Comportamentos

Todos queremos o amor, mas passamos a vida a fugir dele

 
Criou-se dentro do ser humano uma noção de que o amor seria algo tão difícil de encontrar que, nem nos damos conta que deixamos escapar esse sentimento todos os dias…

Vivemos mais barreiras para evitar o amor do que a necessária liberdade para o sentirmos. A prova disso é que, mal conhecemos uma pessoa, tentamos imediatamente reunir todas as nossas defesas emocionais para justificarmos que “não podemos” gostar daquela pessoa. Fechamos de tal forma que não conseguimos libertar aquilo que de mais genuíno nos caracteriza que é precisamente a capacidade de amar.
 
Colocamos os bens materiais à frente dos nossos sentimentos para que não sintamos nada pelas pessoas e depois, vamos encontrando argumentos para não amar, quando deveríamos fazer o inverso, libertar aquilo que de mais simples e puro nos constitui que é mesmo a capacidade de gostar de alguém.
 
Para encontrar o amor é simples, basta que saibamos gerir esses julgamentos em conjunto e perceber os pontos em comum para os podermos desenvolver e deixar evoluir os sentimentos.
 
Para amarmos alguém, basta que consigamos conhecer a realidade da outra pessoa e mostrar a nossa livremente. Basta que não coloquemos barreiras à frente daquilo que flui naturalmente que é o nosso mundo emocional. Basta ainda que sejamos capazes de nos expressar e permitir que o outro nos entenda e conforte.
 
Perante estes requisitos, é fácil encontrar os sentimentos do outro e os nossos, mas precisamos de nos permitir sentir e de olhar o outro como ser humano igual a nós. As compatibilidades surgem depois de termos libertado esse nosso mundo interior.
 
Naturalmente que somos seletivos e que só nos permitimos mostrar e tentar conhecer o outro quando sentimos esse desejo e necessidade, pelo que, a palavra que melhor se adequa ao amor é a disponibilidade para amar.
 
Sabendo que queremos conhecer alguém é o ponto fundamental, depois vamos mostrando o nosso mundo interior em função do que o outro nos dá e mostra da sua realidade.
 
Não é por acaso que é fácil encontrar o amor, a dificuldade é querer encontrá-lo e desenvolvê-lo no quotidiano. É preciso superar as imagens pré-concebidas e os preconceitos, porque como seres humanos, é fácil libertar afeto, apoio e compreensão. A sociedade é que nos “enche” de problemas irreais que temos de superar se quisermos viver o amor a que temos direito.
 
O primeiro passo é retirar o julgamento e perceber se o nosso eu inconsciente aceita aquela pessoa. Depois, é ir ultrapassando os preconceitos com conteúdos positivos em relação à pessoa que temos na nossa vida. Acima de tudo, temos de permitir que sejamos nós a sentir e não as pessoas em nosso redor, pois cada um tem a sua opinião e acaba por nos influenciar negativamente, pois criamos as tais barreiras.
 
A melhor forma de encontrar o amor é a dois, sem qualquer tipo de pressão ou julgamento. Sentir o outro e sentirmo-nos a nós próprios. Depois, fazemos uma avaliação descontraída daquilo que sentimos na presença da outra pessoa. É fácil, não é?!
 
Fátima Fernandes