Segundo dados de um estudo recente, apresentado no evento do Fórum D 2018, a carência de vitamina D é muito frequente na população adulta portuguesa.
Apenas 3,6% da população nacional apresenta valores considerados "normais" (≥30ng/mL). O Algarve é a região do país que apresenta menor carência de vitamina D, uma vez que apenas 8.7% da população tem níveis inferiores ou iguais a 10 ng/mL e 55.1%, mais de metade da população, apresenta níveis superiores a 20 ng/mL. De acordo com a Encocrine Society dos EUA, níveis inferiores a 10 ng/mL, correspondem a carência grave de vitamina D.
A carência de vitamina D é 18 vezes mais frequente no inverno do que no verão, não só por ser menor a exposição solar, mas porque o sol não tem, nessa época, em Portugal, intensidade suficiente para induzir a produção de vitamina D na pele. A região do Algarve é das que tem maior disponibilidade de radiação solar, o que se reflete na maior normalidade dos níveis de vitamina D e no facto da população algarvia apresentar menor risco de carência desta vitamina.
O estudo da Faculdade de Medicina de Coimbra em colaboração com a Nova Medical School mostra que um estilo de vida sem prática regular de exercício físico, a obesidade, o tabagismo e uma exposição solar inadequada são fatores cuja modificação pode contribuir decididamente para a diminuição da carência de vitamina D. Contudo, a idade, o género e área geográfica também estão entre os principais fatores de défice de vitamina D, mas não podem ser modificados facilmente, sustenta o mesmo estudo, dado agora a conhecer em comunicado enviado à imprensa.
Os especialistas do Fórum D alertam para a necessidade de se tomarem medidas ao nível da saúde pública que visem combater a carência de vitamina D na população adulta e a implementação de estratégias que podem passar pela suplementação, em função do caso e idade, para obter os níveis recomendados.
As doses diárias recomendadas pelo Governo norte-americano como adequadas para manter a saúde do osso e o metabolismo do cálcio, em pessoas normais, são de:600 U/dia para crianças e adultos até aos 70 anos de idade 800U/dia, depois dos 70 anos de idade.
Contudo, muitos investigadores e entidades científicas independentes consideram que as doses ideais deveriam ser mais altas, na ordem de 2000 ou 3000 unidades/dia, especialmente em pessoas obesas. Importa sublinhar que esta vitamina tem uma elevada segurança, sendo necessárias doses muitíssimo elevadas para induzir toxicidade.
Apesar do Algarve ser a região menos afetada, este estudo mostra que 66,6% da população adulta portuguesa apresenta carência de vitamina D. Com estes resultados o Fórum D procura sublinhar a necessidade de implementação de medidas de saúde pública de forma a minimizar esta situação a nível regional e nacional.