentes".
 
Relativamente à situação das raposas encontradas na referida praia, Diogo Amaro do RIAS, adiantou ao Algarve Primeiro, «que tem conhecimento desta situação desde o início, pelo que foram contactadas as autoridades competentes desde o primeiro momento e todo o processo foi tratado pelos trâmites normais». 
 
Disse ter conhecimento de que estão a ser feitos esforços para capturar os animais, em segurança, de modo a fazê-los chegar ao RIAS para se iniciar o processo de recuperação o mais rapidamente possível. 
 
Diogo Amaro referiu que os animais «não devem ser alimentados e o contacto e/ou interação com humanos deve ser evitado ao máximo, pelo que a sobrevivência de um animal selvagem numa situação como esta pode ficar gravemente comprometida, pois a habituação ao Homem pode ser irreversível». 
 
No caso destas raposas, a alimentação errada, disponibilizada pelas pessoas, tem sido uma das causas para o seu estado de saúde. «O facto de este animal estar a ser alimentado por pessoas está também a atrasar e prejudicar o processo de captura pelas autoridades competentes», advertiu.
 
Ao nosso jornal, Diogo Amaro diz que a Raposa é por norma um animal «oportunista que sabe onde há alimento, dai ser comum aproximar-se dos seres humanos e de habitações com esse fim».
 
Pelas fotos vistas no facebook nos últimos dois dias, «dá para perceber que os animais estarão com problemas gástricos já que não estão preparados para comer sandes, bolachas ou coisas do género».
 
O RIAS está disponível para receber todos os animais selvagens com necessidade de cuidados médicos a qualquer hora do dia ou da noite. «A nossa equipa trabalha todos os dias do ano, sem excepção, para que todos os animais sejam tratados com todo o cuidado e dignidade que lhes é devida», concluiu.