Curiosidades
Sabia que discutir é um vício?
Existem pessoas peritas em discussões, em colocar as culpas nos outros e, mais ainda, em criticar tudo e todos.

 
Estas pessoas dependem desses comportamentos como qualquer ser humano depende de um alimento para sobreviver, por essa razão, torna-se muito difícil travá-las. Este tipo de pessoas começa o dia à procura de um pretexto para discutir com o cônjuge, com os filhos, com o gato, com o cão e com tudo o que lhe aparece pela frente. São pessoas sempre maldispostas, arrogantes, de mal com a vida que, têm muita facilidade em atribuir todas as suas frustrações a quem lhes aparece pela frente.
 
Estas pessoas não vão ao fundo de si mesmas com o intuito de descobrirem o que realmente se passa consigo e acabam por descarregar toda a sua má energia sobre os outros. Acreditam que as outras pessoas precisam sempre delas e que as perdoam sempre, pois já se habituaram a desculpar-se com os “meus nervos à flor da pele” e acham que se tornou normal essa forma de estar na vida reclamando de tudo, colocando as culpas nos outros e criticando sempre alguém. Reservam pouco tempo para si mesmas e pensar nos seus atos é algo que desconhecem, pois estão sempre projetadas em alguém, na maior parte das vezes, naqueles lá de casa. As suas vítimas sofrem de graves problemas de autoestima, de autoconfiança, de sentimentos de culpa e de uma dependência e dedicação quase intocáveis porque já não conseguem reagir à pressão de quem passa os seus dias a colocá-las para baixo.
 
Por norma, estas relações são doentias e só funcionam unilateralmente, uma vez que, as pessoas viciadas em discussões não dão nem tempo, nem espaço para que o outro responda, para que reaja, para que se afirme de alguma forma. Com esta atitude, ganham uma superioridade fora do normal e “vão encostando cada vez mais o outro à parede”. Podem ser homens ou mulheres, mas trata-se de um problema que, ao não ser tratado, a vítima deve repensar muito bem na sua vida ao lado de uma pessoa assim, pois por mais que faça tudo o que estas pessoas desejam, que procure corrigir-se ao máximo para minimizar as suas falhas, que cumpra tudo o que lhe é exigido, o vício vai persistir, a crítica permanecerá e as discussões vão continuar.
 
Pode acontecer que, um dia a vítima se canse de ser maltratada e saia dessa situação ou que aceite a procura infinita de um reconhecimento e de uma recompensa que nunca vai chegar, pois as pessoas viciadas em discussões ou são devidamente tratadas e acompanhadas por um psiquiatra ou psicólogo, ou jamais vão olhar com respeito para a pessoa que têm ao seu lado, pelo que é um esforço inútil.
 
No seu livro: Perigo! Duas Caras, Margarida Vieitez ilustra muito bem os C.C.C. que é como quem diz, as pessoas que lhe apontam o dedo, as falhas, os defeitos, uma vez após outra, que o fazem assumir os erros que sabe que não cometeu, a responsabilidade que não é sua, e que descobrem os motivos mais inacreditáveis para discutir consigo, para lhe extrair a sua energia vital, a sua alegria, a sua paz… fazendo-o sentir passar por tempestades cíclicas não são previsíveis pelo melhor meteorologista do mundo.
 
A autora descreve-os como aditivos em Culpa, Crítica e Conflito e fornece algumas dicas que facilitam a compreensão destes casos, alertando também para a necessidade de fugir ou entender e procurar ajuda para resolver a situação, pois “ninguém está a salvo deste tipo de pessoas, já que não nascemos com um ‘Kit’ de proteção face a este tipo de comportamentos”.
 
Fátima Fernandes