Cada vez mais na moda, os jogos de tabuleiro vão reaparecendo aos poucos em muitas famílias que já se aperceberam da sua importância para melhorar as relações entre os indivíduos, o contacto com as regras, a criatividade e o apuramento de estratégias fundamentais para todas as áreas de vida.
Com o estilo de vida agitado em que vivemos, em que os membros da família estão muito tempo afastados uns dos outros e sem tempo para dar mais consistência aos laços familiares, os jogos de tabuleiro são uma excelente opção para recuperar a falta desse tempo ao longo do dia. No serão, bastam alguns minutos para que todos se unam em torno de um jogo, rapidamente encontrem diálogo, convívio e diversão. É este o fascínio de jogos como as cartas, o xadrez, o dominó e outros: ser fácil de estabelecer uma relação forte e uma competição saudável entre as pessoas.
Estes jogos ajudam a fugir das tecnologias ao mesmo tempo em que aproximam as pessoas, independentemente dos laços que estabeleçam entre si. É fácil numa reunião familiar adicionar “uma partidinha” de cartas ou de qualquer outro jogo e começar a conversar abertamente e de forma descontraída sobre as regras. A própria competição destes jogos é saudável e, apesar de todos quererem ganhar, é fácil aceitar uma derrota porque as pessoas estão juntas e se valoriza o convívio acima de tudo.
Assim, os especialistas afirmam que, os jogos de tabuleiro melhoram as relações sociais porque geram, tanto em crianças como nos pais, alguma competitividade mas também espírito de equipa. Apesar de poder existir apenas um vencedor, se se focar na diversão e nas aprendizagens do jogo, ninguém perde no final das contas.
Essa socialização será capaz de gerar comportamentos e noções de cooperação, autocontrolo e honestidade. Transferindo isto para o ambiente escolar, gera facilidade na compreensão de conteúdos e na capacidade de comunicação das crianças.
Os entendidos na matéria afirmam ainda que, os jogos são muito positivos para o cérebro na medida em que, estimulam as conexões cerebrais e podem retardar o surgimento de doenças degenerativas como o Alzheimer.
Os neurocientistas não têm dúvidas de que, os jogos de tabuleiro moldam a forma de raciocínio devido ao poder de concentração que exercem em quem joga. O xadrez, por exemplo, tem a capacidade de construir um pensamento crítico, disciplina, paciência e análise das consequências. Para além de exercitar a memória e competências de tomadas de decisão.
Ao mesmo tempo, os jogos de tabuleiro estimulam a aprendizagem , uma vez que se podem tornar fundamentais no desenvolvimento e na formação das crianças pelas suas características lúdicas e pela sua importância pedagógica.
O famoso Monopoly pode proporcionar o gosto pela matemática, por exemplo, pelo simples facto de ensinar como lidar com o dinheiro e com o orçamento.
É de anotar também uma interação que transcende o virtual, pois nos dias de hoje, e com o excesso de tecnologia tão presente, é importante controlar o risco de se perder o contacto com os outros.
Os jogos de tabuleiro servem de estímulo psicológico para as crianças, ao mesmo tempo em que permitem reconhecer e enfrentar certas emoções. Por serem jogos que envolvem outras pessoas, contribuem para a sua relação com os demais. Tudo isto misturado com muitas gargalhadas e um bom ambiente, são um forte contributo para que se desfrutem de momentos muito saudáveis entre humanos e, na maioria dos casos, entre pais e filhos.
É preciso lembrar que os jogos dependem da idade das crianças, e existem jogos ajustados a cada faixa etária. Apesar de qualquer diferença de idade, todos têm em comum a finalidade de se divertirem de maneira saudável.
Entre eles estão os mais clássicos como o xadrez, as damas e também o dominó, que ensinam as crianças a pensar e a estabelecer estratégias e procedimentos para atingir determinados objetivos.
Outro clássico são as Palavras Cruzadas ou o Scrabble. Este último contribui para ampliar o vocabulário e ajuda a descobrir novas palavras e os seus significados, também o Quarto é um jogo muito interessante que pode fazer parte das opções familiares.
Seja qual for o jogo da vossa preferência, o importante é que se divirtam, que se unam à mesa em torno desse objetivo. Reservem meia hora por dia para uma partidinha no final da jornada de trabalho, optem por um jogo diferente de vez em quando (há muito bons na secção específica em qualquer grande superfície) e envolvam-se, pois vale mesmo a pena!
Fátima Fernandes
