Sociedade

Tudo o que precisa(s) de saber sobre o bullying

 
Cada vez mais na ordem do dia, o bullying ocorre entre colegas da mesma turma, da mesma escola ou entre pessoas que tenham alguma característica em comum (por exemplo: terem mais ou menos a mesma idade; estudarem no mesmo sítio).

Por ser fundamental estar informado acerca desta problemática que afeta muitos jovens, mas também adultos em todo o país, pretendemos esclarecer os mais novos e também os seus pais acerca desta realidade, pois quanto melhor preparados estivermos, melhor poderemos fazer face ao problema. Assim e segundo a APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, vamos explicitar as diferentes formas de bullying, sem esquecer que, esta associação presta apoio às suas vítimas.
 
 
Neste sentido, é de salientar que, no bullying:
 
- Existe um desequilíbrio de poder entre quem agride e quem é agredido/a:
 
Quem agride é mais forte ou está em maior número do que a vítima (por exemplo, um grupo de colegas da mesma turma agride um colega de outra turma);
 
A vítima tem alguma característica física que a torna “diferente” dos outros (por exemplo, é mais baixa/ mais alta que os colegas; usa óculos ou aparelho nos dentes; tem sardas; tem uma forma diferente de se vestir; é de uma etnia diferente da maioria ou tem outra nacionalidade);
 
A vítima tem alguma característica na sua “forma de ser” que a pode tornar mais frágil (por exemplo, ser inseguro/a, calado/a e isolado/a).
 
- Os comportamentos agressivos repetem-se no tempo: acontecem mais do que uma vez.
 
- Os comportamentos agressivos são propositados: têm o objetivo de assustar, magoar, humilhar e intimidar a vítima.
 
- As agressões podem ser cometidas contra uma vítima ou contra várias vítimas.
 
Relativamente às formas de bullying que existem, a APAV faz a seguinte separação e organização:
 
Bullying físico:
 
Empurrar, amarrar ou prender;
 
Dar bofetadas, murros ou pontapés;
 
Cuspir, morder;
 
Roubar dinheiro ou outros bens pessoais;
 
Rasgar roupa e/ou estragar objetos.
 
 
Bullying sexual:
 
Insultar ou fazer comentários de natureza sexual;
 
Obrigar à prática de atos sexuais.
 
 
Bullying verbal:
 
Chamar nomes;
 
Gritar;
 
Gozar, fazer comentários negativos ou críticas humilhantes;
 
Ameaçar.
 
 
Bullying social:
 
Deixar de fora dos trabalhos de grupo e/ou dos jogos;
 
Inventar mentiras;
 
Espalhar rumores, boatos ou comentários negativos ou humilhantes.
 
 
Cyberbullying:
 
Espalhar informação falsa, assediar/perseguir, incomodar e/ou insultar através de SMS, MMS, e-mail, websites, chats, redes sociais.
 
 
Bullying homofóbico:
 
Forma de bullying motivada pelo preconceito em relação à orientação sexual ou identidade de género de outra pessoa (seja essa pessoa homossexual, heterossexual, bissexual ou transsexual).
 
Pode tomar a forma de bullying físico, sexual, verbal, social e/ou cyberbullying, como, por exemplo:
 
Contar (ou ameaçar contar) a outras pessoas, contra a nossa vontade, segredos ou informações sobre a nossa sexualidade;
 
Discriminar com base na nossa identidade e expressão do género sexual (relacionado com a maneira como nos vestimos ou nos expressamos);
 
Fazer comentários negativos de cariz sexual e/ou gestos obscenos;
 
Praticar toques sexuais indesejados ou outros atos sexuais contra a nossa vontade;
 
Fazer comentários e/ou piadas homofóbicas;
 
Denegrir a nossa imagem junto de outras pessoas, inventando mentiras ou espalhando rumores/informação falsa;
 
Excluir propositadamente do nosso grupo de amigos e/ou forçar o afastamento dos amigos ou das pessoas que nos são mais próximas;
 
Deixar de fora das atividades, dos desportos/jogos e/ou das coisas que gostamos de fazer.
 
No mesmo apontamento, a APAV lembra que, «Independentemente da orientação sexual ou identidade de género, qualquer pessoa pode ser vítima de bullying homofóbico».
 
Perante este resumo, é sempre de alertar as vítimas para a necessidade de pedirem ajuda, uma vez que, o problema fica muito maior e mais doloroso quando temos de o enfrentar sozinhos. No caso dos mais novos, estes devem conversar com os seus pais e dizer-lhes o que se está a passar. Os adultos, para além de poderem pedir apoio às forças de segurança, podem igualmente recorrer à APAV. Em qualquer dos casos, é essencial que a vítima peça esse apoio para poder terminar com todas e quaisquer formas de agressão acima mencionadas. Lembre-se de que, pode fazer toda a diferença desabafar acerca do que se está a passar, por isso, não hesite!
 
Fátima Fernandes