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Covid-19 reduziu em 25% capacidade de resposta dos bombeiros de Albufeira

Foto| Algarve Primeiro
Foto| Algarve Primeiro  
O Comandante Operacional Distrital de Faro - Abel Gomes, confirmou ao Algarve Primeiro que «não há registo de nenhum surto nas corporações algarvias neste momento». O comandante falou de casos dispersos relacionados com familiares de operacionais, «mas não diretamente com os bombeiros em si».

 
Até agora, a situação de maior registo aconteceu nos bombeiros de Albufeira, com 4 casos positivos confirmados no passado dia 4 de janeiro, depois de terem manifestado sintomas da doença ao Departamento de Saúde Ocupacional da corporação.
 
Em declarações ao nosso jornal, o Comandante dos Bombeiros Voluntários de Albufeira, referiu que na sequência dos casos positivos, 14 operacionais ficaram em isolamento profilático por terem tido contacto com os infetados.
 
António Coelho sublinhou que os casos estão ligados a bombeiros profissionais que asseguram a primeira intervenção em matéria de proteção e socorro, num total de 56 operacionais profissionais. Foram confirmados inicialmente dois casos, após a testagem em massa a toda a corporação, confirmaram-se mais dois. 
 
Dos 4 positivos, há 1 recuperado. Relativamente aos bombeiros que estavam em isolamento profilático, foram testados passados 6 dias, não tendo sido detetado qualquer caso positivo pelo que já voltaram ao serviço.
 
Numa fase em que o concelho de Albufeira se encontra em "risco extremo", António Coelho disse que a qualquer hora, pode haver um ou mais casos, «porque os bombeiros têm a sua vida lá fora, mas cá dentro nas nossas instalações somos altamente rigorosos com os protocolos de segurança e costumo dizer que é mais perigoso andar na rua do que propriamente aqui em serviço». 
 
O Comandante dos Bombeiros de Albufeira confessou que dentro da corporação «há operacionais cansados e esgotados, com uma ansiedade muito grande, são muitos meses disto, e sentem medo, um medo que muitas vezes levam para casa, quando estão em contacto com as famílias, e outros por questões de saúde com doenças crónicas tornando-os mais vulneráveis à covid.19». Apesar de serem acompanhados por uma psicóloga da corporação, «os níveis de ansiedade são elevados, e estou preocupado com isso», salientou.
 
O mesmo responsável referiu que durante a fase mais aguda, a corporação reduziu a sua capacidade de resposta em 25%. «As respostas foram dadas às situações, mas não de uma forma tão musculada como é habitual», por outro lado foi comunicado ao Instituto Nacional de Emergência Médica - INEM, que a corporação só teria capacidade de operacionalizar uma ambulância de emergência médica, num concelho que costuma ter 3 a 5 ambulâncias em movimento. Na questão dos incêndios fora do concelho, «houve um atraso na resposta, em vez de sairmos ao minuto, levávamos entre 5 e 10 minutos para a saída».
 
Para já a situação está próxima da normalidade, mas o risco continua a ser elevado para estes profissionais, que no dia a dia prestam assistência à comunidade.