A falta de empatia é um grande impedimento para as relações humanas, razão pela qual se fala tanto no desenvolvimento dessa potencialidade que abre portas a todos os tipos de relação seja ela pessoal ou interpessoal.
A dificuldade em se colocar no lugar do outro é muito comum e, segundo os especialistas, ocorre sem que muitas pessoas se apercebam que o fazem, motivo pelo qual faz sentido saber quais são os sinais que nos remetem para a falta de empatia para que, naturalmente se possa melhorar.
Numa publicação da revista A Mente é Maravilhosa, são apresentados os principais sinais de falta de empatia. Confira-os e fique a saber se adota algum destes comportamentos, que lhe são muito prejudiciais para o desenvolvimento de relações saudáveis:
1. Coloca-se como um exemplo para si mesmo
Este é um traço que muitas vezes passa despercebido porque muito frequentemente se manifesta num ambiente de aconselhamento. Esta pessoa parte do seu exemplo pessoal para “ajudar” o outro a resolver um problema. Por muito que esteja carregada de boas intenções e que queira motivar o outro, a verdade é que acaba por se colocar no centro da conversa, como o melhor exemplo e acaba por não conversar e permitir que a outra pessoa pense por si mesma numa solução para aquilo que a aflige. O mesmo se passa com quem apresenta as suas virtudes como solução para o problema.
Tudo isso é um sinal claro de falta de empatia, na medida em que, esta implica ver as situações a partir do outro e não de nós próprios.
2. Falta de tato na linguagem
É fácil encontrarmos pessoas na rua ou num qualquer grupo, que não sabem escolher a melhor forma de falar com os outros. Pode ser uma celebridade, uma pessoa anónima, ainda assim, isso não quer dizer que seja capaz de ouvir o outro e de se colocar no lugar dele. Estas pessoas dizem-se sinceras e “sem papas na língua”, mas acabam por ser rudes, ofensivas, ou simplesmente imprudentes.
Na comunicação humana, o interlocutor é muito importante, assim como o tipo de vínculo que existe. Não é saudável que a linguagem seja usada grosseiramente, a menos que seja estritamente indispensável, ou se torne um meio de impor o próprio desconforto aos outros. Ter empatia requer dizer o que se pensa, mas encontrar a melhor forma de o fazer para evitar ferir o outro.
3. Estereótipos e preconceitos são sinais de falta de empatia
Não há nada mais distante da empatia do que os estereótipos. Essa tendência de generalizar e simplificar as características dos outros é um sinal de uma grande incapacidade de ver o outro na sua integridade e na sua diferença. É de sublinhar que, as coisas podem ter características idênticas, mas as pessoas não, já que cada uma é um ser humano único e especial.
Os preconceitos envolvem um mecanismo semelhante. São baseados em generalizações que carecem de evidências de apoio. São mantidos apenas por falta de conhecimento ou reflexão. A empatia exige estar aberto ao mundo do outro, em vez de se fechar num rótulo supérfluo.
4. Fazer fofocas também é um dos sinais da falta de empatia
Os boatos e fofocas são atos de desprezo pelos outros. Configuram uma falta de respeito porque implicam o questionamento da vida pessoal ou privada de alguém. Fazer circular informações sobre outra pessoa por curiosidade, inveja ou falta de autonomia equivale a explorá-las.
Nos boatos, cria-se uma espécie de jogo de espelhos, já que cada um se revê na pessoa a quem o boato faz referência para se comparar e saber a opinião dos outros diante das fraquezas ou erros. Isso só satisfaz um egoísmo infantil que deteriora a imagem do outro e a autonomia de si mesmo.
5. Utilitarismo
O utilitarismo às vezes expressa-se na forma de comportamentos que procuram fazer do outro um instrumento para atingir objetivos ou satisfazer as suas próprias necessidades. Outras vezes, manifesta-se como uma avaliação tendenciosa dos outros, baseada na utilidade que tem para atingir objetivos sociais ou de grupo.
Em ambos os casos, esse utilitarismo é um sinal de falta de empatia. Todos os seres humanos têm valor e dignidade pelo simples facto de existirem. Todos merecemos o respeito e a consideração dos outros simplesmente porque fazemos parte da mesma espécie.
A Mente é Maravilhosa conclui que, estes são apenas os sinais de falta de empatia e que, todos nós temos, em algum momento das nossas vidas, maior dificuldade em mostrar empatia, no entanto, todos temos capacidade de ver, de compreender, de ouvir e de aceitar o outro tal como ele é, precisamos de nos sintonizar connosco próprios e com os demais para que tal aconteça mais vezes e com mais qualidade. Tal conquista-se com empenho, dedicação e a consciência de que todos precisamos de amor, pois é essa grande carência que nos pode tornar melhores ou piores seres humanos.
Se exercitarmos a compreensão e a compaixão diariamente, certamente que estaremos mais aptos para nos tornarmos melhores pessoas para os outros e, acima de tudo, para nós mesmos.
Fátima Fernandes
