“Sou uma funcionária como qualquer outra. Aceitei o desafio de trabalhar no atendimento ao público e faço o que gosto”.
Numa das muitas tentativas que fazemos diariamente para distinguir personalidades da nossa região, encontramos Ana Aura Martins e, de imediato, ocorreu-nos a curiosidade em compreender o que se “esconde” por detrás de um sorriso sincero, de uma voz disponível para ajudar e de uma funcionária pronta para dar o seu melhor ‘a cada retirar de uma senha’ numa Unidade de Saúde Familiar.
“Sou uma funcionária como qualquer outra. Aceitei o desafio de trabalhar no atendimento ao público e faço o que gosto”.
Não acreditando ter nada de interessante para dizer, Ana Aura clarificou, “trabalhamos em equipa, pelo que não me considero melhor que ninguém.”
É o rosto da Unidade de Saúde Familiar Âncora em Olhão, já passou pelos centros de saúde de Albufeira e Loulé alternando horários no que designa como “subs” e não tem dúvidas de que, “o atendimento ao público é mesmo o que me apaixona. Sinto um prazer enorme em ajudar os outros. Cada caso, com as suas particularidades e, ‘ás vezes chatices’ é sempre um desafio; uma necessidade de dar o meu melhor e, sem me dar conta, vou estabelecendo laços com os utentes, sobretudo com o público mais idoso, muitas vezes mais carenciado de atenção e que me conforta com o seu reconhecimento…”
Tinha apenas 19 anos quando iniciou o seu percurso, “já tive oportunidades para desempenhar trabalhos de secretaria, mas de todo que optei pelo atendimento ao público que é o que me dá mais gozo.”
Prestes a completar 21 anos de serviço ao público, Ana Aura considera essencial a influência que recebeu dos que considera “grandes mestres” para ser a profissional que é.
“Tenho colegas que a nível profissional são como eu. Se sou diferente em algo, isso deve-se ao facto de trabalhar com uma excelente equipa e de ter recebido muitas influências em termos profissionais de duas pessoas que souberam fazê-lo: Maria Manuel já reformada e Jorge Calé ainda ao serviço.”
Não resistimos perguntar-lhe:como consegue ter essa boa disposição e capacidade de atendimento nas mais variadas situações?
“Considero-me uma pessoa ‘resolvida’. Sou feliz e gosto de fazer e de ver os outros felizes (só por isso também aceitei entrar no desafio da vossa entrevista!) Tenho uma família que adoro e que me ajuda a alimentar diariamente esta vontade de dar de mim aos outros.”
Sem esconder o orgulho que sente naqueles que lhe são próximos, Ana Aura evidencia a estrutura familiar como um alicerce essencial para o equilíbrio de que necessita diariamente para realizar as suas funções profissionais. “É bom chegar a casa depois de um dia de trabalho e ter o afeto daqueles que amo e que me devolvem esses sentimentos. Sou uma mãe orgulhosa, uma companheira feliz com o homem que é capaz de me fazer sentir especial dia após dia e, tudo isso me transforma na pessoa que sou.”
Com uma sabedoria de vida singular, o rosto da USF Âncora de Olhão confidenciou-nos que, “a frontalidade é essencial para a qualidade das relações humanas e ajuda a facilitar o entendimento entre as pessoas. Gosto de gente verdadeira e capaz de falar dos seus sentimentos e, sem me aperceber, ‘transporto’ esses valores comigo para o trabalho e para onde quer que vá.”
Não é de todo por acaso que consegue manter relações “interessantes com as pessoas com quem lido diariamente. Baseio a minha vida na verdade e não tenho medo de falar sobre os meus sentimentos.”
Concluiu o 12º ano na área técnico profissional (designação dada na época) e, ao longo do seu percurso tem frequentado diversas ações de formação e participado em congressos, o que em seu entender, “tem contribuído para me manter atualizada e motivada para o trabalho.”
Os amigos assumem também um papel muito relevante na vida desta personalidade que se confessa afetuosa e “dependente” dos laços verdadeiros entre as pessoas.
“Ser mãe é a minha grande conquista diária e, sei que sou suspeita, mas tenho a melhor filha do mundo…”
Talvez este seja o “grande segredo” de Ana Aura Martins, aquele que se expressa no olhar e no sorriso e que não escapa à atenção dos utentes que aceitaram falar com o nosso jornal.
“A Ana é uma rapariga sem comparação”, relata Maria Adelina com 71 anos que vai ao encontro de Ricardo Santos, “A Ana Aura está sempre pronta para ajudar no que for preciso. Já a conheço há muitos anos e só posso falar bem dela.”
Para uma outra utente que preferiu não se identificar, “A Ana Aura é o primeiro contato quando precisamos de recorrer aos cuidados de saúde. E como a primeira impressão é fundamental para o passo seguinte, a Ana acaba por ser o afeto, a atenção, a disponibilidade e, acima de tudo, o símbolo da competência e do profissionalismo desta USF.”
