Família

“Receita” para criar filhos felizes

 
É comum que muitos pais se questionem até que ponto estão a educar bem os filhos, sendo que a felicidade e o bem-estar dos mais novos está no topo das prioridades.

 
 
Para facilitar a tarefa, reunimos as dicas dos especialistas que, no seu todo, ajudam a promover um desenvolvimento sadio e equilibrado:
 
1. Ajude os seus filhos a tomarem decisões
 
Para criar filhos felizes, devemos torná-los responsáveis pelas suas próprias questões, fornecendo os meios para que possam enfrentar esses pequenos problemas quotidianos. Faça isso com carinho, preocupando-se, mas oferecendo autonomia. Se cometerem erros em qualquer ocasião, nunca os repreenda ou castigue. Ajude-os e ensine que na vida também há fracassos e que devemos aprender a partir de todas as situações. Além disso, também é necessário que eles aprendam a lidar e a gerir a frustração. Mesmo que não consiga estar o tempo que desejaria com os seus filhos, faça com que os momentos sejam intensos e baseados no diálogo. Desligue os ecrãs quando estão juntos e lembre-se que, todos esses momentos em que conversam, trocam impressões, partilham conhecimentos e carinho, são a chave para o bem-estar e para um desenvolvimento sadio, já que os mais novos estão sempre a aprender.
 
2. Transmita limites e autonomia
 
A educação tem início no momento do nascimento do bebé e deverá ser uma tarefa de ambos os pais. Os progenitores devem estar de acordo quanto às diretrizes educacionais que devem ser aplicadas, definindo o que será permitido, como é o caso dos horários a estabelecer, o que proibir e o que negociar. Os filhos devem saber desde muito cedo que em casa, assim como na sociedade, há limites que devemos respeitar e, quanto mais cedo os conhecerem, mais se sentirão seguros, pois saberão o que esperar em todos os momentos. Uma vez que as regras estejam estabelecidas, os pais podem oferecer direitos, que deverão ser negociados e discutidos. Além disso, também é importante oferecer uma autonomia adequada de acordo com a sua idade. Esta é uma forma de fazer com que se sintam capazes e autoconfiantes, contando com o apoio e orientação dos pais. Estes devem transmitir confiança, capacidade de diálogo antes de punir uma atitude, pois a base está na explicação do que se passa, bem como uma boa capacidade de ouvir as justificações do filho. Estes requisitos são essenciais para que os filhos encarem os pais como amigos. Anote que, a autonomia é um fator chave na criação dos filhos. Com o passar dos anos, os mesmos vão adquirindo a sua própria forma de pensar e de estar e sentir-se cada vez mais à altura de tomarem as suas decisões. O processo é gradual, deve ser vigiado pelos pais e aplicado diariamente pelos filhos.
 
3. Não tente compensar o tempo que não esteve com os seus filhos
 
Este é um erro que muitos pais e mães cometem atualmente. Os pais que não conseguem estar o tempo desejado com os filhos, acabam por cair no erro de lhes comprar um presente para tentar compensar essa ausência. Naturalmente que isso é um erro grave porque os mais novos não apreciam assim tanto os presentes, pelo que, aparentemente ficam contentes, mas passados alguns minutos, voltam a estar frustrados, tudo porque o que mais os preenche é a presença dos pais. As crianças devem entender claramente: não há nada para compensar. Os pais trabalham e isso é normal. Cada pessoa da família tem uma função e um papel e, dessa forma, não temos que compensar os filhos com “objetos” por não estarmos em casa. Compense-os com “qualidade” de vida. O tempo que passar com eles, deverá ser o melhor, o mais sincero. Assim, não hesite em estar com os seus filhos, brincar, conversar, cozinhar, passear… Desligue o telefone e ria com eles, sem se preocupar se é ou não o pai ou a mãe “perfeita”. Isso não importa, pois existem mil maneiras de ser um bom pai ou mãe e todas elas são válidas para criar filhos felizes.
 
4. Promova a inteligência emocional dos seus filhos
 
Conforme descrita por Daniel Goleman, a inteligência emocional, “é a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerirmos bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos”. Na escola, ensina-se matemática, português, geografia, música, educação física, entre outras disciplinas, contudo, não existe uma disciplina chamada “inteligência emocional”. Ensinar os nossos filhos a terem um contacto saudável com as próprias emoções e também com as dos outros, proporciona-lhes a oportunidade de desfrutar de uma boa saúde emocional. Afinal, numa sociedade onde somos bombardeados com estímulos externos, mudar o foco e aprender a conhecer-se será essencial para crescer com paz e harmonia.
 
Lembre-se que, este trabalho de casa é fundamental para que vivam todos mais livres e felizes e, sobretudo para que sejam todos emocionalmente mais fortes.
 
Fátima Fernandes