Nas sociedades modernas, o sono tem vindo a perder importância a ponto de muitas pessoas o considerarem “mera perda de tempo”, quando têm tanto para fazer ao longo da noite.
Na realidade, o sono é vital para o correto funcionamento do organismo e, para que não restem dúvidas, recorremos a uma publicação da revista Melhor com Saúde que, muito bem ilustra a importância de dormir.
Acordar de manhã com energia é a base para que o dia nos corra bem e para que possamos desenvolver as nossas atividades com desembaraço e boa disposição, por isso, todos devemos zelar para dormir bem; para ter um sono reparador e ganhar saúde.
Atendendo à mesma revista, é de anotar que, a principal função do sono é proporcionar descanso ao corpo e à mente, preparando-os para um novo estado de vigília.
Também devemos entender que o sono influencia diretamente o metabolismo das nossas células. Não dormir o suficiente não significa apenas dormir pouco, mas sim atender ao número de horas dormidas com qualidade.
Uma pessoa pode ser saudável dormindo 6 horas por dia, assim como alguém pode se sentir constantemente cansado com 10 horas de sono.
O corpo de uma pessoa que não descansa corretamente assemelha-se a uma máquina que funciona, e trabalha, sem parar. A consequência é um colapso inevitável, que pode acontecer mais cedo ou mais tarde, dependendo do estado de saúde de cada pessoa.
Segundo avança a mesma publicação, os transtornos do sono geralmente são associados a vários desequilíbrios orgânicos, podendo alterar o funcionamento de qualquer órgão.
Além disso, dormir mal pode aumentar a vulnerabilidade à dor, diminuir a capacidade de memorização e enfraquecer severamente o nosso sistema imunitário.
Aprofundando ainda mais este tema, a Melhor com Saúde reforça que, não dormir o suficiente afeta o cérebro e predispõe ao aparecimento de doenças.
Durante muito tempo, a ciência considerou a possibilidade de existir uma relação entre a patologia do sono e a doença de Alzheimer.
Estudos recentes ajudaram a identificar o aumento dos biomarcadores característicos da doença em pacientes que não dormem o suficiente.
Estas são proteínas beta-amiloides e tau, que estão associadas ao desenvolvimento de um estado de demência.
Nos estudos mencionados, verificou-se que os participantes com menos de 5 horas de sono por dia apresentaram maior concentração desses biomarcadores.
O mesmo aconteceu com as pessoas que dormiram entre 6 e 8 horas, mas sofriam de sono interrompido (“de má qualidade”).
Por um lado, o acúmulo de proteínas tau geralmente produz emaranhados neurofibrilares, que são altamente destrutivos para o cérebro.
Já níveis elevados de proteína beta-amiloide levam à formação de placas altamente tóxicas para os neurônios cerebrais.
A concentração de ambos os marcadores biológicos provoca cansaço excessivo e acelera a degeneração natural do nosso cérebro, deixando-o mais vulnerável.
Ao esgotamento físico e mental que o corpo apresenta quando não dorme o suficiente, somamos o risco de sofrer de doença de Alzheimer.
Atualmente, ainda se questiona qual seria a causa e qual seria a consequência.
A concentração de proteínas tau e beta-amiloides também pode causar insónia e distúrbios no sono, por essa razão, a ciência indubitavelmente alerta-nos para a necessidade de preservar uma boa qualidade de sono todos os dias.
A Melhor com Saúde apresenta ainda os principais benefícios de ter uma boa noite de sono:
- Combate (ou atrasa) o envelhecimento celular.
- Impede patologias físicas e psicológicas, bem como distúrbios emocionais.
- Melhora o controle sobre o apetite e combate o excesso de peso.
- Diminui o desgaste físico, cognitivo e emocional para combater o constante sentimento de cansaço.
- Fornece energia ao corpo e melhora a disposição, permitindo um melhor desempenho no trabalho e a nível pessoal.
Ao mesmo tempo, nunca é demais sublinhar que, o contacto com os ecrãs antes de dormir ou ter esses aparelhos no quarto, impede a qualidade do sono, uma vez que o cérebro está sempre em alerta.
Está provado que, para algumas pessoas, beber café após as 5horas da tarde, também reduz a qualidade do sono, tal como fazer uma refeição pesada ao jantar.
Recomenda-se então que, opte por uma refeição leve antes de dormir, que desligue os ecrãs, que reserve alguns momentos para relaxar antes de ir para a cama, que procure o silêncio e o escuro e, acima de tudo, que tente resolver os seus problemas do dia antes da hora do descanso.
Há também quem faça uns exercícios leves antes do jantar e que se sinta muito mais relaxado e predisposto para uma noite de sono, tal como a leitura de um livro também se recomenda a quem gosta deste passatempo.
Seja qual for a sua forma de adormecer, registe que, uma boa noite de sono é mesmo a base para ter mais saúde e qualidade de vida.
Fátima Fernandes