Sociedade

Tavira: Alice regressa a casa com mágoas de 2 anos ausente

 
De regresso à casa da mãe, Alice, a menina que foi raptada pelo pai e que esteve dois anos fora do seu lar, mostra o que foram dois anos afastada daqueles que lhe davam segurança e conforto emocional.

 
A menina esteve afastada da família e dos amigos durante o tempo em que teve de permanecer com o pai.
 
Encontrada na Bélgica pelas forças policiais, Alice apresenta-se “mais magra e com o cabelo curto”. 
 
Sem frequentar a escola e, afastada de outras crianças, Alice viveu tempos difíceis devido ao “acto de loucura cometido pelo pai”.
 
No momento do reencontro, após dois anos de afastamento forçado, Alice estava confusa, hesitante, sem grandes memórias da convivência com a mãe nos tempos que antecederam o rapto, cometido pelo pai. 
 
Segundo a mãe, a menina estava muito ansiosa, com medo de que a progenitora estivesse zangada com ela e que a culpabilizasse pelo que aconteceu.
 
Carla Evangelista, de volta a Tavira horas depois de chegar da Bélgica, onde foi buscar a criança, de nove anos, mostrou-se preocupada e a viver um misto de emoções, pois, por um lado a alegria do reencontro, mas por outro, a inquietação face ao estado emocional da filha.
 
Nesta fase, é preocupação da mãe, recuperar os laços estabelecidos com a filha e procurar devolver-lhe serenidade.
 
À comunicação social, Carla confidenciou que, foi enorme a tensão vivida no reencontro e que teve de quebrar o gelo enorme que as separava. "Quando a vi, ajoelhei-me e disse-lhe: "A mamã vem-te buscar. Queres vir?" Ela disse-me: "Estás diferente"".
 
Segundo o JN, Carla revelou ainda informações que recolheu sobre a forma como a filha passou os últimos tempos. "A Alice viveu dois anos a mudar de casa em casa, em casas alugadas. Não tinha amigos, se queria brincar com crianças tinha de ir aos parques infantis", afirmou, baseando-se em conversas que já manteve com a menina. Alice apresentava também um visual diferente. Enquanto foi mantida escondida, e para não levantar suspeitas às autoridades, foi-lhe cortado o cabelo "à rapaz" e usava outros óculos. E teria instruções do pai para se manter afastada de câmaras de videovigilância para não vir a ser reconhecida.
 
Após dois anos de sofrimento, Alice enfrenta agora uma nova fase de vida que, terá forçosamente de ser gradual, discreta e baseada em muito afecto e confiança, assegura a mãe.