Família

Saiba como ensinar limites ao seu filho

 
Um primeiro ponto a ter em conta é que os pais devem ser amigos dos filhos, mas também uma referência de autoridade.

É fundamental que os pais saibam impor limites nas crianças para que estas se desenvolvam de forma equilibrada e saudável.
 
Os limites fazem com que a criança se sinta acolhida e cuidada, e, sobretudo segura, neste sentido, pode-se afirmar que, «todas as crianças necessitam de limites».
 
Na posição dos especialistas nesta matéria, «uma criança sem controle é como um barco à deriva». Assim, os pais devem ter bem presente que, não se pode educar  sem que a criança compreenda quais são as melhores atitudes a tomar, que distinga o certo do errado e que entenda até onde pode ir, basicamente, quais são os seus limites.
 
Os pais precisam de mostrar claramente o que esperam dos filhos, o que aceitam e porque rejeitam alguns comportamentos. Na posição dos entendidos nesta matéria, «só o conjunto de regras e valores que se transmitem pelos pais, pode preparar os adultos de amanhã.
 
São cada vez mais as queixas de professores, auxiliares e demais adultos que colaboram no processo educativo das crianças. Tal acontece porque os pais não se apercebem da importância de fornecer os limites para que os mais novos saibam obedecer e respeitar os outros, sejam eles adultos ou outras crianças.
 
Segundo os entendidos nesta matéria, é importante que os pais tenham em conta:
 
1 – Os limites devem ser simples. Isto quer dizer que devemos transmitir à criança o que deve fazer e ter o cuidado de não a humilhar, ou seja: “vamos levantar a mesa em conjunto” em vez de “nunca fazes nada em casa, agora vais ter de me ajudar a levantar a mesa!”
 
2 – Os limites devem ser claros e explicados. Esta semana, o seu filho estudou menos do que o necessário, trabalhou menos do que o pretendido, logo não faz sentido receber o doce semanal ou qualquer outra recompensa. Assim, explique-lhe que foi uma semana menos rigorosa e que, para merecer o seu prémio terá de se esforçar mais na semana seguinte. Explique-lhe como pode melhorar e o que deve começar a fazer para obter os resultados pretendidos.
 
3 – Os limites devem ser positivos. O seu filho gritou-lhe, foi indelicado consigo, fez uma birra ou atirou um objeto ao chão para lhe mostrar que estava irritado. Qual é a melhor atitude a tomar? Tente não reagir no imediato. Pare alguns segundos até que consiga acalmar-se e, ao mesmo tempo, estará a dar tempo a que ele também fique mais tranquilo. Seguidamente converse com ele e mostre-lhe o quanto ficou desagradado com a sua atitude. Diga-lhe que não vai permitir que lhe volte a gritar ou que atire objetos para o chão quando está aborrecido. Mostre-lhe que não gostou da birra e que, para a próxima, vai ficar ainda mais aborrecido com esse tipo de comportamento.
 
4 – Os limites devem ser firmes e consistentes. Para dizer ao seu filho o que espera dele, é necessário que o olhe bem nos olhos e converse com ele de uma forma clara e séria. Ao mesmo tempo, deve tocar-lhe nos ombros, já que está provado que o toque é muito importante na educação dos mais novos.
 
5 – É muito importante que quando proibir algo a uma criança, que mantenha a palavra. Não se pode castigar num dia e perdoar no momento seguinte. Essa atitude, muito comum nos pais, não permite que obtenha os resultados pretendidos, uma vez que, a criança vai ficar confusa. Se lhe explicou que não pode bater nas outras crianças, não pode dar-lhe uma informação contrária alguns momentos depois. Se lhe disse que vai ver menos televisão ou jogar menos, não lhe pode dar o jogo no momento posterior, mas procurar que faça outra atividade. Registe que, é muito importante ser coerente com a educação, sob pena de, em pouco tempo, tudo se perder. Dentro do razoável, crie regras de bom funcionamento e gestão dos jogos e da TV e, tenha sempre o cuidado de ser realista com os castigos, sob pena de os mesmos não surtirem qualquer efeito. É mais fácil que proíba no momento e que crie uma nova regra a partir daí em vez de colocar a criança de castigo, pois em pouco tempo, ela voltará a fazer o mesmo e com a sua autorização!
 
Anote que, efetivamente não é fácil educar, pelo que temos de estar sempre a pensar e a reformular as melhores atitudes e opções a tomar, mas o importante é que corrija, que explique, que melhore sempre que necessário, tendo o cuidado de fazer escolhas realistas, realizáveis e conscientes.
 
Fátima Fernandes