Sociedade

Vírus do Nilo: Autoridades combatem larvas de mosquitos em Faro

 
Numa tentativa de precaução, depois da suspeita de vírus do Nilo no Algarve, a Direção-Geral da Saúde (DGS) avançou com um programa de monitorização e de combate às larvas dos mosquitos no raio de ação de 20 quilómetros da área de residência do homem afetado.

 
O caso ainda não foi confirmado e deverá levar mais uns dias até que cheguem os resultados dos testes laboratoriais, mas as autoridades de saúde estão no terreno para limitar o mais possível a situação caso o resultado seja positivo.
 
Foram aplicados produtos biológicos contra as larvas sobretudo em tanques de água com matérias orgânicas, para travar uma eventual cadeia de transmissão, especificou Francisco George.
 
De acordo com o diretor-grela da saúde, a demora em saber os resultados justifica-se porque é preciso que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa)  proceda à confirmação laboratorial do caso, o que implica fazer “um teste de neutralização”.
 
O homem de setenta anos esteve internado no Centro Hospitalar do Algarve, unidade de Faro com suspeita de apresentar critérios clínicos para infecção com vírus do Nilo Ocidental. Só os testes laboratoriais podem comprovar ou não a presença desses “anticorpos específicos”, precisou ainda o director-geral.
 
Em declarações ao “Público” Francisco George adiantou: “Basta que um caso seja declarado como provável, de acordo com a legislação nacional, para que os responsáveis pela saúde pública tenham que tomar de imediato medidas.”
 
Quando se está perante uma doença infecciosa, “o primeiro passo é perceber qual é o ponto em que a cadeia de transmissão é mais fácil interromper. Neste caso, é na fase em que as larvas ainda não se transformaram em mosquitos que faz sentido atacar.”
 
Ao mesmo jornal, o responsável pela saúde clarificou: “Por enquanto, as análises já efectuadas a mosquitos não revelaram a presença do vírus, mas mandam as boas práticas que a monitorização continue, tentando identificar a presença de mosquitos infectados em águas com matérias orgânicas, sobretudo estações de águas residuais.”
 
O cuidado é fulcral numa altura em que os especialistas temem o aparecimento ou reaparecimento de algumas doenças tropicais devido às alterações climáticas.