Em primeiro lugar, é preciso ter em conta que, cada pessoa tem o seu próprio conceito de qualidade de vida e que, apesar de existirem pontos em comum, as próprias ciências se dividem em alguns aspetos quando pretendem resumir o que é uma vida com qualidade e felicidade.
É um facto que se trata de um ponto subjetivo, pois tem de atender a vários requisitos, no entanto, é unânime afirmar que, a qualidade de vida e a felicidade estão intimamente ligadas.
De uma forma muito abrangente, poderíamos dizer que qualidade de vida é o conjunto de circunstâncias que garantem o bem-estar de uma pessoa num determinado contexto. Para tal, temos de atender ao tipo de vida que cada indivíduo deseja ter e até o local do mundo onde se encontra e que oportunidades tem para evoluir e melhorá-lo.
Muitos especialistas também relacionam a qualidade de vida com a felicidade, sendo no entanto de salvaguardar que, esta última é mais difícil de explicar pelo seu caráter subjetivo e variável de pessoa para pessoa.
Na mesma sequência e, tendo por base o estudo realizado pelo psiquiatra George Vaillant, percebe-se que, os fatores que tornam as pessoas felizes se enquadram neste modelo:
A presença do amor na vida.
Ter relacionamentos significativos.
Não abusar de substâncias psicoativas.
Ter um trabalho que gere entusiasmo e forneça o necessário para viver.
Manter o otimismo.
Apesar deste trabalho de investigação ter sido desenvolvido em países com um nível mais evoluído e ser muito extenso, na realidade as suas conclusões parecem fazer sentido em termos mais abrangentes na maior parte das culturas.
Depois e atendendo ao mesmo trabalho de investigação, é de ter em conta que, há qualidade de vida «quando há bem-estar, mas este envolve várias dimensões», pelo que deve haver um equilíbrio entre elas. Na posição do mesmo especialista, os diferentes tipos de bem-estar são:
Bem-estar emocional
Quem entende as suas emoções e sabe regulá-las tem bem-estar emocional, desenvolvendo a partir dele um processo de crescimento pessoal em que predomina a força interior e a capacidade de tomar decisões razoáveis e autónomas. Nessas condições, é possível estabelecer relações de apoio mútuo e interdependência com os outros.
Bem-estar material
Entende-se que existe bem-estar material quando o nível de renda permite a satisfação das necessidades significativas. Este é um aspeto controverso, pois as necessidades variam muito de uma pessoa para outra. No entanto, o bem-estar existe se uma pessoa tem acesso a bens básicos, que incluem habitação, alimentação, saúde, serviços públicos e momentos de lazer e convívio. A partir daí, a questão passa por objetivos e valores pessoais.
Bem-estar social
Há bem-estar social quando se estabelecem vínculos de cooperação e solidariedade com os grupos com os quais interagimos. Isso envolve relacionamentos saudáveis de apoio e ajuda mútua, pacíficos, que criam sentimentos de segurança e equilíbrio. Além disso, todos precisamos de uma rede de apoio para ter uma boa qualidade de vida.
Bem-estar físico
Significa ter acesso a tudo o que garanta saúde. Isso inclui os próprios serviços de saúde, uma boa alimentação, atividade física e hábitos saudáveis. Da mesma forma, implica ter conhecimento e consciência dos elementos e práticas que permitem ao corpo funcionar adequadamente.
Tendo por base o mesmo apontamento científico, também o desenvolvimento pessoal constitui uma importante ferramenta na qualidade de vida. Quer isto dizer que, cada pessoa precisa de oportunidades para crescer e desenvolver o seu potencial em várias áreas de vida. Entre essas oportunidades está o acesso à educação e formação, bem como um trabalho decente, no qual possam aplicar as suas habilidades e conhecimentos e exista a possibilidade de evoluir de várias maneiras.
Como resultado desta análise, podemos afirmar que, seria desejável que todos tivessem acesso ao que se designa por qualidade de vida, que é o mais elementar que uma sociedade pode proporcionar aos seus cidadãos. Atendendo ao mesmo estudo, não é assim tão complicada a tarefa de ter pessoas mais felizes e saudáveis no nosso mundo, pois apesar de parecerem muitos os pontos, na realidade são básicos para qualquer ser humano onde quer que se encontre no nosso mundo.
Fátima Fernandes
