Epilepsia

A Epilepsia consiste numa alteração na actividade eléctrica do cérebro, temporária e reversível, que produz manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurovegetativas.

 
Para que se possa considerar a epilépsia, é necessário que se excluam outros aspectos que a possam confundir e que devem ser avaliados individualmente.
 
A par desta distinção, é importante que se atenda a situações que marcaram o percurso da doença em termos de conhecimento e da aceitação social. 
 
Assim, a Epilepsia, tal como a designamos na actualidade, contrasta com a interpretação que perdurou no passado e que fez desencadear um conjunto de crenças; muitas vezes associadas a divindades, e que resultou ausências de avaliação, tratamento, dando azo a preconceitos. 
 
Independentemente da época, na realidade, esta patologia tem suscitado um profundo interesse pela comunidade científica, e pela população em geral, na medida em que perante uma crise epiléptica, é preciso reagir o mais eficazmente possível. 
 
Cerca de 75% dos pacientes epilépticos iniciam as crises antes dos 18 anos, facto que, geralmente coloca pais, familiares e a comunidade em seu redor, em estado de alerta, muitas vezes pelo desconhecimento face à forma de actuação, pelo que o recurso aos clínicos é a melhor alternativa e forma de aconselhamento. 
 
Refira-se que, em todos os países, a Epilepsia constitui um problema de saúde pública, quer pela sua elevada incidência, quer pelo grau de recorrência das crises cada vez mais elevado. 
 
Diagnóstico: 
 
Para detectar eventuais lesões no cérebro, são realizados exames de imagem, como a tomografia computadorizada, mas normalmente tais lesões não são encontradas. O eletroencefalograma (EEG) pode ajudar, mas idealmente deve ser feito durante a crise. 
 
Após o estudo e, encontrada uma causa para a Epilepsia, esta passa a assumir uma categorização especifica: Sintomática, ainda que, em 65% dos casos, não se consiga detectar uma causa. 
 
Note-se que, a Epilepsia idiopática se refere ao sintoma da doença subjacente. 
 
O termo epilepsia criptogénica é utilizado quando se suspeita da existência de uma causa mas não se consegue detectá-la. 
 
Causas: 
 
A Epilepsia não é uma doença contagiosa e, na maioria dos casos, deve-se a uma lesão cerebral causada por um traumatismo resultante de um acidente físico, um tumor, numa Infecção, no parasita cisticerco, num parto mal feito ou numa Meningite. 
 
A incidência genética também é possível, muito embora as probabilidades não assumam dados muito significativos. 
 
Crises epilépticas: 
 
As crises epilépticas caracterizam-se por mudanças súbitas da intensidade luminosa ou luzes a piscar (algumas pessoas têm ataques quando vêem televisão, jogam no computador ou frequentam discotecas), quando têm dificuldade em ter um sono tranquilo, consomem álcool, estão em estados febris, com ansiedade, cansaço, perante a ingestão de drogas ou medicamentos verminoses (como a neurocisticercose). 
 
A descarga neuronal pode ser localizada ou difusa sendo que, no primeiro caso surge como uma crise parcial e no segundo, como uma crise generalizada, atingindo ambos os hemisférios cerebrais. Estas alterações geralmente duram de poucos segundos a alguns minutos. De acordo com o grau de comprometimento dos hemisférios cerebrais, assim a crise convulsiva pode ser de diversos tipos: 
 
uma crise de ausência: quando o doente fica parado e ausente enquanto durar a crise e regressar ao tempo onde havia parado, uma crise parcial, simples ou complexa. Na forma simples ocorrem apenas alterações na percepção do paciente em relação ao meio exterior, com expressões de medo ou outras emoções. 
 
Na forma complexa o paciente perde a consciência. As crises mais conhecidas, são as tônico-clônicas, que se caracterizam pelo seu carácter dramático. Nestas, o paciente perde a consciência e cai com as extremidades do corpo, tem tremores e fica contraído. 
 
Ao todo existem mais de trinta tipos diferentes de crises epilépticas. 
 
Grupos de risco: 
 
De um modo geral, uma qualquer pessoa pode sofrer de uma crise epiléptica sendo que, por detrás das suas causas estão: um choque eléctrico, a insuficiência de oxigénio, um traumatismo craniano, estados de hipoglicémia ou abuso de drogas. 
 
Pelo que 1 em cada 20 pessoas pode ter uma crise epiléptica na vida, ainda que essa não seja considerada como Epilepsia por se tratar de um caso isolado. Quando existe uma recorrência e um diagnóstico clínico, já se pode falar desta doença. 
 
Como agir perante um paciente com crise epiléptica: 
 
As manifestações mais evidentes são a queda, a salivação abundante, a eliminação de fezes e urina (às vezes) e movimentos desordenados. Pelo que deverá: 
 
- Proteger a cabeça da vítima com um travesseiro ou um pano para reduzir os danos dos seus movimentos; 
 
- Afrouxar-lhe a roupa; 
 
- Evitar colocar objectos na boca do paciente em crise, nem tentar puxar-lhe a língua; 
 
- Deixar a vítima até ao momento em que a consiga colocar deitada na posição lateral para que a saliva escorra e o paciente não se engasgue; 
 
- Manter o paciente em repouso após terminar a convulsão; 
 
- Procurar apoio médico em caso de: ferimentos com gravidade, ou quando houve uma pancada forte na cabeça e sempre que verifique alguma situação anormal ao conhecido e diagnosticado. É fundamental que, não deite água sobre a vítima, que não lhe dê bofetadas ou qualquer outro tipo de violência.
 
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