Comportamentos

Saiba como a amabilidade aumenta o bem-estar e as relações com os outros

 
Agir com respeito, cortesia, falar com proximidade e olhar com empatia são gestos que definem a magia das conexões humanas, e produzem vínculos únicos que nos permitem crescer como pessoas.

Numa publicação da revista A Mente é Maravilhosa, defende-se que, para a psicologia positiva, a bondade e a amabilidade fazem parte desse “colchão” emocional que garante uma boa parte do nosso bem-estar interior. A explicação está no facto de que são qualidades que projetamos nas pessoas que nos são próximas, mas que também revertem a nossa favor.
 
Na prática, devemos aprender a usar o melhor possível as palavras, os gestos que se refletem precisamente em cada momento de relação com alguém. Ser humilde e assertivo ao mesmo tempo, é a chave para que as relações se processem com mais qualidade e empatia e, ao mesmo tempo, que tenhamos a agradável sensação de colhermos os mesmos gestos dos outros. Com respeito e amabilidade, ganhamos muito e tornamo-nos mais ricos enquanto pessoas, sugere a mesma revista.
 
É muito provável que no nosso dia a dia não vejamos muitos gestos amáveis. As rotinas das sociedades automatizadas nas quais nos movemos fazem com que, muitas vezes percamos essa espontaneidade de ceder um lugar, atender como se deve, retornar uma ligação ou iniciar uma grata conversa com alguém que parece precisar de companhia. Trata-se apenas de ser mais recetivo, de iniciar pequenas mudanças nas quais todos podemos ganhar, completou a mesma publicação.
 
Segundo A Mente é Maravilhosa, a amabilidade deixa marcas positivas no cérebro, já que este é uma fonte de todo o nosso mundo afetivo, dos nossos processos cognitivos e desses «fios que guiam as nossas decisões e os gestos mais ou menos altruístas». Um facto que vale a pena considerar é que grande parte desses comportamentos baseados na emotividade têm a sua origem nos conhecidos “neurónios-espelho“.
 
No mesmo apontamento, a revista de opinião e entretenimento lembra que, todos nós possuímos neurónios espelho, embota exista a ideia popular de que o cérebro feminino é o que tem um maior número destas células nervosas. Neste ponto, a ciência já conseguiu comprovar que homens e mulheres possuem a mesma capacidade.
 
Importa realçar que, essas afinadíssimas estruturas que configuram o que se conhece como “sistema espelho” permitem, acima de tudo, «entender e tornar nossas todas estas ações, sensações e emoções que vemos nos outros».
 
Os neurônios-espelho transformam-nos em seres mais sociais e, portanto, guiados de forma natural pelas emoções. Não nos limitamos a imitar, somos capazes de entender que as nossas ações causam consequências nos outros, assinala a mesma publicação.
 
Através dos neurónios-espelho interpretamos emoções alheias para agir de acordo com elas, registou.
 
Segundo a mesma revista, estamos perante uma engrenagem cerebral maravilhosa, guiada por conexões nervosas que, por sua vez, nos permitem conectar entre nós. Mas, o que nos faz ser amáveis? Que tipo de impacto tem, por exemplo, o altruísmo no cérebro humano? A Mente é Maravilhosa explica que, de acordo com diversos especialistas em neurociência, aprendizagem emocional e em psicologia positiva, o facto de ensinar as crianças a praticar a bondade desde pequenas «gera mudanças notáveis na química do cérebro».
 
Citando um artigo científico publicado na revista “Edutopia”, A Mente é Maravilhosa explica que os gestos baseados no altruísmo e na amabilidade «oferecem um ganho de endorfinas muito poderoso ao cérebro». Esta sensação de bem-estar é a forma como o cérebro nos gratifica por alguma coisa que “é correta”, alguma coisa que “está certa”, sublinhou.
 
Esta avalanche de endorfinas cria uma sensação duradoura de orgulho nas crianças, além de bem-estar e um sentido de pertença ao grupo. Pequenos gestos de bondade quotidianos traduzem-se no mundo emocional da criança como fontes de energia, segurança e autoestima. Como resultado, os mais novos «sentem-se bem quando praticam boas ações» e, isso é uma marca emocional que deve perdurar para sempre no seu interior, indicou a mesma fonte.
 
Refere a mesma revista que, se desejamos criar um mundo mais amável devemos começar tornando-o mais sensível. Porque quem é amável é, acima de tudo, recetivo às  necessidades alheias e, além disso, dispõe de um sentido do que é agir com respeito, com essa bondade que não exige nada em troca.
 
A razão pela qual não vemos mais gestos de bondade e de amabilidade no nosso quotidiano tem a ver com o facto de muitas pessoas pensarem tratar-se de mera perda de tempo e de energia, quando na realidade, são muitos os benefícios que se dão e recebem com gestos tão simples.
 
As pessoas têm medo de se envolver pois temem dececionar-se, não dão um gesto com medo de não serem capazes de seguir essa conduta e daí por diante.
 
No mesmo artigo, A Mente é Maravilhosa destaca que, a psicologia positiva exalta a importância de atender ao tipo de respostas que damos aos outros. «Se oferecemos amargura e frustração, certamente receberemos o mesmo». Se aprendermos a agir com amabilidade, respeito e abertura emocional, investiremos no nosso bem-estar.
 
Algo tão simples quanto mostrar gratidão e ser mais empáticos connosco próprios e com os outros, reduz a carga de stress e as tensões quotidianas. É ainda de reter que, «pequenos gestos podem gerar grandes mudanças», por isso, vale a pena experimentar e adotar um estilo de vida mais amável e bondoso.
 
Fátima Fernandes